quinta-feira, junho 16

Gestão Integrada das Unidades de Saúde


ULS - Matosinhos.

O Semanário Económico publica esta semana um excelente artigo de Pedro Pita Barros ”O caminho da gestão integrada"em que analisa as vantagens da gestão conjunta de hospitais/centros de saúde (ULS).
Segundo PPB existem vários efeitos potenciais resultantes desta gestão conjunta:
- efeitos sobre o esforço de prevenção;
- efeitos sobre a articulação entre os centros de saúde;
- efeitos sobre os custos dos hospitais;
- forma de financiamento.
PPB conclui que a gestão integrada das unidades de saúde do SNS deverá traduzir-se numa redução significativa dos custos, não por ganhos de eficiência, mas por efeito do tratamento precoce das situações clínicas ou da diminuição da sua taxa de ocorrência. "A poupança virá através de menos situações tratadas, o que sendo adequado por corresponder a uma maior saúde da população, com menor utilização dos serviços de saúde, poderá vir a ser mal interpretado num pais que não tem o hábito de reconhecer que melhor saúde significa menor recurso a cuidados médicos."

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

..."redução significativa dos custos, não por ganhos de eficiência, mas por efeito do tratamento precoce (?) das situações clínicas ou da diminuição da sua taxa de ocorrência. "A poupança virá através de menos (?)situações tratadas"...

9:21 da tarde  
Blogger J.G. said...

Sendo eu a favor das ULS (embora veja com preocupação a sua implementação - nada de optimismos)não posso concordar, de maneira nenhuma, com o texto do PPB, porque revela falta de conhecimento (em absoluto) da(s) realidade(s) dos cuidados primários, da dos seus custos impostos por legislação e outras directivas, da da(s) realidade(s)das relações existentes com os cuidados secundários, da do(s) interior(es) do país, etc. E a dos "efeitos sobre o esforço de prevenção"!!!???

10:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quando o Sr. Prof. Dr. PPB deixar de trabalhar sobre modelos teóricos de análise complexa e profunda e resolver vir trabalhar a sério, talvez possa verificar as enormidades do que acaba de escrever.

Tentem dizer a um cidadão que para marcar um consulta no C. Saúde precisa de se levantar às 6 da manhã e a consulta é para 6 meses depois, que não deve recorrer à urgência de um hospital.

11:22 da tarde  
Blogger xavier said...

Coloquei o texto do PPB nos "Apontamentos" - O link no post .

12:24 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

leitora atenta deste espaco nao posso deixar de sentir a animosidade constante ( que me entristece), em relacção à classe médica. Assim como há bons e maus administradores hospitalares, há médicos ,que para além de serem maus ou bons enquanto tal, se preocupam com o SNS, e que têm como prioritária a prevenção (na figura dos cuidados primarios) e a interligação dos centros de saúde com os cuidados hospitalares, para que os doentes (que devem ser sempre o nosso objectivo)
possam ter a saúde a que têm direito.
Será assim tão dificil trabalhar-mos em conjunto?!!! Ou o que na realidade o que está em causa são questões de classes e não os cuidados de saúde e os doentes? Se calhar sou muito crédula quando penso que são só arrobos da emoção, mas gostava que não!

12:38 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O estudo é curioso, mas não passa disso.

12:53 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Errata ao meu último Post:
A última frase pode ser dúvidosa.
O que digo e volto a afirmar é que podemos, e devemos trabalhar em conjunto.
Será que estão dispostostos?!!!

12:59 da manhã  
Blogger xavier said...

Em relação ao comentário da mp achamos oportuno dizer o seguinte:
Nunca foi nossa intenção atacar a classe médica.
Em relação aos comentadores também não vislumbramos tal atitude.
No entanto, uma coisa é a nossa intenção e o que nos parece, outra é a sensação experimentada pela mp.

Digamos que o texto mais "duro" relativamente a uma certa posição profissional dos médicos foi este a propósito da prescrição de medicamentos.

