quarta-feira, janeiro 12

Tempos Difíceis

1. - A crise das Finanças Públicas em Portugal, constitui uma forte condicionante ao desenvolvimento das políticas sociais previstas no programa eleitoral e vai obrigar o próximo governo PS a implementar uma díficil reforma da despesa, que poderá passar por cortes nos gastos com pessoal e/ou nas transferências para as áreas sociais.
2. - Segundo Medina Carreira, o grave problema das nossas Finanças públicas, resultou da combinação do “crescimento económico baixo” e de “uma política expansionista dos gastos públicos”.
O desequilíbrio orçamental poderá resolver-se com mais crescimento económico ou com contenção na despesa. No entanto, nos próximos anos não são de esperar subidas elevadas do produto devido à incapacidade de sector exportador, resta-nos a contenção da despesa.
A subida dos gastos públicos nos últimos anos resultou, essencialmente, do aumento das prestações sociais e dos subsídios estatais, já que o peso dos juros da dívida pública baixou e o peso das despesas com pessoal no produto manteve-se. Perante esta realidade só se consegue conter a despesa pública por via dos gastos com pessoal para poder compensar a subida das transferências sociais.
3. - É, face a estas dificuldades extremas que surge a necessidade de o PS obter maioria absoluta nas próximas eleições legislativas de forma a poder levar a cabo as reformas estruturais de que a nossa economia precisa.
Apesar de necessárias e constituirem a solução mais adequada para o problema, vemos, no entanto, com muita apreensão a execução de medidas visando o controlo da despesa pública à custa da redução dos 800 mil funcionários da Administração Pública.