domingo, novembro 2

O Principio do fim ...

Governo anuncia nacionalização do BPN que acumulou perdas de 700 ME link

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou hoje que vai propor ao Parlamento a nacionalização do Banco Português de Negócios, que acumulou perdas no valor de 700 milhões de euros. "O Governo viu-se obrigado a decidir hoje propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco BPN. O Governo tomou esta decisão tendo em vista assegurar aos depositantes que os seus depósitos estão perfeitamente seguros", declarou Teixeira dos Santos. O ministro das Finanças anunciou a medida em conferência de imprensa no final da reunião extraordinária do Conselho de Ministros. Teixeira dos Santos adiantou que o BPN será a partir de segunda-feira acompanhado no seu funcionamento por dois administradores do Banco de Portugal. A gestão do BPN será entregue à Caixa Geral de Depósitos, encarregue de "gerir e apresentar um plano de desenvolvimento".
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Há muito que nos meios políticos e económicos se debatia esta inevitabilidade. Não nos esqueçamos que faz parte do BPN o Grupo Português de Saúde. Vale a pena avivar a memória. O BPN foi uma espécie de “banco do regime” na era dos Hospitais SA de LFP. A este propósito, seria muito interessante revisitar os “negócios” então feitos bem como os respectivos protagonistas. O GPS foi um dos grupos de saúde que emergiu na triste farsa da “grande dinâmica” do sector privado da saúde. Comprando a eito sem critério técnico ou razoabilidade económica ou financeira tudo o que havia para comprar. Na maior parte das vezes, claramente, acima do valor de mercado.
O GPS foi um dos concorrentes às PPP’s tendo ficado bem posicionado num dos casos. Actualmente, as operações de saúde do GPS estão no mercado a serem vendidas ao desbarato e ninguém lhes pega. Não sabemos, agora, se com a gestão do BPN consignada à CGD e com a inquietante fúria de crescimento dos HPP não irão ser absorvidas pelo banco (e pelo dinheiro) público.
A espiral de irracionalidade do GPS BPN tinha levado, há muito, que observadores independentes antevissem este epílogo. Resta-nos saber se este activo tóxico irá contaminar (ainda mais) os HPP CGD. A compra do SAMS indicia um sufoco comportamental parecido. No sector privado da saúde, em Portugal, ainda não ocorreu o wash-out da irresponsabilidade. Continuamos, aparentemente, no reino da fantasia. Contam-se muitas histórias e acredita-se que a melhor forma de ocultar os maus resultados é crescer comprando, não importa o quê, nem como.
Parece que muitos destes actores não perceberam que, se já era difícil conseguir que o Estado privatizasse o Sistema de Saúde (com ou sem PPP’s) com a sucessão de eventos a que estamos a assistir, essa via está claramente afastada por muitos e bons anos.
Há males que vêm por bem…
pensador

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3 Comments:

Blogger e-pá! said...

NACIONALIZAÇÃO:
- do BPN ou da SLN?


O que é que, afinal, está em causa?

O BPN (Banco Português de Negócios) ou a SLN (Sociedade Lusa de Negócios) a sua holding?

Se esmagarmos o rabo da serpente (o BPN), deixando intacta a cabeça e tronco (SLN), sabemos que os repteis têm capacidade de regeneração ad integrum.
Nem precisam de ir a Fátima, solicitar o milagre. É a natureza a trabalhar...

Se o Governo se contiver pela nacionalização do BPN, dentro de algum tempo estará tudo na mesma, provavelmente com outras caras e outros nomes.
É isto que os inimputáveis responsáveis e os gananciosos especuladores do sector financeiro, esperam.
Aqui e em todo o lado.

O Governo tem de nacionalizar a holding SLN.
Não ter receio que venha o grande capital financeiro dizer que está a ultrapassar os limtes da crise. A exceder-se. Porque, na verdade, não está. Só assim, estará a actuar com prudência e segurança.
A restituir aos portugueses confiança no sistema.

A holding SLN detém além do BPN, seguros (Real Seguros), saúde (GPS), retalho automóvel, no ramo da hotelaria, cimentos, etc.
Por sua vez, o principal accionista da SLN é a SLN Valor núcleo financeiro que recentemente se remodelou (num circulo fechado de accionistas), numa desesperada tentativa de sobrevivência.

Curiosa é a composição e a evolução desta holding...
Os responsáveis a começar pelo fundador Oliveira e Costa e a acabar no actual líder do grupo Miguel Cadilhe, pertencem (ou pertenceram) ao PSD, e integraram (não sei se ainda integram...) diversas sensibilidades desde o grupo Cavaco, à facção barrosista...
Mas este facto e inerentes consequências políticas como "compadrios político-partidário" de um "centrão" que é sempre negado, mas não é uma figura mítica, nem de retórica, pelo menos na área da criatividade -quanto a oportunidades de negócios.
Tais factos não devem impedir que se proceda à desintoxicação radical da holding SLN. Pelo contrário, devem apressá-la.

O BPN é a ponta do iceberg.

8:34 da manhã  
Blogger tambemquero said...

E, assim, o British Hospital lá vai engordar a carteira de unidades dos HPP.

O que os HPP precisavam é que o Estado nacionalizasse o Hospital da Luz. Para ver se assim safavam a gestão deficitária do Hospital dos Lusíadas.

3:57 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Rui Machete, o presidente da holding que detém o BPN admitiu que a nacionalização poderia ter sido evitada, apesar de ter considerado ser necessário tomar medidas.
Rui Machete defendeu que o Estado poderia ter optado por outras soluções, como por exemplo, dar apoio ao plano para recuperar o banco. link

Paulo Rangel, classificou o projecto do PS como «capitalismo de Estado ou neo-socialismo», dizendo que desqualifica progressivamente a democracia em Portugal. link

João Salgueiro, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) disse, esta segunda-feira, que a nacionalização do BPN foi a solução mais acertada que o Governo podia ter tomado para acalmar os clientes do banco e não afectar o sistema. link

Entretanto, o Governo age. Governa.
Mais umas tantas nacionalizações (devidamente justificadas)e a liquidação das PPP... E, aí temos o PS com nova maioria absoluta.

Mas o que é importante é que o Governo, governe, como é preciso.

7:03 da tarde  

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