quarta-feira, outubro 22

Portugal, entre os piores

O relatório "Growing Unequal? : Income Distribution and Poverty in OECD Countries" link, coloca Portugal entre os países da OCDE onde a distribuição do rendimento é mais desigual. Efectivamente, na tabela de índice de Gini, Portugal aparece com 0,42 pontos, muito acima da Dinamarca e Suécia com apenas 0,28 pontos. link

O DE
link considera esta situação um paradoxo num país em que o Estado gasta 28 mil milhões de euros em despesas sociais. Serão estes dados suficientes para demonstrar a ineficácia do nosso investimento nas áreas sociais? Como aos liberais de pacotilha interessa demonstrar!
Sobre esta matéria o relatório da OCDE, não deixa de referir: «Não interessa apenas o rendimento. Os serviços públicos tais como a educação e a saúde podem ser instrumentos poderosos na redução da desigualdade .»
«Os serviços públicos tais como a educação e a saúde são distribuídos de forma mais igualitária que o rendimento. De forma que incluindo estes factores numa concepção mais abrangente dos recursos económicos a taxa de desigualdade decresce, embora com pequenas alterações na classificação dos países. »

4 Comments:

Blogger tambemquero said...

Há quem aposte em fazer mais sangue. Através de criticas à universalidade extrema do nosso sistema.
Para este senhores o fosso é ainda demasiado estreito.

1:26 da tarde  
Blogger helena said...

A (desigualdade) da distribuição do rendimento não é sinónimo de pobreza.

Os períodos de maior desenvolvimento económico são acompanhados pelo acentuar das desigualdades do alargamento do fosso entre ricos e pobres.
Os investimentos sociais servem precisamente para atenuar estas desigualdades muitas delas agravadas pelopróprio desenvolvimento.
Parece-me, pois, não haver lugar a qualquer paradoxo.

1:57 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Cara Helena:

A sua asserção: "A (desigualdade) da distribuição do rendimento não é sinónimo de pobreza" , deixou-me intrigado.
Aconselho-a a ler o artigo da Prof. Maria Leonor Vasconcelos Ferreira, economista na UP, sob o tema: "Distribuição do Rendimento e Pobreza – a Região Norte no contexto nacional entre 1990 e 1995". Verá como as situações se correlacionam.

Cara Helena: Estou cada vez mais convicto que de quanto menor for o espectro do leque salarial, maior justiça social, enfatiza a harmonia laboral e melhor produção.
Valorizar o trabalho - recompensando-o criteriosamente com parte da riqueza do País - fazendo uma justa distribuição, combate a pobreza. Não o desenvolvimento per si, que muitas vezes gera assimetrias de PIB per capita e exclusão de faixas populacionais.
Os "investimentos sociais" servem para corrigir desvios sociais. Não serve de fundamentação a uma política social de qualquer País (digno desse nome).

E a propósito de desvios o que me diz ao conteúdo do novo OE/09 relativamente à mobilidade especial?
E, ao facto de ela não se aplicar aos "quadros técnicos e licenciados"?
A lei é igual para todos ou malabarismos de circunstância justificam a criação de desigualdades graves - como é esta perante a mobilidade.
Em vez de malabarismos não devia o Governo revogar esta iniquidade que já andou a aplicar a rodos no Ministério da Agricultura, como forma de aposentação compulsiva acompanhada da progressiva retirada de remunerações até, provavelmente, ao empobrecimento dos seus ex-funcionários.

Este é um resquício visível daquela balela neo-liberal "menos Estado"...em que o PS alinhou. E Wall Street também...

11:18 da manhã  
Blogger e-pá! said...

O novo slogan de "ataque" dos Republicanos a Barack Obama é repetir à exaustão:
"spread the wealth"
Não entendo.
Quem não deseja a prosperidade?

Ou depois da crise financeira de que a Administração de G. W. Bush não está isenta, falar em prosperidade é ridículo?

Se for é porque a recessão nos EUA já começou. Uma tragédia para os americanos (especialmente os despojados, pobres e os reformados) mas mais um trunfo para Obama.

É dificil compreender a lógica eleitoral americana!

11:53 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home