segunda-feira, junho 6

ULS


Sobre a medida hoje anunciada por Correia de Campos , prevista no PEC, de reorganização das Administrações Regionais de Saúde com base em Unidades Locais de Saúde (ULS), inserimos o excelente comentário de um colega Administrador Hospitalar.
SaudeSA agradece todas as colaborações dos colegas AH, especialmente quando têm a qualidade do texto que se segue:
"A questão que se coloca nesta medida de Correia de Campos (CC) nada tem a ver com a competência ou com os resultados obtidos pelo Conselho de Administração (CA) do Hospital Pedro Hispano,SA. Trata-se sim de proceder à aplicação dos conceitos de "desconcentração" e "complementaridade" à àrea da saúde e, através dela, obter ganhos de eficiência e efectividade.
Considero que o diagnóstico estava feito: um dos males do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem estado na desarticulação (consequência da falta de regulamentação?) entre os cuidados de saúde primários (a porta do sistema) e os cuidados de saúde diferenciados.
Esta desarticulação tem tido as seguintes consequências:
1ª-Entupimento das unidades de cuidados primários com doentes que, muitas vezes, justificariam transitar para os cuidados diferenciados;
2ª-Entupimento, principalmente, dos serviços de urgência das unidades de cuidados diferenciados com doentes que, muitas vezes, não teriam justificação clínica para a eles acederem.
Assim, os custos (para o SNS e para o doente) seriam altissimos e, acima de tudo, desregulados. Porque, em saúde, os custos nunca são altos ou baixos (o próprio CC diz ser a saúde um bem sem preço) desde que adequados por um correcto sistema de triagem que permita dar a cada doente o que lhe é devido.
O que verificamos é que a «visualização» destes conceitos, ao longo dos ultimos anos, tem sido subvertida por uma lógica economicista que, associado a alguma incapacidade de compreender a essência de um sistema de saúde solidariamente financiado assente no pressuposto do valor da pessoa humana, visava apenas a classificação num malfadado ranking.
Se a administração da ULS de Matosinhos, mesmo assim, ficou (no ano de 2004) classificada em 26ºlugar só podemos retirar duas conclusões:
1ª-Ou as condições de prestação de cuidados no ambito da ULS eram muito diferentes das de outros Hhsa (já vimos que esse ranking compara o H.de Barcelos com o HGSA p.e.)
2ª-Ou a referida administração, dadas as condições, não teria a qualificação necessária para a obtenção de bons resultados.

Apesar de a ideia de CC ser excelente continua-se a colocar a questão dos actores escolhidos para a porem em prática: enquanto não forem escolhidos os melhores actores, segundo critérios explicitos que garantam a sua credibilidade, dificilmente as boas ideias se transformarão em boas práticas.
AH – comentário no SaudeSA

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Os actores que fazem parte deste elenco, são verdadeiras vedetas de Hollywood, num filme de terror.
Pagos principescamente, os actores fizeram um mau filme.
Ninguém duvida que o modelo (ULS) é o indicado.
Mas juntar aqueles actores é um grande erro de casting. Sim porque a casta é a mesma... e segundo se diz, vão continuar "os intocáveis". No filme as famílias foram derrotadas aqui parece que venceram....

11:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Acerca do post anterior:
Afinal nem todos somos patos
Muitos precisam é de acordar

12:28 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não percebi

8:17 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O SIM manifestou a sua concordância relativamente às ULS.
Considera, no entanto, que esta forma de organização dos cuidados acarreta um aumento dos gastos.

10:43 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Esta fórmula "Saudesa" é a resposta moderna à necessidade de debate interno, entre os AH e outros profissionais e cidadãos, que acreditam que é possível mais e melhor saúde, basta para tal ser-se muito criterioso nas eccolhas dos actores e comprometê-los com a assinatura de um contrato de gestão, tal como se verifica em Espanha.

Não há boas práticas de gestão nem níveis elevados de performance dos serviços de saúde e consequentes satisfação dos Cidadãos / Clientes sem equipas de gestão cuja atitude seja a de chefe de secretaria e reduza o hospital a uma repartição e não tenham um espiríto de missão que desenvolva a organização e a preprare para os grandes desafios, de hoje e de um futuro próximo.

Mais do que chefes de secretaria, de repartição e de gestores precisamos de verdadeiros líderes na nossas Instituições, pois só eles podem implementar projectos de reengenharia capazes de as desenlvover e de as transformar em empresas governáveis e a favor das pessoas pessoas doentes- a razão de ser dos nossos SERVIÇOS.

9:43 da manhã  

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