Requalificação da RIS
A propósito do GOP 2oo7 e da requalificação (com eventual externalização) da rede informática da saúde (RIS), achei oportuno apresentar alguns exemplos link , entre os quais a Dinamarca, onde a informatização da rede de cuidados primários constitui uma feliz realidade com importantes benefícios para os utentes e os profissionais da saúde. Fazemos votos que a referida requalificação não sirva de pretexto, uma vez mais, como diz o Pedro, para "satisfazer a voragem dos lobbies existentes neste domínio, alguns dos quais (um dos quais?), diz-se, apadrinhado superiormente? ".
A Dinamarca é um dos países europeus onde a prestação de cuidados primários melhorou significativamente após a informatização dos consultórios dos médicos de clínica geral. Podemos dizer, com rigor, que, hoje em dia, na Dinamarca, todos os consultórios médicos estão informatizados e utilizam registos médicos electrónicos (EMR).
Efectivamente a utilização da informática e das comunicações electrónicas traduziu-se em muitas vantagens para actividade destes clínicos. Em primeiro lugar na melhoria do diálogo com os hospitais, através do acesso rápido aos resultados de exames, marcação de consultas, admissões/altas do internamento, informação do processo clínico dos doentes. Emissão e recepção de mensagens clínicas: pedidos e resultados dos laboratórios, prescrições, relatórios. Acesso fácil a bases de dados para o desenvolvimento de investigação sobre os vários casos clínicos. Suporte à gestão das doenças crónicas.
"(...) Standardised messages have now been implemented in 50 different computer systems, including 16 primary care systems, nine hospital systems, 12 laboratory systems and four pharmacy systems. The national electronic network is used by three quarters of the healthcare sector, altogether more than 2,500 different organisations. All hospitals, all pharmacies, all laboratories and over 1,800 general practices are connected; over 400 specialists, physiotherapists and the local authority health visitor services now participate in the electronic communication via the national healthcare data network. Around two million messages a month are exchanged representing over 70% of the total communication in the primary sector .
Simplified repeat medication prescribing is another major gain; a process that used to mean having to find and retrieve paper charts and hand write a script now takes only seconds to complete. Danish doctors comment that they have much quicker access to all of their patient data - particularly recent reports and results. They are often able to finish all that needs to be done while the patient is still present. Doctors report that they save at least one hour a day of staff time. As a result they are able to see an estimated 10% more patients. Studies have found that a Danish GP saves more than 30 minutes each day as a result of receiving lab results and discharge letters and sending prescriptions electronically.
A Dinamarca é um dos países europeus onde a prestação de cuidados primários melhorou significativamente após a informatização dos consultórios dos médicos de clínica geral. Podemos dizer, com rigor, que, hoje em dia, na Dinamarca, todos os consultórios médicos estão informatizados e utilizam registos médicos electrónicos (EMR).
Efectivamente a utilização da informática e das comunicações electrónicas traduziu-se em muitas vantagens para actividade destes clínicos. Em primeiro lugar na melhoria do diálogo com os hospitais, através do acesso rápido aos resultados de exames, marcação de consultas, admissões/altas do internamento, informação do processo clínico dos doentes. Emissão e recepção de mensagens clínicas: pedidos e resultados dos laboratórios, prescrições, relatórios. Acesso fácil a bases de dados para o desenvolvimento de investigação sobre os vários casos clínicos. Suporte à gestão das doenças crónicas.
"(...) Standardised messages have now been implemented in 50 different computer systems, including 16 primary care systems, nine hospital systems, 12 laboratory systems and four pharmacy systems. The national electronic network is used by three quarters of the healthcare sector, altogether more than 2,500 different organisations. All hospitals, all pharmacies, all laboratories and over 1,800 general practices are connected; over 400 specialists, physiotherapists and the local authority health visitor services now participate in the electronic communication via the national healthcare data network. Around two million messages a month are exchanged representing over 70% of the total communication in the primary sector .
Simplified repeat medication prescribing is another major gain; a process that used to mean having to find and retrieve paper charts and hand write a script now takes only seconds to complete. Danish doctors comment that they have much quicker access to all of their patient data - particularly recent reports and results. They are often able to finish all that needs to be done while the patient is still present. Doctors report that they save at least one hour a day of staff time. As a result they are able to see an estimated 10% more patients. Studies have found that a Danish GP saves more than 30 minutes each day as a result of receiving lab results and discharge letters and sending prescriptions electronically.
Através deste pequeno resumo podemos compreender o longo caminho que há a percorrer, entre nós, nesta matéria.
7 Comments:
É de salientar o cuidado em referir
"com eventual externalização".
O que é que o EVENTUAL está a fazer nesta curta frase?
