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2 Comments:
A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) lançaram ontem um ultimato conjunto à tutela para que inicie negociações até ao final desta semana e apelaram à intervenção do primeiro-ministro, José Sócrates.
"Nós não queremos acreditar que, estando as duas organizações sindicais médicas de acordo com a reforma que o Governo empreendeu na administração pública, e estando a falar a mesma linguagem do senhor primeiro-ministro, haja necessidade de um conflito para resolver um problema com o Ministério da Saúde", disse o presidente da Fnam, Mário Jorge
Em conferência de imprensa conjunta, Fnam e SIM anunciaram que, pela primeira vez desde o 25 de Abril, as duas organizações tomaram "a decisão inédita de constituir uma única mesa negocial" e lamentaram os adiamentos sucessivos por parte da tutela no âmbito das reuniões destinadas a discutir as reformas no sector.
JP 29.01.09
Os sindicatos têm pressa.
O MS ñão está em condições de satisfazer algumas das suas reivindicações. Outras vão contra o sentido da reforma.
Será que este processo vai desembocar em greves.
MUDANÇA DISCURSIVA OU DISSOCIAÇÃO RETÓRICA?
"Os sindicatos têm pressa"...
Quem lê esta asserção até pode pensar que o processo de negociação das carreiras dos profissionais de saúde está a decorrer atempadamente.
Na verdade carrega com um considerável atraso, depois de perdermos um ror de tempo com as chicanas, incrivelmente denominadas de "propostas", emanadas do gabinete do Secretário de Estado Francisco Ramos.
No próximo dia 20, os enfermeiros projectam uma greve nacional contra os adiamentos consecutivos das negociações das carreiras que, por compromisso do Governo, deviam estar concluídas até Setembro do ano passado.
Em Fevereiro, a OM promove uma Reunião Geral de Médicos, facto que não ocorria desde o consulado de Leonor Beleza.
Bem, mas tudo parece estar tranquilo.
Nos Açores há uma expressão que sintetiza todo este processo: devagar, devagarinho, parado...
Mas, para além das questões das carreiras, hoje, comemora-se uma efeméride, em minha opinião, ainda não totalmente digerida pela globalidade do vasto campo da Saúde. Adiante!
Hoje, ao completar 1 ano de exercício de funções, a Min. da Saúde, referiu à agência Lusa que um dos grandes problemas da saúde em Portugal é organizacional.
Ainda sobre a área hospitalar, acrescentou tem falhado muito o envolvimento das administrações e dos directores de serviço , e considerou que são estes os grandes responsáveis pelo funcionamento do serviço hospitalar e por envolver os seus profissionais.
Há aqui uma radical mudança de substrato no conteúdo do discurso da tutela.
De facto, no âmbito hospitalar, a administração tem sido centralizadora e dificultado a agilização do sistema.
A Ministra saberá que não basta empresializar (seja SA ou EPE).
Os HH's, há muito que deviam ter promovido a criação de CRI's e organizar-se neste âmbito.
Isto é, descentralizar o "poder", chamar-lhe-ia, as "competências" dos CA's e desenvolver a clinical governance, concedendo aos Directores de Serviço o necessário espaço de manobra para cumprir objectivos e a indispensável autonomia para adequar e adaptar a capacidade de resposta.
Andamos anos a discutir, no âmbito da prestação de cuidados médicos, a eficiência.
Embora sendo um cavalo de batalha dos textos sobre Economia da Saúde [*], nem sempre se concretiza qual o tipo de eficiência que falamos: tecnológica, técnica ou económica.
Não se consegue escalpelizar, colectivamente, i.e., no grupo de trabalho, o conjunto de possibilidades de produção, etc. Faltam os CRI´s (abertos a todos os intervenientes do processo de prestação de cuidados).
Estes alertas para as inadiáveis alterações organizativas que a Ministra aproveitou o ensejo de as exteriorizar, na passagem do seu 1º. aniversário à frente do Ministério, devem ser entendidas pelos protagonistas da perene "dualidade de poderes", nos HH's, isto é, entre administradores (ou gestores) e médicos.
O apelo de Ana Jorge dirige-se à necessidade de integrar estes dois "campos beligerantes" nos processos de decisão. Aparentemente, assistimos a uma demonstração votiva, de difícil execução, tal o acumulo de problemas gerados durante os últimos anos.
Ana Jorge - como médica hospitalar que é - sabe que terá de passar do diagnóstico à terapêutica.
Conservadora ou cruenta?
Os próximos tempos o dirão ou, o fim de ciclo político, acabará, de adiamento em adiamento, por diferir estes inadiáveis assuntos para o próximo governo, ou para um novo Ministério...
Neste último caso, estaríamos na presença de uma inevitável "dissociação retórica", de consequências imprevisíveis.
Finalmente, a Ministra teve a preocupação de, nesta data, manifestar a sua inabalável confiança, e a sua forte convicção, sobre o futuro do SNS.
[*] - Acaba de sair a 2ª. edição revista do livro ECONOMIA DA SAÚDE, do Prof. Pedro Pita Barros, edição Almedina, Janeiro de 2009.
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