Da análise do referido trabalho poderão tirar-se várias conclusões.
Nós pessoalmente achámos que a conclusão fumdamental a tirar relacionava-se com o incumprimento por parte dos médicos das regras estabelecidas sobre a forma de prescrever os medicamentos por DCI.
Este comportamento em termos de organização da gestão do medicamento traduz-se no desperdícios de importantes recursos que poderiam ser aplicados com grandes vantagens noutras áreas da saúde.
Quanto ao resto confessamos termos a melhores relações com os profissionais médicos como também a nossa admiração pela sua elevada diferenciação, qualidade e dedicação profissionais.

Por último tomamos a liberdade de pedir à mp a elaboração de um texto sobre este tema (ou outro)para postar aqui no SaudeSA

9:25 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Vejo com satisfação que afinal estamos de acordo no que respeita à necessidade de trabalharmos interligando as nossas competencias. Estou convicta que apenas através de um trabalho muito estreito entre administradores hospitalares e médicos é possivel gerir os recursos da saúde, de forma a podermos proporcionar aos nossos doentes, a medicina de acordo com o estado da arte, a todos sem excepção devem ter direito.
Os ganhos na área da saúde deverão ser medidos em ganhos em saúde e não em euros.
Penso que apenas médicos e administradores hospitalares teram essa sensibilidade quando se trata de gerir recursos que são de todos nós.

6:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Chego tarde, mas já que o dono do blog teve a amabilidade de colocar o texto a discussão, cá vão algumas reacções aos comentários, pois uma boa discussão é sempre agradável, com respeito sobre todas as posições. A análise realizada foi de facto teórica, mas, acreditem ou não, baseada em diversas conversas tidas ao longo dos anos com pessoas dos hospitais e dos centros de saúde.
Dessa análise do terreno, embora ressalve que nunca baseada na experiência de gestão directa de um hospital ou de um centro de saúde, ficou patente a diferença de visões no que deve ser a relação entre hospitais e centros de saúde entre quem trabalha nuns e quem trabalha noutros. É (foi, será ainda?) frequente a referência a situações que poderiam ser perfeitamente tratadas, mais rapidamente e antes do agravamento da condição clínica, em centros de saúde e não ser remetidas para os hospitais. Esta percepção estava presente sobretudo nas pessoas dos centros de saúde.
No que respeita a "esforços de prevenção", que chocaram alguns, a verdade é que é difícil que exista algum actualmente, e só com um sistema de financiamento diferente isso será provavelmente conseguido. O que se procurava chamar a atenção é outro aspecto: a contabilidade sobre os custos deve ser observada tendo em conta a população servida, e que mais "eficiência" pode ser muito bem "menos produção" (e logo "menos custos"). Nas discussões a que normalmente se assiste, mais eficiência tennde a ser visto como sinónimo de mais produção.

Seria curioso que se conseguisse reunir um conjunto de opiniões sobre uma questão simples: qual a percentagem de tempo que na gestão hospitalar (na prática, na realidade, no dia a dia) se dedica a pensar na melhor forma de interagir com os centros de saúde, e procurar a melhor forma de articulação clínica (promovendo eventualmente o tratamento nos centros de saúde de situações que são actualmente remetidas para os hospitais)? A palavra a quem conhece a realidade.

De um "teórico", Pedro Pita Barros (17.06.2005)

PS. Olhando para os últimos comentários, e como observador não médico nem administrador hospitalar, só posso dizer que é conhecido há muito o "conflito" latente entre administração e médicos. Partilham alguns objectivos, nomeadamente os associados aos doentes, mas uns, administradores, são os "fornecedores/facilitadores" de recursos que outros, médicos, utilizam, e aqui terão interesses divergentes. Este último aspecto gerará sempre alguma tensão entre eles, que não necessita obviamente de ser animosidade.

11:29 da tarde  

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