As orientações do IGIF são para externalizar todos os trabalhos de informática, cabendo a este instituto apenas o planeamento e supervisão técnica dos contratos de "out sourcing".
A má consciência também se revela nestes pequenos pormenores.
Orientação diferente tem o Such.
Segundo a sua presidente o "out sourcing" é negócio ruinoso para a saúde e a orientação é no sentido de assumirem novas competências em áreas onde não têm qualquer "know how" ou experiência.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Caro Guidobaldo
Ao referir o caso da Dinamarca foi minha intenção chamar a atenção para um dos bons exempos a seguir.
Não vá CC derrapar, como aconteceu com os MNSRM.
Quem terá sido a iluminária a aconselhá-lo nessa matéria !
Sem rede informática e registos médicos electrónicos, os cuidados de proximidade são mera ficção.
Hoje em dia a clínica médica não se faz só com estetoscópio.
PCs, software adequado, ligações em rede são ferramentas indispensáveis ao exercício da clínica dos cuidados primários.
As ligações electrónicas é que viabilizam cuidados de proximidade.
Apetece-me repetir o comentário:
Não sou muito versado nestas coisas dos sistemas de informação. Mas há uma coisa que retenho: é a noção de "sistema" aprendida nas Matemáticas.
Partindo desse conceito não deixo de me interrogar sobre o seguinte:
Uma das componentes (equação?)de maior relevância do sistema é certamente a informatização dos SU's.
Ora, como por mais que uma vez aqui referi - e curiosamente, ou talvez não, sem quaisquer outros comentários - foram "adquiridos" por vários hospitais os serviços ALERT, atingindo montantes de muitos milhões de euros. Esse processo está, como sabemos, a ser implementado em vários hospitais.
Não devia estar já definida a "ARQUITECTURA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO SNS"?
Ou será que toda a arquitectura está desde logo condicionada pelo ALERT?!
Quem condiciona quem e o quê?
No momento actual, não existe uma rede de partilha de dados em Portugal, entre os vários sistemas de informação de saúde; os conceitos e termos usados por cada um não são uniformes, impossibilitando qualquer comparação; e, salvo algumas excepções, os indicadores e relatórios existentes não se adequam à sustentação dos processos de gestão e planeamento da saúde, nem à monitorização das políticas neste sector. Acresce referir que a acessibilidade aos dados armazenados é nula, por parte dos utilizadores-avaliadores, o que implica enormes perdas de eficiência. O desenvolvimento de um sistema de informação global moderno, eficiente e flexível constitui-se, pois, como uma das linhas de acção prioritárias para o sucesso da reforma dos CSP
A. O sucesso da reforma dos CSP é determinado pela adequação dos sistemas de informação;
B. Tal adequação implica a existência de processo de gestão estratégica da informação, participada por decisores e técnicos aos vários níveis de intervenção – central, regional e local – designadamente da DGS e das ARS.
C. O desenvolvimento de um sistema de informação global moderno, eficiente e flexível passa pela adequação de:
• flexibilidade dos vários aplicativos informáticos: a garantia de interoperabilidade entre os sistemas aplicacionais é condição essencial da necessária flexibilização;
• acessibilidade: os sistemas de informações devem proporcionar acesso fácil, seguro e adequado aos dados e informação armazenados, por parte dos utilizadores das áreas de gestão estratégica, de programação de saúde, da avaliação, da vigilância epidemiológica ou de saúde, de gestão operacional, entre outros;
• uniformização dos termos e conceitos utilizados nos vários sistemas de informação que recolhem, resumem e divulgam dados de saúde: condição indispensável à comparabilidade dos dados e informação;
• relevância e adequação: deve ser assegurado que a criação, adaptação ou modificação dos sistemas de informação de saúde seja assessorada e acompanhada tecnicamente por peritos das respectivas áreas de saúde-alvo;
• automatização: os painéis de monitorização de apoio à gestão administrativa e clínica, devem ser produzidos automaticamente pelas aplicações informáticas, desde o nível local até ao nível nacional.
GTPRCSP-Reorganização Cuidados Primários
Sobre esta matéria penso não haver informação pública sobre a execução das medidas propostas por este grupo de trabalho.
Estou em total acordo com a Clara e sobretudo quando refere a necessidade de "existência de processo de gestão estratégica da informação, participada por decisores e técnicos aos vários níveis de intervenção – central, regional e local – designadamente da DGS e das ARS".
Na verdade de nada valerá ter informação se não se fizer o seu tratamento - a sua gestão.
Deve também pensar-se que ter excesso de informação é também um erro em que os gestores caem com frequência; têm muita informação mas não sabem fazer dela uso adequado.
Um abraço à Clara.
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