domingo, maio 14

Ainda o Encerramento das Maternidades


A ligeireza como, hoje em dia, os jornalistas trabalham, contribuindo para que haja cada vez mais desinformação, está bem patente neste artigo de JPG, publicado no DE (n.º 3884, 12.05.06) link
Para JPG, o surgimento de um segundo estudo técnico, na sua opinião, tão credível como o da CSMN, e a proposta do presidente da Associação Nacional de Hospitalização Privada para a realização de partos nas suas unidades, suscitaria dúvidas sobre as verdadeiras razões da decisão do Governo em mandar encerrar onze maternidades.
Esta conclusão de JPG não resiste à mais pequena análise. Senão, vejamos.
No estudo da ENSP, como reconhece o seu autor, Carlos Costa, não foram analisadas as condições que cada maternidade dispõe, nem os procedimentos técnicos que adopta, mas apenas os resultados realizados. Como esclareceu a CSMN, os bons resultados de mortalidade dos pequenos hospitais são explicáveis pela transferência de grávidas e recém-nascidos em risco para as unidades centrais. "Todos os casos complicados são enviados para outras maternidades com melhores condições".
Portanto, temos que para o objectivo em vista: avaliação da segurança das maternidades, o estudo da ENSP não pode ser considerado válido por ter utilizado um método inadequado.
Por outro lado, todos sabemos que a proposta da CSMN de encerramento de maternidades sem condições de segurança já é velhinha, tendo sido feita ao anterior Governo, não tendo LFP, na altura, conseguido reunir coragem para avançar com a sua execução .
Podemos concluir que a decisão em encerrar onze maternidades com base na falta de segurança está bem fundamentada num estudo técnico credível não havendo elementos que suscitem dúvidas sobre quaisquer outras motivações do Governo.

3 Comments:

Blogger Peliteiro said...

Diz CC que a questão central deste problema é a escassez de especialistas.

Ou seja, a decisão de encerramento das maternidades não é económica, nem técnica. É uma questão de falta de coragem, de medo de enfrentar o lobby dos médicos.

Se há falta de médicos, formem-se médicos. Simples.

11:11 da tarde  
Blogger ricardo said...

Lá chegaremos.
Quando não houver justificação técnica e houver necessidade de encerrar serviços por não haver mais condições financeiras para os manter a funcionar, óbviamente terão de ser invocadas as razões financeiras.
Neste caso não.
São razões, eminentemente, de ordem técnica que estão na base de decisão de encerramento das onze maternidades.

12:33 da manhã  
Blogger J.G. said...

O problema é maior do que o das maternidades e terá que ser equacionado/resolvido a muito muito breve prazo. Interessa a quem, se é que interessa a alguém que certos hospitais tenham serviços com 1 só especialista? O que é que faz esse especialista a não ser justificar a entidade gestora que a capacidade instalada não permite mais disto e daquilo? A título de exemplo o que faz 1 só cirurgião vascular no hospital de Braga, (população abrangida +- 400 mil habitantes; o que faz 1 só psiquiatra no hospital de Guimarães, (população abrangida +- 250 mil habitantes)?
Não seria vantajoso para todos juntar essas mini capelas, perdão, ilhas em médios ou grandes continentes?

9:21 da tarde  

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