Mau Ministro
Uma das razões, esfarrapada, apresentada por CC, para a introdução das taxas de penalização foi a alta taxa de crescimento da despesa, na última década, sem contrapartida ao nível da prestação de cuidados de saúde. Passámos do 16º lugar para o 6º (?) no ranking dos países mais gastadores.
Estamos perante um cenário preocupante para qualquer ministro da saúde ou partido no poder. O que se esperava de um bom ministro da saúde é que soubesse intervir no sentido de mobilizar as organizações para, através de ganhos de produtividade, reduzir a despesa e, deste modo, controlar o déficite.
CC foi pelo caminho mais fácil. Tendo por objectivo o controlo do déficite carregou no esforço das famílias, majorando a receita e não se preocupando, na mesma dimensão, com a redução da despesa.
Em recente entrevista concedida a um canal de TV MD portou-se à altura, como lhe compete, e não alinhou com a voz do dono. Relativamente às novas taxas moderadoras para o internamento perdão, taxas penalizadoras, classificou-as como uma nova forma de financiamento do SNS, de co-pagamento, e salientou o que o MS anda a esconder não referindo que o esforço das famílias portuguesas, para a sua saúde, já ronda os 3% do PIB, contra os cerca de 2% dos nossos parceiros comunitários. Por outros indicadores cada português paga, para além dos impostos que financiam o SNS, cerca de 40% do custo dos cuidados de saúde que recebe (taxas moderadoras, medicamentos, consultas e clínicas privadas, entre outros). Na CE a média é de cerca de 20%.
É por isto que considero CC como um mau MS. É por este caminho que CC deita abaixo o SNS. Espero que os eleitores lhe dêem a adequada e oportuna resposta.
Estamos perante um cenário preocupante para qualquer ministro da saúde ou partido no poder. O que se esperava de um bom ministro da saúde é que soubesse intervir no sentido de mobilizar as organizações para, através de ganhos de produtividade, reduzir a despesa e, deste modo, controlar o déficite.
CC foi pelo caminho mais fácil. Tendo por objectivo o controlo do déficite carregou no esforço das famílias, majorando a receita e não se preocupando, na mesma dimensão, com a redução da despesa.
Em recente entrevista concedida a um canal de TV MD portou-se à altura, como lhe compete, e não alinhou com a voz do dono. Relativamente às novas taxas moderadoras para o internamento perdão, taxas penalizadoras, classificou-as como uma nova forma de financiamento do SNS, de co-pagamento, e salientou o que o MS anda a esconder não referindo que o esforço das famílias portuguesas, para a sua saúde, já ronda os 3% do PIB, contra os cerca de 2% dos nossos parceiros comunitários. Por outros indicadores cada português paga, para além dos impostos que financiam o SNS, cerca de 40% do custo dos cuidados de saúde que recebe (taxas moderadoras, medicamentos, consultas e clínicas privadas, entre outros). Na CE a média é de cerca de 20%.
É por isto que considero CC como um mau MS. É por este caminho que CC deita abaixo o SNS. Espero que os eleitores lhe dêem a adequada e oportuna resposta.
Xico do Canto
7 Comments:
Excelente análise do Xico do Canto.
Um abraço
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Esperava-se uma outra política de saúde, esperava-se mais de CC.
Para ser uma cópia de LFP, a maioria dos portugueses preferia o original.
Será interessante analisar porque, numa altura em que o ministro consegue cumprir o orçamento da saúde, parece acentuar-se mais a sensação de desencanto relativamente a esta política de saúde.
Faço minhas as palavras do Xavier.
Concordo em absoluto com este comentário do Xico do Canto e volto a salientar que as comparações em termos de percentagem do PIB são sempre relativas. Na verdade se abordarmos a análise em termos de despesas per capita a situação é ainda pior para os utentes do nosso SNS. A percentagem do rendimento disponível das famílias portuguesas com despeas de saúde é bem maior do que a da maioria dos europeus, sendo em contrapartida as despesas per capita do Estado bem menores. E isto é tanto mais importante quanto o rendimento médio das famílias portuguesas fica bem aquém, como sabemos, do rendimento médio dos cidadãos da UE. E pior ainda quando sabemos que somos já os mais "castigados" com impostos.
Por isso não surpreende que finalmente os trabalhadores portugueses tenham mostrado um cartão já "muito avermelhado" ao Governo. E por mais que o Primeiro Ministro diga que "não o assustam as manifestações e o gritar alto" bem sabemos que não é assim. Os políticos sabem bem que em Democracia os erros acabam por se pagar e JS não foge à regra.
Finalmente, acresce dizer que CC para além do encerramento de serviços de saúde não tem na verdade nada de novo que tenha feito até agora para além de uma ou duas "inaugurações" de obras que já estavam em vias de conclusão quando assumiu o cargo.
Será que o Sr. Ministro não ouviu nem se interessou o que José Socrates disse "Espanha, Espanha, Espanha" - também se aplica, e muito, à área do SNS.
Melhor que CC só Manuel Pinho!...
É preciso ter lata!...Então o homem não devia tentar manter pelo menos alguma coerência?!
A mim não me surpreende pois já antes de ser ministro dizia coisas disparatadas. O problema é que o homem acha que é melhor que todos os outros, só porque teve uma passagem pelos "ESTATES". Depois deve ter alguma mágoa por não ter sido ministro no tempo do PSD/Cavaco (e não só). Vai daí, acusa a "oposição" (o PSD) de ter "RAIVA" de ....
Quando eu era miúdo, lembro-me que costumávamos dizer: raiva têm os cães!
PS: depois de ter anunciado a extinção do IPQ, Manuel Pinho recuou e vai afinal reforçar as competências do IPQ (Inst. Port. da Qualidade). Porque será? Terá havido influência da Associação Portuguesa para a Qualidade?
Não há outro caminho para o ex-SNS!
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