Dívidas aos Laboratórios
Segundo o DE (06.07.06), as dívidas dos HH EPE aos Laboratórios cresceu 41,3% de Junho 2005 a Maio 2006, sendo o prazo médio de pagamento (Maio 2006) de 247 dias. A dívida vencida dos HH SPA regista também um agravamento significativo, a partir de Janeiro deste ano, ultrapassando já os 100 milhões de euros link
Esta situação dos hospitais deve-se fundamentalmente a dois factores: O orçamento rectificativo (OER) de 1,8 mil milhões de euros, aprovado em Junho 2005, não conseguiu baixar significativamente a dívida dos hospitais aos laboratórios e a despesa hospitalar com medicamentos no corrente ano continua com crescimentos elevados.
Como se sabe a indústria reage aos atrasos nos pagamentos, por parte dos hospitais, aumentando os preços dos medicamentos. No estudo sobre os Hospitais SA, Miguel Gouveia calculou uma taxa de juro implícita de quase 30% do preço para atrasos de cerca de um ano .
Nesta matéria tudo como dantes. Quer dizer, como sempre.
Esta situação dos hospitais deve-se fundamentalmente a dois factores: O orçamento rectificativo (OER) de 1,8 mil milhões de euros, aprovado em Junho 2005, não conseguiu baixar significativamente a dívida dos hospitais aos laboratórios e a despesa hospitalar com medicamentos no corrente ano continua com crescimentos elevados.
Como se sabe a indústria reage aos atrasos nos pagamentos, por parte dos hospitais, aumentando os preços dos medicamentos. No estudo sobre os Hospitais SA, Miguel Gouveia calculou uma taxa de juro implícita de quase 30% do preço para atrasos de cerca de um ano .
Nesta matéria tudo como dantes. Quer dizer, como sempre.
5 Comments:
Para quem ler os Relatórios e Contas dos HH EPE's, estes dados não surpreendem.
O que parece é que não estão a ser seguidas orientações (?) do Governo a avaliar pelo que disse, não há muito tempo, o Senhor Ministro da Saúde no sentido de que a redução dos prazos de pagamento à indústria farmacêutica proporcionará compras a melhores preços.
Porque razão muitos dos HH continuam com elevadas disponibilidades depositadas em Bancos a taxas bem inferiores aos descontos que poderiam obter com a redução dos prazos de pagamento?
E que dizer do aumento da dívida dos HH SPA referido pelo DE?
Talvez interesses bancários?
A razão deste atraso crónico no pagamento das dívidas à Indústria Farmacêutica são o subfinanciamento da Saúde que se verificou até ao OE 2006 e o facto de a indústria não cobrar juros.
Até aqui as administrações dos HH resolviam estas situações com os Orçamentos rectificativos.
Segundo CC os OERs, a partir do corrente ano, terminaram.
Então como vai ser ?
Eis as palavras certeiras de Vivóporto, em Agosto passado:
“(…)
3º- Como economista (da saúde, político), as medidas que tem tomado ou está a pensar tomar nada abonam a seu favor enquanto especialista. Cortar na despesa cegamente, como nos HH SPA, isso não é de economista, mas de dono de casa, manter todas as mordomias dos gestores SA é cegueira económica, manter tantos gestores na Administração de topo dos Hospitais, é brincar com os nossos impostos, pensar que a venda livre de medicamentos vai resultar em poupança para o Estado, é ingenuidade económica, como já se está ver nas movimentações que a ANF está a desenvolver. A teimosia e o autoritarismo balofo, em economia política, dão sempre no que dão, em tiros pela culatra. Não se mata um leão com atiradeiras.
(…)”
E os resultados estão à vista e comprovados.
CC e FR repousam na poltrona académica. Fazias-lhe bem fazer um estágio à frente dos HH, ou centros de saúde, para poderem aprender o que não vem nos livros. Para eles é simples traçarem objectivos, no papel e sem qualquer consistência com a nossa realidade, e determinar aos outros que os cumpram, como se isso fosse possível. Tenham brio intelectual e profissional e vejam como se faz macro-gestão nos grandes grupos económicos. Ou façam-se rodear de profissionais competentes que os aconselhem na boa governação.
Quanto ao orçamento “realista” de 2006 seria bom que CC e FR nos dessem a conhecer os estudos que fizeram, ou mandaram fazer, que lhes permite fazer tal afirmação.
Mas, como muito bem refere o PEDRO “(…)Já todos sabemos que em Portugal o crime político nunca é responsabilizado. Mas devia sê-lo.”
E por aqui me fico.
Não havendo orçamento rectificativo aonde é que CC vai buscar dinheiro para pagar as dívidas à Indústria e às Farmácias ?
Empréstimos bancários ?
Venda de património ?
Utilização do capital social das empresas hospitalares ?
Talvez com o rectificativo de 2007.
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