segunda-feira, julho 17

Entrevista


O Presidente do Conselho de Administração do Infarmed, Vasco Maria, prestes a concluir um ano de mandato, deu uma entrevista à GH (n.º 18, Julho 2006). link onde revela que está para breve a alteração das comparticipações dos medicamentos para os doentes crónicos.
Demonstrando preocupação pelo politicamente correcto não arriscou responder a duas questões importantes: “liberalização da propriedade da farmácia” e “abertura de farmácias nos hospitais”.
Da entrevista à GH, transparece a forte determinação do Presidente do Infarmed em levar por diante a reforma da estrutura organizacional deste Instituto: “optimização processual com vista a uma transversalidade de funcionamento, na interoperabilidade dos sistemas de informação e na implementação de modelos de gestão mais eficientes.”

GHComo encara a liberalização da propriedade da farmácia?
VM – Como responsável máximo pela administração do INFARMED não me compete fazer juízos de valor relativamente às medidas de política decididas pelo Governo. Cabe-me, antes, desenvolver todos os esforços para que essas medidas possam ser implementadas como decidido.
GHE a abertura de farmácias nos hospitais?
VM – Do mesmo modo, compete ao INFARMED colaborar com o Ministério da Saúde na definição das condições de abertura das farmácias hospitalares à gestão de privados, como previsto no acordo assinado, contribuindo, assim, para uma maior acessibilidade dos doentes aos medicamentos nas melhores condições de utilização.
GHO PRACE vai afectar, de uma forma geral , todos os ministérios e organismos deles dependentes ou por eles tutelados. Que alterações prevê para o INFARMED?
VM – Desde o início das suas funções que o Conselho de Administração do INFARMED identificou a necessidade de proceder a uma reestruturação da organização e do funcionamento do Instituto de modo a dotá-lo com as competências técnicas, recursos humanos e instrumentos de gestão indispensáveis a uma organização virada para o futuro. O PRACE veio facilitar o processo de transformação e criou uma janela de oportunidade que decidimos não desperdiçar. Deste modo, a intervenção traduzir-se-á na revisão organizacional e optimização processual com vista a uma transversalidade de funcionamento, na interoperabilidade dos sistemas de informação e na implementação de modelos de gestão mais eficientes.
GHE quando é que se prevê que essas alterações sejam aplicadas?
VM – O processo de transformação já se iniciou e prevê-se que as principais alterações sejam implementadas ainda durante o segundo semestre de 2006, devendo estar já a produzir efeitos no início de 2007.
GHEm termos práticos, que mais -valias vão essas alterações trazer para a instituição?
VM – A recente revisão da legislação europeia na área do medicamento e dos produtos de saúde, bem como o alargamento das áreas de competência do INFARMED, aliados a transformações profundas nos métodos de desenvolvimento de novos medicamentos, decorrentes da utilização de novas tecnologias, criam importantes desafios para o futuro. Com o processo de transformação em curso pretende-se dotar o Instituto com as competências técnicas e científicas adequadas, bem como desenvolver uma organização mais ágil e procedimentos mais eficientes que nos permitam enfrentar esses desafios. Por outro lado, será possível implementar uma gestão baseada em objectivos e virada para os resultados, cumprir exigências de maior transparência e rigor, bem como promover uma nova cultura de serviço aos nossos clientes.
GH n.º 18, junho 2006