Inovação
(...) «Quando começaram a surgir empresas de biotecnologia, pensava-se que com pequenos estudos, por exemplo na área da Oncologia, podíamos pôr um produto rapidamente no mercado, isto é, precisávamos de menos investimento.
Não é verdade.
Sabe-se quanto custa desenvolver um produto de biotecnologia: 1, 7 biliões de dólares!. »
E também «não é verdade que os medicamentos venham da Universidade. Da universidade vêm ideias, da biotecnologia vêm pistas, mas só a grande Indústria Farmacêutica pode desenvolver medicamentos».
TM, Arthur Higgins, presidente da EFPIA (European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations
E também «não é verdade que os medicamentos venham da Universidade. Da universidade vêm ideias, da biotecnologia vêm pistas, mas só a grande Indústria Farmacêutica pode desenvolver medicamentos».
TM, Arthur Higgins, presidente da EFPIA (European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations
2 Comments:
O problema é que este mercado funciona através da comparticipação na aquisição dos medicamentos.
O Estado tem assim legitimidade para controlar racionalizar a despesa com medicamentos.
A Indústria queixa-se da redução dos lucros astronómicos que usufruiu durante largos tempos. A consequência é a redução do investimento em investigação.
E a tentativa de encontrar uma nova via para repor as vantagens perdidas.
Partinha de risco. A despesa como investimento pelos ganhos de saúde associados à utilização da nova tecnologia. Busca de um novo paradigma de mercado.
Tudo indica que o acesso futuro à inovação será cada vez mais difícil. Confinando-se ao poder das classes de maiores recursos.
Na inovação terapêutica a partilha de riscos, nos próximos tempos, parece-me inevitável. De riscos económicos, entenda-se.
Como se pode depreender das declarações de A. Higgins, a Industria é a locomotiva do desenvolvimento dos novos medicamentos.
Mas também, de modo directo ou indirecto, avocou a sua experimentação (ensaios clínicos), i.e., a sua evidência farmacológica e clínica.
A industria atrelou à sua locomotiva algumas carruagens.
E, podemos imaginar (só imaginar!) que um investimento de 1,7 biliões de dolares (custo estimado de um produto de bio-tecnologia) não pode ser deitado ao lixo.
Como não haverá tão cedo - não vale a pena discutir (agora) as multiplas causas - uma investigação e uma triagem clínica independente e credível destes interresses e a introdução no mercado pode acarretar distorções, o melhor será partilhar os riscos.
Mas, esta será sempre uma solução de recurso e de defesa dos Estados que têm um serviço de saúde com cobertura universal.
Porque, o deontologicamente correcto será retomar velhos hábitos e promover uma investigação clínica idónea, rigorosa, isenta e fora do circulo (cada vez mais largo) de interesses económicos da Indústria, que conduza a uma evidência científica transparente, límpida e segura.
Não precisamos de inventar. Os países nórdicos, nomeadamente a Dinamarca, há alguns anos que se dedicam a isso aplicando desde este ano o modelo de "case handling times" em 4 fases: start-up, assessment, follow-up and decision.
O acesso à inovação terapêutica será, como se prevê, difícil, mas ao menos, que seja seguro para os doentes!
Termino com a sensação que estou a enviar votos de Bom Natal...
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