quinta-feira, setembro 8

Parcerias da Saúde


O ministro da Saúde, António Correia de Campos, reconhecia numa entrevista recente ao DE, "ter uma necessidade política de não paralisar o processo (PPP). Quero dar ao mercado sinais de que o processo só tem este problema porque estávamos a aprender, e daí a força que estou a pôr no concurso de Cascais e no de Braga".

A força é tanta que Correia de Campos fez questão de presidir à cerimónia pública de abertura das propostas do concurso público internacional para adjudicação da construção e gestão do Hospital universitário de Braga PPP
(link)
Além disso, como a pressa é muita faz com que Correia de Campos esteja agora, subitamente, “mais inclinado para concluir que há sinergias em juntar a parte médica e a parte construtora”.
É a rendição do professor às virtudes do modelo PPP do seu antecessor, Luís Filipe Pereira.
Correia de Campos justifica a capitulação com o facto de os preços agora apresentados pelos concorrentes estarem em linha com o proposto pelo Estado (baterem certo com o Custo Público Comparável (CPC) 1.186 milhões euros).
Acontece que, segundo julgamos saber, o método de cálculo do CPC do Hospital de Braga PPP foi profundamente alterado em relação aos dos concursos anteriores.
O elogio (marketing) do método ficou a cargo de Jorge Abreu Simões, segundo o qual o CPC do Hospital de Braga PPP já contempla uma margem mínima de ganhos de eficiência para o Estado.

Fora os discursos, o projecto das PPP da Saúde assemelha-se, cada vez mais, a uma verdadeira pescada. Antes de o ser já o era. O que está em jogo não são os ganhos de eficiência mas sim a privatização do SNS.

8 Comments:

Blogger xavier said...

anymous said,
Surpreende-me a posição dos AH relativamente ao projecto das Parcerias da Saúde (PPP).
É um facto quase adquirido que a Carreira dos AH irá acabar.
Por outro lado, penso que a maioria dos AH já hoje não tem lugar de quadro.
Os novos hospitais PPP são potenciais empregadores desta mão de obra qualificadas.
Não obstante haver a necessidade de alguns AH adquirirem novas competências.
A esta luz não é compreensível a posição de animosidade dos AH relativamente a este projecto da Saúde.

11:54 da manhã  
Blogger xavier said...

anymous said,
O projecto estratégico do LFP para a transformação do nosso sistema de Saúde está a ser seguido religiosamente por CC.
Afinal quem é o mestre em estratégia?

11:56 da manhã  
Blogger xavier said...

Quem quiser enviar comentários deverá fazê-lo para o nosso Email:
Xavier51(arroba)netcabo.pt

1:17 da tarde  
Blogger xavier said...

anymous said,
Para quem tinha esperança numa nova política de Saúde, ao ver a actuação de Correia de Campos não deixará de questionar-se:
Afinal para que votei no PS?
Afinal em quem vou votar nas próximas eleições?
Em qualquer um, menos no PS.

1:20 da tarde  
Blogger xavier said...

Anymous said,
Tal como no Reino Unido, quem é que poderia executar melhor esta política ?
O PS, evidentemente.
Quem é que melhor do que ninguém poderá liquidar a carreira dos AH?
O CC, evidentemente.

1:25 da tarde  
Blogger xavier said...

carlos António, said,
Curvo-me perante os AH mortos em combate.
A APAH fala baixinho para que seja só ouvida por um grupo restrito de amigos associados.
Agora quebraram o pio, quer dizer a caixa, ao SaudeSA, onde os AH se queixavam, desabafavam, carpiam e se preparavam empolgados para a guerra do São Nunca contra o tirano D. Manuel Delgado.

1:47 da tarde  
Blogger xavier said...

As parcerias público-privadas constituem uma abordagem inovadora de gestão pública que visa a realização de infra--estruturas e a prestação de serviços públicos, numa lógica de optimização das performances dos sectores público e privado. Modernamente, um número crescente de países recorre à abordagem PPP para implementar políticas públicas e projectos públicos quer no domínio das obras públicas clássicas, quer do desenvolvimento dos serviços de tipo sócio-infra-estrutural, como os hospitais públicos e outras unidades de prestação de cuidados de saúde.
Assim, em Portugal, no âmbito do SNS, as parcerias público-privadas constituem um novo mecanismo de provisão e contratação da prestação dos cuidados públicos de saúde, abrangendo no nosso ordenamento jurídico tanto os cuidados diferenciados e especializados a nível hospitalar como os cuidados primários e cuidados continuados de saúde.
Entretanto, foi iniciado um programa governamental de parcerias público-privadas para o sector hospitalar que prevê o lançamento gradual de 10 novos hospitais até ao final de 2006. Este programa encontra-se em plena execução, tendo sido adoptado um modelo de parceria reconhecidamente inovador para o sector da saúde. O modelo PPP para os novos hospitais baseia-se num contrato de gestão cujo objecto envolve a cadeia de actividades que vai desde a concepção, construção, financiamento, conservação e exploração dos activos infra-estruturais até à gestão geral do hospital, incluindo a prestação de serviços clínicos por parte do operador privado.
Esta parceria é desenvolvida por duas entidades gestoras com objectos e horizontes contratuais diferenciados, sendo remuneradas por dois mecanismos de pagamento distintos.
Jorge Abreu Simões

2:18 da tarde  
Blogger xavier said...

Anymous said:
É um contrato de Gestão, baseado no princípio: tudo ao molho e fé em Deus.
Mal estão os contribuintes que não acreditam em Deus.

2:45 da tarde  

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