Incertezas...
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O país vive um momento de grande inquietude. A crise económica começa, finalmente, a definir a aspereza dos seus contornos. As dificuldades do país parecem inultrapassáveis face à dimensão do contexto global. Esbatem-se os limites de segurança da protecção social. A pobreza agrava-se, no seu padrão tradicional, ao mesmo tempo que surgem fenómenos que fazem emergir uma nova categoria de pobres. Os cidadãos lutam, todos os dias, incessantemente, com as consequências das “falhas de mercado”. Estamos, claramente, perante uma nova forma de violência social em que o neo-liberalismo ferido de morte, arrasta consigo a estabilidade das famílias usurpando a sua dignidade e o seu direito à felicidade e ao bem-estar.
Enquanto isso, em Portugal vamos assistindo ao deplorável espectáculo da política “rodapé”. O governo parece exibir os primeiros sinais de cansaço e de desorientação vergado pelo peso de uma crise que não antecipou e para a qual parece não conseguir encontrar os “remédios” mais adequados.
Os partidos da oposição recolhem-se no conservadorismo previsível do seu ideário fundamental. Esfuma-se a doutrina, vandalizam-se os princípios, traficam-se os valores. Mais do que uma crise económica e financeira estamos perante a maior crise de confiança e de auto-estima de que há memória. É preciso recuar ao final da década de trinta, do século passado, para encontrarmos alguns sinais de paralelismo no “ambiente global”.
E no entanto, fraude após fraude, golpe após golpe, o “sistema” resiste parecendo que “no pasa nada”. Tudo se resume a simples ajustamentos de “mercado”. E à consciência e ao respeito os verdugos nada dizem.
Dos velhos “senadores” Mário Soares vai resistindo na lucidez e na razão. A história tem-lhe vindo a dar, por inteiro, a razão. A globalização, o liberalismo selvagem, o Iraque, George Bush…
É, apesar de tudo, uma gota de água no deserto da consciência colectiva. Um povo sem consciência e sem alma é um povo que se entrega ao infortúnio.
Nos “grandes” partidos pontificam as “vaidades”. No PS Manuel Alegre deixa-se corroer pelo deslumbramento virtual de um destino messiânico, quase mítico que o faz viver em permanente inquietação mergulhado numa dúvida intemporal sobre qual é afinal o seu lugar e o seu destino. À direita extinguem-se os produtores de pensamento. Pacheco Pereira perora na sua patética deambulação “ideológica” nostálgico de Bush, frustrado com o Iraque, amargurado pela débacle do neo-liberalismo. Faminto de poder o PSD ensaia coreografias repetidas em que os sucessivos compères se afundam por não serem capazes de devolver, rapidamente, ao partido o unguento da sua salvação: o Poder.
O Presidente da República vê mas parece não compreender nem o mundo nem o país. Incapaz de gestos corajosos deixa-se arrastar pelo lamacento pântano do BPN. Um PR que é incapaz de promover o exemplo não transmite confiança ao País. Afinal entre o Povo e o seu (ex)-amigo e Ministro Dias Loureiro onde ficam arrumadas as “questões de Estado”?
Vale a pena lembrar Aristóteles: …”A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras”…
Enquanto isso, em Portugal vamos assistindo ao deplorável espectáculo da política “rodapé”. O governo parece exibir os primeiros sinais de cansaço e de desorientação vergado pelo peso de uma crise que não antecipou e para a qual parece não conseguir encontrar os “remédios” mais adequados.
Os partidos da oposição recolhem-se no conservadorismo previsível do seu ideário fundamental. Esfuma-se a doutrina, vandalizam-se os princípios, traficam-se os valores. Mais do que uma crise económica e financeira estamos perante a maior crise de confiança e de auto-estima de que há memória. É preciso recuar ao final da década de trinta, do século passado, para encontrarmos alguns sinais de paralelismo no “ambiente global”.
E no entanto, fraude após fraude, golpe após golpe, o “sistema” resiste parecendo que “no pasa nada”. Tudo se resume a simples ajustamentos de “mercado”. E à consciência e ao respeito os verdugos nada dizem.
Dos velhos “senadores” Mário Soares vai resistindo na lucidez e na razão. A história tem-lhe vindo a dar, por inteiro, a razão. A globalização, o liberalismo selvagem, o Iraque, George Bush…
É, apesar de tudo, uma gota de água no deserto da consciência colectiva. Um povo sem consciência e sem alma é um povo que se entrega ao infortúnio.
Nos “grandes” partidos pontificam as “vaidades”. No PS Manuel Alegre deixa-se corroer pelo deslumbramento virtual de um destino messiânico, quase mítico que o faz viver em permanente inquietação mergulhado numa dúvida intemporal sobre qual é afinal o seu lugar e o seu destino. À direita extinguem-se os produtores de pensamento. Pacheco Pereira perora na sua patética deambulação “ideológica” nostálgico de Bush, frustrado com o Iraque, amargurado pela débacle do neo-liberalismo. Faminto de poder o PSD ensaia coreografias repetidas em que os sucessivos compères se afundam por não serem capazes de devolver, rapidamente, ao partido o unguento da sua salvação: o Poder.
O Presidente da República vê mas parece não compreender nem o mundo nem o país. Incapaz de gestos corajosos deixa-se arrastar pelo lamacento pântano do BPN. Um PR que é incapaz de promover o exemplo não transmite confiança ao País. Afinal entre o Povo e o seu (ex)-amigo e Ministro Dias Loureiro onde ficam arrumadas as “questões de Estado”?
