domingo, maio 29

Vivamos, Lésbia minha, e amemo-nos


Vivamos, Lésbia minha, e amemo-nos,
E os murmúrios dos velhos mais ressabiados
Consideremo-los todos como um simples tostão.
Os dias podem morrer e nascer,
Mas se esta nossa breve luz morrer
Nós dormiremos uma só noite sem fim.
Dá-me mil beijos, e mais cem;
Dá-me outros mil, e ainda cem;
Depois, mais uns mil, e mais uns cem.
E quando, enfim, os tivermos dado aos milhares,
Para esquecer tudo, baralhemos as contas,
De modo a que ninguém com mal possa invejar-nos
Um número de beijos tão grande
Catulo
Os poemas da minha vida -DFdA
Tradução de Gena, Filippo Montera e Diogo Freitas do Amaral
Edição JPúblico.

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Por acaso tive um Professor de Latim antes do 25 de Abril, homem de esquerda, que nos fez estudar este poema (entre muitos outros que se poderiam reputar à altura muito subversivos nomeadamente um texto sobre o modo como Júlio César subiu na vida- na horizontal, na cama com alguns generais influentes, método que ainda hoje parece continuar a ter adeptos. Muito me admiro com esta escolha, apenas pelo carácter de algum modo subversivo que tem e nada mais. Não há dúvida porém que é um belo poema.

10:43 da tarde  

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