CC x JC
Acabámos de assistir ao debate televisivo sobre a política do medicamento, moderado de forma desastrada , como de costume, por Fátima Ferreira.
Acabou por ser, como se esperava, mais um frente a frente entre o ministro da saúde, António Correia de Campos (CC), e o presidente da ANF, João Cordeiro (JC).
JC, começou melhor.
CC, continuou a insistir na apresentação dos grandes números.
JC voltou a centrar o seu discurso nos doentes e na subida de preços com que estes se confrontam após as recentes medidas do Governo de alteração da comparticipação de medicamentos.
Ficou claro, mais uma vez, que o governo explicou mal aos portugueses as medidas recentemente implementadas.
O debate desenrolou-se com argumentação bastante rigorosa, inúmeros dados estatísticos e alguns "faits divers" bem humorados de parte a parte.
Na segunda parte, CC equilibrou o duelo com alguns argumentos ilustrativos do enorme poder do lobi ANF, financiador dos associados relativamente às dívidas do SNS, a quem cobra uma taxa de 1,5% sobre o valor total das vendas.
O ponto alto do debate aconteceu com o contra-ataque primoroso de CC, quando propôs a João Cordeiro a renegociação do acordo do Estado com a ANF, a propósito do qual contou a história das procurações (ocorrida com Luís Filipe Pereira) que dão ao presidente da ANF plenos poderes para executar o Estado.
A vantagem obtida neste ponto deu-lhe o avontade suficiente para concluir o debate num tom conciliador, tentando “sossegar” João Cordeiro em relação aos seus receios de estar a ser objecto de perseguição por parte do ministro.
Tendo em atenção o desastre da semana passada, tratou-se, efectivamente, de um debate muito favorável ao ministro da saúde, António Correia de Campos .(link)
JC, começou melhor.
CC, continuou a insistir na apresentação dos grandes números.
JC voltou a centrar o seu discurso nos doentes e na subida de preços com que estes se confrontam após as recentes medidas do Governo de alteração da comparticipação de medicamentos.
Ficou claro, mais uma vez, que o governo explicou mal aos portugueses as medidas recentemente implementadas.
O debate desenrolou-se com argumentação bastante rigorosa, inúmeros dados estatísticos e alguns "faits divers" bem humorados de parte a parte.
Na segunda parte, CC equilibrou o duelo com alguns argumentos ilustrativos do enorme poder do lobi ANF, financiador dos associados relativamente às dívidas do SNS, a quem cobra uma taxa de 1,5% sobre o valor total das vendas.
O ponto alto do debate aconteceu com o contra-ataque primoroso de CC, quando propôs a João Cordeiro a renegociação do acordo do Estado com a ANF, a propósito do qual contou a história das procurações (ocorrida com Luís Filipe Pereira) que dão ao presidente da ANF plenos poderes para executar o Estado.
A vantagem obtida neste ponto deu-lhe o avontade suficiente para concluir o debate num tom conciliador, tentando “sossegar” João Cordeiro em relação aos seus receios de estar a ser objecto de perseguição por parte do ministro.
Tendo em atenção o desastre da semana passada, tratou-se, efectivamente, de um debate muito favorável ao ministro da saúde, António Correia de Campos .(link)
8 Comments:
Correia de Campos foi claramente batido na argumentação técnica, terreno em que João Cordeiro é exímio.
CC começou a marcar pontos à custa de algumas "bocas" soltas.
É estranho que tenha sido CC a socorrer-se de alguns truques para fazer equilibrar o diálogo que decorria irrepreemsívelmente no campo técnico.
João Cordeiro brilhou quando criticou a medida de retirar a majoração de 10% aos genéricos. Aconselhando o ministro a mexer nos preços de referência, medida já testada no mercado nacional.
CC ganhou na guerra suja de denúncia do lobi da ANF, construído também à custa de algumas guerras sujas.
Ficou claro deste debate que as medidas de CC penalizam os doentes e favorecemo Estado.
CC foi inepto a explicar aos portugueses o alcance das medidas implementadas.
No cômputo geral quanto a mim João Cordeiro saiu vencedor. Porque perdedores são sempre os mesmos: os doentes.
O ministro da Saúde, Correia de Campos, manifestou-se "totalmente disponível" para rever o protocolo que rege o pagamento do Estado às farmácias pelos medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde.O ministro acrescentou ainda que pretende negociar "em termos decentes".
O presidente da ANF, João Cordeiro, "Fico a aguardar a proposta por escrito".
O acordo actualmente em vigor, assinado quando Luís Filipe Pereira era ministro da Saúde, permite ao Estado recorrer à banca para pagar às farmácias, enquanto no anterior protocolo era a ANF que garantia o pagamento, exigindo depois ao Estado este valor, acrescido de juros.
Até ao actual acordo entrar em vigor, era a ANF que se endividava junto da banca para efectuar o pagamento atempado dos medicamentos comparticipados e fornecidos pelas farmácias, cobrando posteriormente juros da dívida ao Ministério da Saúde (MS).
