sábado, setembro 9

Concurso H. Braga PPP


O semanário expresso desta semana (n.º 1767 de 09.09.06), formato “berliner”, 2,8 euros preço de capa (20 cêntimos + barato), DVD grátis, nova paginação e arranjos gráficos, tudo planeado para enfrentar a concorrência e o futuro.
Esta grande remodelação deve ter tido como preocupação dominante a melhoria de conteúdos. Veremos.

Na página 18 do caderno de economia (formato "berliner") um trabalho sobre as Parcerias Público-Privadas com o título: “Hospital de Braga segue para tribunal”, que mais parece uma peça de encomenda. Ainda procurei nos cantos da página o aviso "publicidade", mas nada. A complexidade do tema torna a tarefa do jornalista difícil, diga-se em abono da verdade, de qualquer forma era de esperar melhor do expresso remodelado.

De acordo com o relatório preliminar de avaliação das propostas do concurso do Hospital Universitário de Braga PPP, temos :

a) A Espírito Santo Saúde/Mota Engil, (7,48 pontos) e Mello/Somague (6,88 pontos) a passarem à segunda fase de negociação
link

b) A CESPU, terceira classificada (6,28 pontos) com a segunda melhor proposta em termos de preço, mas ultrapassada pela José de Mello Saúde em todas as outras alíneas da avaliação, fica pelo caminho.
Este resultado não é de estranhar pois, na verdade, a concorrente CESPU não tem nenhuma experiência nem solidez na área hospitalar e a qualidade da sua proposta é fraca, com várias negativas e muitas insuficiências;

c) Os preços apresentados pelo BES e pela CESPU, são susceptíveis de levantar dúvidas porque aparentam ser demasiados baixos - o do BES bate mesmo o menor valor esperado numa área (que daria classificação máxima);

d) A verdade é que a proposta colocada em 1º lugar pelo júri (BES) tem menor qualidade (apenas 5ª) e apenas atrás da CESPU, o que não é muito auspicioso (o BES andou meses a dizer na comunicação social que a qualidade é que era importante, não o preço ...).

e) Entretanto apesar dos milhões já gastos nos concursos de hospitais ainda nenhum chegou sequer á negociação e há dúvidas, mais que muitas, nestes concursos que são como o duracel "duram, duram..."

Perante tanta trapalhada, tantos problemas surgidos e considerando as dúvidas quanto ao que acontecerá no futuro (capacidade do Estado de controlar, poder dos concorrentes para mudar contratos anuais a seu favor, etc.) pergunta-se: Não será de mudar o objecto do concurso (só edifício e equipamento)? É que este concurso para Hospitais, sui generis português e bem diferente do modelos Inglês e Espanhol, até agora só deu despesas e problemas...

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4 Comments:

Blogger ricardo said...

Esta tem sido uma pesada herança de Luís Filipe Pereira.

Pelo modelo - construção e prestação de cuidados - o que torna demasiado pesado o processo de apreciação, susceptível de levantar frequentes e intrincadas reclamações e recursos com derrapagem de prazos capazes de conduzir ao impasse do concurso.

As dúvidas que refere o Xavier quanto à capacidade futura do Estado na supervisão e fiscalização destes contratos muito complexos.
Efectivamente que garantias temos que os concorrentes vencedores destes concursos não possam mudar futuramente os contratos anuais a seu favor?

11:50 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Os Deuses parecem não estar de acordo com esta privatização por atacado dos hospitais do SNS.

12:20 da tarde  
Blogger saudepe said...

O problema é que o Estado faz estas tolices e põe-nos a pagar, através dos nossos impostos, o lucro desmedido destes senhores.

O Estado português mau prestador vai passar a ser um fiscalizador exemplar capaz de salvaguardar a qualidade e o preço justo das prestações ?

Alguém acredita nisto?
A quem serve o negócio das Parcerias da saúde?

Vejam o fracasso destas experiências no Reino Unido, onde o Estado tem outra capacidade de intervenção na fiscalização deste tipo de contratos.

2:49 da tarde  
Blogger Clara said...

Sobre o projecto das Parcerias o Xavier não devia estar a perder tempo com análises técnicas sobre o andamento dos processos.

As parcerias fazem parte de um projecto de privatização da Saúde criado pelo anterior ministro LFP.

Da mesma forma Marques Mendes pretende privatizar a Segurança Social em parceria com o governo PS e o patrocínio do PR.

Vasco Pulido Valente escreveu no JP que o PSD existe, porque representa uma visão da sociedade e do mundo incompatível com a do PS. Ou, pelo menos diferente. Se concordar com ele no essencial, não precisa de existir.

Quem tem vindo a concordar com o PSD tem sido o PS.
Sócrates usurpou o espaço político do PSD.

CC concordou com o projecto das PPP de LFP.
Nós não estamos de acordo com este projecto de LFP / CC.

A continuar com esta política, quem corre o risco de deixar de existir é o PS.

9:44 da tarde  

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