Política do Medicamento
Quem assistiu hoje aos telejornais terá ficado estupefacto com a enorme confusão instalada em relação às alterações de preços dos medicamentos.
O presidente da ANF, João Cordeiro, achou oportuno intervir, uma vez mais, para atacar as medidas lançadas recentemente pelo governo sobre o regime de comparticipação de medicamentos.
Para a ANF a descida de 6% no preço dos medicamentos não traduz qualquer redução do valor a pagar pelos utentes, uma vez que o Governo acabou, simultâneamente, com a majoração de 10% em relação ao preço dos genéricos e com os medicamentos comparticipados a 100% (com excepção dos 112 medicamentos considerados suporte de vida).
O resultado desta intervenção (pura contra-informação) pôde ser avaliada de imediato pelas declarações dos entrevistados nos telejornais que consideraram que, assim, não se justificava a opção pelos medicamentos genéricos, pouco mais baratos do que os medicamentos de marca (originais, segundo os entrevistados).
É bom recordar que os medicamentos genéricos são, à partida, segundo a legislação em vigor, para a mesma substância activa, 35% mais baratos que os medicamentos de marca.
O fim da majoração de 10% dos medicamentos genéricos significará para os utentes um aumento de 4% e não de 30% (quatro milhões de euros por semestre) segundo João Cordeiro.
Realmente com adversários destes, exímios utilizadores dos meios de comunicação social, é muito difícil levar a água ao moínho.
O presidente da ANF, João Cordeiro, achou oportuno intervir, uma vez mais, para atacar as medidas lançadas recentemente pelo governo sobre o regime de comparticipação de medicamentos.
Para a ANF a descida de 6% no preço dos medicamentos não traduz qualquer redução do valor a pagar pelos utentes, uma vez que o Governo acabou, simultâneamente, com a majoração de 10% em relação ao preço dos genéricos e com os medicamentos comparticipados a 100% (com excepção dos 112 medicamentos considerados suporte de vida).
O resultado desta intervenção (pura contra-informação) pôde ser avaliada de imediato pelas declarações dos entrevistados nos telejornais que consideraram que, assim, não se justificava a opção pelos medicamentos genéricos, pouco mais baratos do que os medicamentos de marca (originais, segundo os entrevistados).
É bom recordar que os medicamentos genéricos são, à partida, segundo a legislação em vigor, para a mesma substância activa, 35% mais baratos que os medicamentos de marca.
O fim da majoração de 10% dos medicamentos genéricos significará para os utentes um aumento de 4% e não de 30% (quatro milhões de euros por semestre) segundo João Cordeiro.
Realmente com adversários destes, exímios utilizadores dos meios de comunicação social, é muito difícil levar a água ao moínho.
7 Comments:
Infelizmente o João Cordeirotem razão.
As alterações no regime de comparticipação tem sido feito pelo Governo de Forma precipitada com atropelo de prazos.
O que ressalta das medidas recentes é que os utentes vão pagar mais na aquisição dos medicamentos.
As medidas implementadas visam essencialmente reduzir a despesa do Estado, embora salvaguardando o caso dos utentes de mais baixos rendimentos e os medicamentos essenciais ao suporte de vida.
Insuportável vai a vida dos portugueses, com mais baixos rendimentos da UE dos quinze e a quem todos os dias este Governo ameaça retirar direitos adquiridos.
O Governo tem que melhorar a técnica de comunicação.
A ANF centrando o seu discurso no utente consegue fazer passar melhor a sua mensagem junto da opinião pública.
Quem assistiu ontem às declarações do secretário de estado, Francisco Ramos, na televisão certamente terá ficado decepcionado pela forma displicente como FR interveio. Sem chama, sem clareza, sem se fazer entender.
Os dados avançados, embora correctos, foram insuficientes para esclarecer a situação.
Há que melhorar a forma de fazer política.
FR tem que explicar melhor aos portugueses as recentes alterações do regime de comparticipação.
João Cordeiro saiu vencedor darecente guerra de informação.
Os portugueses aceitaram melhor as suas explicações.
Tenho recebido alguns mails a pedir informação sobre a forma de cálculo dos 30% de crescimento do valor a pagar pelos utentes na aquisição de medicamentos conforme a acusação da ANF.
Suponhamosum determinado medicamento genérico com PVP = 20 euros, pertencente ao escalão B de comparticipação (70% comp).
I - Situação antes da publicação das recentes medidas do Governo (redução de 6% do preço + termo da majoração de 10%):
PVP´= 20 euros
SNS´ = PVP (20 euros) x 0,8 (70% de comparticipação + 10% de majoração genéricos)=0 16.60 euros
Utentes (UT)´= PVP(20 euros) x 0,2% = 4,00 euros.
II – Situação depois da introdução das novas medidas:
Novo PVP"= PVP (20 euros) x 0,94 (abatido 6% redução imposta pelo Governo) = 18,80 euros.
SNS" = PVP" (18,80 euros) x 0,70 (retirada a majoração 10%) = 13,16 euros.
Utente (UT)"= PVP"(18,80 euros) x 0,3 = 5,64 euros.
Cálculo da variação = UT" – UT´/UT´
= 5,64 – 4,00 / 4 =
= 1,64 / 4 =
= 41 %
Na compra deste medicamento o utente passará a pagar mais 41 %.
Feitas as contas para os quatro escalões de comparticipação - regime geral e regime especial - teremos um aumento médio de 30% do valor a pagar pelos utentes (será isto que o senhor João Cordeiro terá querido dizer).
Globalmente considerado, a variação registada no sistema de comparticipação com a extinção da majoração de 10% s´rá um aumento de 4%, conforme afirmou o secretário de estado, Francisco Ramos.
Segundo um leitor da Saudesa (mail) os aumentos podem atingir valores muito superiores:
Os aumentos podem chegar aos 200%. Exemplo: Omeprazol Proclor 20 mg 60 cápsulas em Regime Especial. Antes 3,41 euros; agora 10,22 euros. Diferença 6,81 euros. Percentual 200%. É que, para os doentes, o que conta não é o PVP mas o que realmente pagam… Basta ir a uma farmácia para se concluir que o problema não está na comunicação do Ministério. Por muito marketing que o Ministério faça será sempre confrontado com a realidade.
Luís Oriente
Luís Oriente enviou-nos um novo mail para esclarecer que o omeprazol ainda não tem desconto de 6%:
O exemplo que eu dei está certissimo. Basta ir a uma farmácia para o confirmar. Não tomei em consideração o “abaixamento” de 6 por cento porque o medicamento em causa é de um laboratório que não terá de baixar o preço dos medicamentos – invocando um regime de excepção criado na própria lei. O regime de excepção é conhecido por “alínea Bial”.
Luís Oriente
Genéricos: 1. Para retirar a majoração dos genéricos o ministro invocou (ontem, no Algarve) o estudo encomendado pelo Infarmed a uma empresa inglesa. Mas o estudo o que recomenda é a retirada da majoração quando a quota de mercado for superior a 20% (está nos 13%); 2. Os 6% de baixa anunciados são sobre os preços. Os 10% da majoração são sobre a comparticipação. Não se pode calcular 10 – 6 = 4, porque estamos a falar de coisas diferentes; 3. Todas as medidas tomadas pelo Ministro da Saúde, neste pacote, destinam-se a penalizar os mais pobres – os que consomem genéricos (porque são mais baratos) e os que estavam no escalão dos 100% (passou para 95%).
Luís Oriente
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