terça-feira, outubro 7

Crise brutal em perspectiva?

maquete H. Universitário de Braga PPP
“Isto pode entrar numa crise brutal”. A frase é de António Mota, presidente da Mota-Engil e demonstra bem a preocupação que o sector da construção sente ao olhar para a crise que assola os mercados financeiros e as grandes necessidades de financiamento colocadas pelos projectos de infra-estruturas lançados pelo actual Executivo. O presidente da Mota-Engil, que discursava ontem no XVII Congresso da Ordem dos Engenheiros, afirmou ainda que, por exemplo, no caso do projecto de alta velocidade, “pode não haver liquidez na banca para fazer ‘project finance’, além de que já não existem juros bons”. link DE 03.10.08

Os investimentos públicos vão debater-se com enormes dificuldades. Também as PPP para Hospitais irão sofrer, digo eu – poderá ter que se bloquear, limitar ou protelar os contratos do Estado com os adjudicatários.
Será que é caso para dizer: Há males que vêm por bem!

6 Comments:

Blogger tonitosa said...

A crise, ainda assim, não atinge todos por igual.
E aqueles que são os principais responsáveis por aqui termos chegado, estão certamente já "a salvo" e mesmo que percam uma parte das suas poupanças(?) continuarão a rir-se dos "pobres" e a pensar na próxima fase para voltarem a repetir os seus feitos.
A Mota Engil certamente não terá muitas razões para preocupação e sempre poderá pensar em compensações vindas do novo contrato para "contentores" em Alcântara!
Parece que até Daniel Bessa já vem dar razão a M. F. Leite.
Oxalá ela não tenha tido "razão antes do tempo".

1:29 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Inspecção-Geral de Saúde vai controlar a aplicação da lei que define os salários dos administradores dos hospitais com gestão empresarial. A investigação surge na sequência dos casos em que os gestores abusaram das liberdades concedidas pela criação dos hospitais SA e EPE.
DE 07.10.08

Tudo bem!
Mas isto já foi chão que deu uvas.
Há outras areas prioritárias para inspecionar. Nomeadamente no sector privado.

10:24 da manhã  
Blogger rezingão said...

O primarismo intelectual tem o defeito de prejudicar a qualidade de discussão dos problemas. O que está em causa não é uma espécie de campeonato de “bondades” do bloco central. Se é mais Mota-Engil ou mais Lusoponte. Nesta matéria os partidos do chamado “arco de governação” (que inclui o CDS) têm uma longa folha de serviços. O que está em causa é a reconstrução do pensamento político e económico pós-capitalista num quadro de implosão brutal do modelo neo-liberal baseado na rejeição do Estado e numa (irresponsável) auto-regulação que falhou em toda a linha. Percebe-se que quem vê a política numa óptica clubística não tem tempo nem espaço intelectual para ir ao fundo das questões. Compreende-se a dificuldade de grande número de actores (políticos e económicos) como Alexandre Relvas, Miguel Frasquilho e tantos outros quando confrontados com o fim do dogma sobre o qual foram criados e formados. No entanto, é espantoso ver Joe Berardo pedir a condenação dos especuladores e Ângelo Correia zurzir na desregulação do mercado. O mundo está a voltar as costas ao capitalismo, às teses neo-liberais e a refugiar-se na protecção do Estado. Obama já ganhou as eleições americanos. É o começo de um novo ciclo onde aventuras irresponsáveis (tipo PPP com gestão clínica na saúde) deixarão de poder existir. Cabe até perguntar se, neste cenário a JMS retira o “desconto” oferecida para Braga ou se pretende acautelar uma cláusula de “nacionalização” da operação se as coisas correrem mal...

11:23 da manhã  
Blogger Clara said...

Nós estamos a meio da discussão com os enfermeiros na área das carreiras técnicas. Uma greve, seja ele de quem for, não é um processo bom no meio de uma discussão de carreiras e de uma negociação importante
Ana Jorge,
Diário Digital, 30/09/08

A lógica é a de tentar demonstrar quem é o mais forte. Quem está em melhores condições de resistir à pressão.

11:27 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

O governador do Banco de Portugal afasta a hipótese de uma crise brutal.

"Neste momento, as intervenções [estatais] são necessárias".

"É importante garantir que estas intervenções estatais continuem". O Pacto de Estabilidade da União Europeia tem uma margem de flexibilidade para períodos económicos negativos.

Constâncio disse ainda que não espera que tenha lugar uma profunda recessão global, uma vez que a economia mundial é resistente, ajudada pela força de algumas economias emergentes.

"O cenário mais provável é o de alguma solidez por parte da economia global, e em particular das economias emergentes (...). Estas estão a contrabalançar a recessão técnica que se regista em alguns países desenvolvidos."

Em relação a Portugal, Constâncio disse que o sistema financeiro nacional é "robusto".

"Portugal beneficia de ter um sistema financeiro moderno e robusto, o que é positivo para o nosso desenvolvimento económico".

Sem contar, como é evidente, com as aventuras "off shore" do BCP pessimamente descortinadas, como se viu, pelo Banco de Portugal.
Haverá mais?

12:30 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Expliquem-me que sou...

Na minha estreita visão do problema, um sistema público, como o nosso, não será directamente afectado pela crise financeira.
Só será por tabela. O crescimento diminuirá (recessão/ou não?), o PIB também, e orçamento da Saúde "sofre" (indirectamente).

Agora, por exemplo, muitos dos HH's privados americanos, com orçamentos subordinados e condicionados às contratações com seguros, julgo que a insolvência poderá andar pela porta. À medida que a economia enfraquece o impacto será mais violento nas empresas (do que no Estado) e acabam-se os sistemas de co-pagamentos que sustentam e viabilizam muitos desses contratos.

Ainda bem que existe um SNS...
Será assim?

8:07 da tarde  

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