O protocolo que actualmente vigora (assinado a 26 de Março de 2003) substituiu um anterior que terminou a 31 de Dezembro de 2002, cuja última versão foi assinada quando a socialista Maria de Belém era ministra da Saúde, mas que foi anulado pelo seu sucessor, Correia de Campos, quando integrava o Governo liderado por António Guterres.
Embora sem intermediação financeira, a ANF continua a ser um dos principais parceiros financeiros do Ministério da Saúde, já que a maioria das associadas cedeu à Associação os seus créditos sobre o Serviço Nacional de Saúde.
Público on line- 27.09.05
Neste momento apenas um curto comentário: CC à falta de argumentos, técnicos e mesmo políticos e sociais capazes de explicar o agravemnto de custos para os doentes, refugiou-se nas acusações ao lobbi das farmácias. Na verdade existem muitos lobbis na saúde (e não só) e então CC vai ter que travar outras guerras.
Quanto à nomeação de gestores políticos parece que estamos a ver mal as coisas: então os AH's que foram, têm sido e (certamente) continuarão a ser nomeados são defacto os melhores?! Ou não são exactamente escolhidos por critérios sobretudo políticos. Há tantos AH's mais competentes e que não são "escolhidos"! Porque será que olhando para os Hospitais neles não vemos defacto os nossos melhores AH's???????
Quanto aos actoresde segundo plano,os cromos do costume.
O bastonário da OM já nos habituou ao seu discurso redondo. A cassete é sempre a mesma.
O representante da Deco prestou um mau serviço à causa.
O gestor da Generis estava ali para concordar com tudo. Se lhe pedissem para se atirar ao Tejo, aí ia ele ...
A ANF vai entregar um dossier sobre a formação do preço dos medicamentos à Procuradoria-Geral da República (PGR)
De acordo com o presidente da ANF, João Cordeiro, «o processo actual é ilegal e resulta num agravamento dos custos para os consumidores», acrescentando que além da PGR, as denúncias vão chegar à Assembleia da República e ao Governo.
D.Digital
A primeira parte do debate desenrolou-se num plano estritamente técnico difícil de acompanhar pela maioria dos telespectadores.
CC preparou-se para este debate fazendo-se acompanhar de inúmeras fichas que leu nalguns passos literalmente.
João Cordeira de certa forma mostrou-se surpreso não contando eventualmente com tanta preparação por parte do ministro.
De qualquer forma esta primeira parte pertenceu-lhe pese embora os apartes de mau gosto em relação ao coronel Vasco Gonçalves.
CC durante todo o debate aguardou pacientemente a sua oportunidade. E ela chegou. Tal como refere o Xavier o ponto alto do debate aconteceu quando CC contratacou com a proposta de negociação do acordo de pagamento às farmácias.
Nesta fase João Cordeiro pareceu-nos atordoado.
Fátima Ferreira com as suas intervenções desastradas, claramente a favor de CC, também contribuiu para a desorientação do presidente da ANF.
Correia de Campos acabou por vencer claramente este debate.
Fez-me lembrar os derbys Benfica Sporting quando ganha a equipa que atravessa o pior momento.
Correia de Campos recuperou fôlego para prosseguir a campanha contra o seu inimigo de estimação e líder do maior lobi da saúde.
Teoricamente descem.
Para já sobem.
Depois logo se vê.
Amigo vivóporto.
Não sei sinceramente o que lhe diga.
Na verdade até estou de acordo consigo quanto a nomeação precedida de concurso. Ainda há momentos, por mero acaso, assisti no canal AR (TV) ao debate com o Ministro da Agicultura. E ali foi criticada a nomeção(?) anunciada na imprensa de um conhecido socialista (Henrique Troncho) para a EDIA (Alqueva). E foi criticada porque, segundo os intervenientes a actual equipa até tem sido elogiada pelo governo. Explicação base do Sr. Ministro da Agricultura: a equipa muda porque mudou a política.
Isto defacto é inaceitável. As mudanças são desejada e saudáveis mas não será porque mudou a política que os "gestores" passam a ser incompetentes. Os dirigentes dos serviços (Directores Gerais, Presidentes de CA, etc.) em geral procuram dirigir os serviços de acordo com as orientações da tutela. Se são bons (com provas dadas) porque têm que ser "saneados"?
Voltando ao "concurso" como sabe a questão é a da veradeira isenção dos júris e começa logo na fixação dos critérios de admissão e de selecção dos candidatos. Muitas vezes os concursos não passam de fatos à medida. Dir-se-á que os candidatos podem recorrer! Mas bem sabemos como funcionam os recursos e o tempo de espera da decisão retira-lhes qualquer eficácia.
A matéria, na verdade, não é fácil. Mas o que agora foi definido é o fim de todas as "comissões" (os dirigentes caem) sempre que o governo em funções termine o mandato. Bem, será esta a melhor das decisões?
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