quarta-feira, abril 26

Poder Central x Poder Autárquico

Esta batalha entre o poder central e o poder autárquico vai ser muito interessante de seguir.
O que me preocupa é que as declarações do secretário de Estado Adão e Silva era não só contrárias às opções do Governo (discorde-se ou não) de encerrar a maternidade de Bragança, como ele próprio fez questão de as veicular para os jornais, oficialmente, e pedindo aos jornalistas para as publicarem (ninguém me contou, aconteceu comigo).

A dúvida é a razão pela qual Adão e Silva não foi imediatamente demitido, por pressão sobre o ministro (seu chefe, convém dizer) e por estar contra o programa do Governo de que faz parte.

Esse é que é o problema. Agora digam-me que os círculos uninominais é que são bons!!!
MB

3 Comments:

Blogger tonitosa said...

Os responsáveis do poder local existem para defender os interesses das populações locais. Neste caso o interesse da população de Barcelos.
Se a posição do Presidente da Câmara de Barcelos (e de outros) incomoda agora o Primeiro Ministro e o Governo, é oportuno relembrar o conhecido caso "queijo limiano" que na altura tanto jeito deu ao Primeiro Ministro AG e ao Governo de que José Sócrates fazia parte.
Na verdade nem sempre os interesses locais coincidem quer com outros interesses locais quer com os interesses nacionais e cada um puxa a brasa à sua sardinha. Penso aliás que esta pode ser uma virtude do poder local: defender os interesses das populações locais. Não serão desejáveis extremismos, mas bem sabemos que muitas vezes o poder dos lobbies exige medidas fortes de contestação. E é tempo de se acabar com o poder hegemónico das "grandes" cidades.
Adão e Silva, mesmo sendo membro do Governo, não fez mais do que, manifestar-se contra a hipótese de encerramento da maternidade de Bragança dizendo que se demitiria se tal acontecesse. Era um "compromisso" que assumia para com a população de Trás-os-Montes.
Se Adão e Silva não fizesse como Jorge Coelho que um dia também disse demitir-se se...e depois não o fez, se hoje (por hipótese) fosse SE do Governo, veríamos se se demitiria ou não.
Quanto a Barcelos, a iclusão das valências de Ginecologia/Obstetrícia no concurso PPP do Hospital de Braga não significa, só por si, a "decisão" de encerrar a maternidade de Barcelos. E na verdade essa decisão, ao que julgo saber, não foi tomada por LFP.
De resto o que estava em marcha era o estudo sobre a rede hospitalar nessas valências, não havendo decisão.
Faria LFP diferente? Parece que CC nesta matéria é pouco inovador!

8:09 da tarde  
Blogger MBA said...

O queijo limiano só indirectamente tem a ver com este caso. Acho muito bem que o presidente da câmara de Barcelos tente defender a população da sua cidade, ele foi eleito para isso.

O mesmo não acontece com os secretários de Estado e ministros, que são nomeados para defender o pais e não uma determinada população. Pela mesmo lógica, um secretário de Estado que fosse católico defenderia apenas a Igreja Católica, um do Benfica faria com que o Estado oferecesse o estádio, e por aí adiante (os exemplos são hiperbolados apenas para defender o ponto).

Não compreendo a desresponsabilização de Adão e Silva e a crítica a Daniel Campelo. Se a postura é a mesma, então elogie-se os dois ou critique-se os dois. Eu critico os dois.

4:52 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Meu caro MB,
Apenas referi o caso "queijo limiano" por comparação com a atitude do Presidente da C.M. de Barcelos. Em ambos está em causa o poder local.
Quanto a Adão e Silva ele tomou a atitude que achou adequada à tranquilização da população. Ameaçou demitir-se se...
E nesse aspecto, por muito que custe admitir-se, parece-me que não existe grande diferença com o comportamento de um qualquer ministro que "perante a reacção/manifestação" das populações dá o dito por não dito, como tem acontecido a propósito do encerramento de SU's (por exemplo).

2:15 da manhã  

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