PIO, balanço de seis meses
Primeiras Consultas Oftalmologia
Em 2008, foram realizadas 255.524 primeiras consultas e 83.255 cirurgias de oftalmologia. link
Ao fim de seis meses de execução, as metas do programa PIO foram largamente ultrapassadas: 47.827 primeiras consultas (meta: 37.500) e 26.797 cirurgias (meta: 15.000). À custa de um investimento de 28 milhões de euros.
Balanço político: Um êxito da ministra da saúde, Ana Jorge. Apesar da reacção tardia. Determinada pela iniciativa das Câmaras de Vila Real de Santo António e de Santarém em estabelecer protocolos com médicos oftalmologistas de Cuba.
O que vai acontecer à lista de espera dos doentes de oftalmologia, quando cessar o programa e o investimento do MS?
Ao fim de seis meses de execução, as metas do programa PIO foram largamente ultrapassadas: 47.827 primeiras consultas (meta: 37.500) e 26.797 cirurgias (meta: 15.000). À custa de um investimento de 28 milhões de euros.
Balanço político: Um êxito da ministra da saúde, Ana Jorge. Apesar da reacção tardia. Determinada pela iniciativa das Câmaras de Vila Real de Santo António e de Santarém em estabelecer protocolos com médicos oftalmologistas de Cuba.
O que vai acontecer à lista de espera dos doentes de oftalmologia, quando cessar o programa e o investimento do MS?
Etiquetas: Sigic
3 Comments:
O "DESCARTÁVEL" PIO...
O PIO e, eventualmente, outros programas especiais de LIC que venham a ser necessários, serão para ser desenvolvidos no âmbito de redes de Centros de Elevado Desempenho (CED´s), como o Governo revelou, no lançamento desta iniciativa ?
link.
Se esse for o caminho, a escolha estratégica, será um pau de 2 bicos, pondo rapidamente em conflito a sustentabilidade e os níveis de obtenção de resultados na prestação de cuidados diferenciados, no seio do SNS.
Os custos para pôr a funcionar, de modo efémero, este Centros, ou uma hipotética rede de Centros, deveriam ser utilizados - depois de ouvidos os dirigentes hospitalares intermédios (e não só os CA´s) na reorganização dos HH's e na injecção de novos investimentos, rentabilizadores da produção.
Os problemas oftalmológicos, nomeadamente as cataratas, são situações que dizem respeito (consequências directas) do aumento da esperança de vida.
É que não é possível querer viver muitos anos e não envelhecer..., acarretando com as mazelas inerentes.
Mas o que são, na linguagem neotecnológica do PM, os CED's?
Alguma entidade equipada "nova" concebida para obter altos níveis de produção?
Ou, a "descoberta" desta rede de CED´s, foi atirar, pontualmente, aos Serviços de Oftalmologia de 5 HH's, 28 milhões de euros...
A pergunta - "O que vai acontecer à lista de espera dos doentes de oftalmologia, quando cessar o programa e o investimento do MS?" - tem imperiosas razões para ser formulada, neste preciso momento.
É que, das duas, uma:
Ou, as CED´s não existem e voltamos à situação primitiva (Jun 2008);
Ou, são entidades voláteis, que se destróiem por auto-combustão, do tipo do pássaro mitológico Fénix, e renascem das cinzas, quando se injectar outros M€'s.
O programa de recuperação fenece por auto-combustão. No final, nada resta.
Mas os problemas oftalmológicos decorrentes da maior logevidade não se resumem só às intervenções às cataratas.
Muitos idosos sofrem, p. exº., de presbiopia (vulgo:"vista cansada") e confrontada esta situação (comum em Portugal) com as baixas retribuições das reformas ou aposentações, a não-resposta do SNS, não lhes permitirá aceder às consultas e à prescrição de lentes correctas de modo a obter uma visão corrigida, que lhe permita ler, p. exº., os jornais...ou manipulações finas de objectos, muitas vezes incapacitantes e perturbadoras da sociabilização destes homens e mulheres...
Em conclusão, não precisaríamos das "invencionices" dos CED's, com custos elevados se, a devido tempo, e se não existissem fortes reservas dos CA's dos HH´s, na facilitação e apoio à criação de Centros de Responsabilidade Integrada (CRI's), previstos na Lei.
Os poucos que existem nunca precisaram de se afirmar como CED's, nem de programas de recuperação de LIC's...
Este programa PIO, foi politicamente um êxito. Uma devastadora (em todos os sentidos) solução.
Que se auto-consumiu...inexoravelmente!
Vacina contra cancro do colo do útero posta em causa por médicos de saúde pública
Em Espanha, a polémica sobre a vacinação contra o vírus que provoca cancro do colo do útero reacendeu-se nos últimos dias, com a divulgação de um manifesto a pedir a sua suspensão assinado já por mais de oito mil pessoas, entre as quais mais de metade dos especialistas em saúde pública do país. Motivo: os signatários consideram duvidosa a relação custo/eficácia da vacina e alegam que não está totalmente provada a sua segurança.
Em Portugal não há notícia de um movimento semelhante. Mas o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Santos, contesta também a pertinência da inclusão desta vacina no Plano Nacional de Vacinação para algumas adolescentes e põe igualmente em causa a relação custo/eficácia.
Em Espanha, o manifesto foi promovido pelo Centro de Análise e Programas Sanitários, associação científica sem fins lucrativos, que questiona a decisão de iniciar a vacinação apesar das dúvidas existentes sobre a sua capacidade para prevenir um número "sanitariamente relevante" de mortes por cancro do colo do útero. E os ensaios "não permitiram ver o seu efeito na prevenção do cancro, que pode demorar anos a desenvolver-se", alegam os signatários, que põem em causa ainda os custos associados à vacina, estimados em quatro mil milhões de euros, em 30 anos.
Sublinhando que fala em nome individual, Mário Jorge Santos nota também que a eficácia desta vacina apenas se verificará daqui a 20/30 anos e enfatiza o facto de não criar imunidade de grupo por "não estarem a ser vacinados nem os rapazes nem os adultos" e de não ter a capacidade de erradicar a doença, uma vez que há cancros do colo do útero que não são de origem viral.
"Preocupa-me ainda a sustentabilidade financeira" da vacinação a longo prazo, acrescenta. Uma posição que, garante, não tem nada a ver com as reacções adversas noticiadas nos últimos dias, reacções essas que eram expectáveis tendo em conta o elevado número de jovens vacinadas.
Depois de ter sido divulgado o número de reacções adversas conhecidas em Espanha - 103, 35 das quais graves - e em Portugal - 21, 14 delas graves, mas sem obrigar a internamento -, tanto a autoridade nacional do medicamento (Infarmed) como a agência europeia do medicamento (EMEA) se apressaram a desdramatizar a situação. O Comité de Medicamentos de Uso Humano da EMEA concluiu mesmo que é improvável que os casos que implicaram a hospitalização de duas jovens em Espanha estejam relacionados com a vacina e frisou que os benefícios continuam a superar os riscos. Em Portugal, desde 2006, foram já distribuídas 270 mil embalagens da vacina.
O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública questiona a relação custo/benefício da vacina
Em Portugal, desde 2006, foram já distribuídas 270 mil embalagens da vacina contra o vírus que provoca o cancro
JP, 23.02.09
Em Portugal andamos sempre a dormir na forma.
Em Portugal tudo o que é caro é bom.
O Infarmed quando o problema foi despoletado em Espanha veio a público declarar os casos notificados e, como de costume, dizer que tudo estava bem.
E, assim tem permanecido na +paz do senhor...
Uma análise à forma como se concretizou o programa PIO, comparativamente à forma como se desenrola a actividade assistencial "normal" na generalidade dos HH (p.e. para o mesmo tempo de trabalho, com as mesmas equipas, o nº de intervenções no PIO é muito maior do que na actividade "normal"), obriga-nos a levantar uma questão: - com que critérios os CA contratualizaram/contratualizam com os Serviços a respectiva produção cirúrgica anual?
Numa "inspecção" do TC ao SIGIC, concretizada em 2006 (salvo erro), constatou-se que a definição da "produção cirúrgica base" (a partir da qual poderia ser considerada a "produção adicional") feita pelos diferentres HH não tinha critérios de referência comuns e - pior que isso - não era baseada em critérios cientificamente sustentáveis (salvo uma ou duas excepções).
Qualquer director de um bloco operatório, qualquer CA minimamente informado sabe (ou deve saber) que esses critérios existem...e são muito objectivos.
Porque não começar já por aplicar eses critérios na contratualização e responsabilizar a sério os DS pelo cumprimento da mesma?
Ou alguém está mesmo convencido que a única ou principal razão é mesmo o "excesso" de procura?...
Enviar um comentário
<< Home