Vale a pena lembrar Aristóteles: …”A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras”…
inimigo público
Etiquetas: inimigo público
8 Comments:
Sindicato Independente dos Médicos acusa gabinete da ministra Ana Jorge de “incompetência”
O dirigente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) Carlos Santos acusou hoje a ministra da Saúde, Ana Jorge, de estar a protelar sem qualquer razão a reforma das carreiras médicas, frisando que este “atraso é incompreensível para além de só trazer prejuízos aos portugueses e ao Governo”.
“Sem carreiras médicas não é possível à Ordem dos Médicos saber se há qualidade na prestação dos serviços de saúde, para além de que deixa de haver formação médica”, advertiu Carlos Santos, que preside ao Colégio de Cirurgia Geral da OM.
Enfatizando a “incapacidade do gabinete da ministra Ana Jorge”, o secretário-regional do Norte do SIM sustenta que “nenhum português consegue perceber o que leva o ministério a protelar uma decisão que só traz problemas às pessoas e ao próprio Governo”. “O normal seria corrigir uma situação que é desvantajosa para as pessoas mas não é isso que está a acontecer”, disse, endossando para a ministra todas as explicações sobre o atraso na revisão das carreiras médicas.
Carlos Santos refere, por outro lado, que uma das consequências directas da ausência de carreiras médicas é que “deixa de haver especialidades”, um problema, que, na sua opinião, “é ainda mais grave” do que a falta de profissionais que já existe, “mas que será bem mais dramática nos próximos anos”.
A este propósito, o ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, chamou a atenção para o problema da falta de médicos que se agravará nos próximos cinco anos, considerando que a ideia defendida pela ministra Ana Jorge de contratar temporariamente médicos aposentados para colmatar áreas carenciadas do Serviço Nacional de Saúde “é uma boa solução".
JP 17.02.09
É caso para dizer :Tal bastonário tal colégio.
Sejam quais forem as razões de tamanho agastamento, o verniz deste dirigente sindical é demasiado estaladiço.
As eleições estão à porta e o tempo escasseia. That´s the problem.
Temos de encarar os números de ontem do INE como uma trégua num processo que vai colocar o país perante um dos seus mais difíceis períodos de pressão social da memória recente
Por uma vez, as notícias do desemprego não remetem para o desespero. Pelo contrário, numa surpreendente contestação ao ambiente de crise, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, se entre o terceiro e o quarto trimestres do ano passado o desemprego aumentou 0,9 por cento, o balanço global de 2008 apresenta-nos um cenário mais favorável do que o de 2007, com uma taxa de 7,6 contra oito por cento, respectivamente. Face aos números, sobram duas atitudes: acreditar que, afinal, a economia portuguesa é bem mais resiliente do que o esperado e que os sucessivos anúncios de falências e despedimentos só se notam porque a nossa atenção está muito mais orientada para a crise; ou pensar que tudo se resume a uma questão de tempo, que a realidade actual é bem mais cruel do que a retratada nos índices do INE.
Como há um desfasamento temporal entre os sintomas de crise nas empresas e a sua expressão real através dos despedimentos, não nos iludamos: o número de desempregados em Portugal, hoje, já está certamente na casa do meio milhão de trabalhadores. Basta olhar com olhos de ver o que se passou nos últimos meses para constatar que as notícias de falências, de despedimentos colectivos ou cortes na força de trabalho se repetiram com uma frequência inusitada. O cenário com o qual nos deparamos é grave e mostra-nos que as fragilidades estruturais da economia nacional e do seu tecido empresarial estão a ruir face à alteração negativa da conjuntura. O sector dos serviços que não está sujeito à concorrência internacional ainda foi capaz de registar um acréscimo no volume de emprego; mas as empresas do sector da construção ou da produção de bens transaccionáveis vivem hoje o período mais decisivo dos últimos anos. Temos de encarar os números do INE como uma trégua num processo que vai colocar o país perante um dos seus mais difíceis períodos de pressão social da memória recente.
Não será como em Espanha, e o cenário de desemprego que se vislumbra pode ser até em termos globais menos pessimista. A favor dessa eventualidade está o facto de muitas empresas portuguesas estarem habituadas a manter a sua actividade com baixos salários e margens de exploração reduzidas, o que as torna mais resistentes. E também as intenções do Governo em insuflar liquidez na actividade económica através da aposta em obras públicas, pequenas ou grandes, que, independentemente de serem um bom negócio para o futuro do país, terão sempre a seu favor o mérito de placar os efeitos imediatos do desemprego. Nada será no entanto capaz de compor o cenário negro que se avizinha. Muitas empresas vão falir porque não têm outro remédio, enquanto outras tratarão de se preparar para os efeitos da crise reestruturando as suas operações e, em muitos casos, libertando trabalhadores.
Preparar-nos para o pior é por isso a melhor atitude. Podemos suspirar de alívio com o relatório do INE, mas temos de estar prontos para o facto de muitos dos nossos conhecidos, amigos ou familiares virem a sofrer na pele os efeitos terríveis do desemprego. As ruas das nossas cidades vão retratar mais casos de pobreza e de exclusão social. O desespero e a angústia vão ameaçar mais frequentemente a nossa consciência colectiva. Acreditemos, no entanto, que o mundo não vai acabar amanhã. E que talvez dentro de um ou dois anos haja condições para despertar do pesadelo. Até lá é dever do Governo e do país cuidar das mazelas sociais que se adivinham. Depois talvez possamos pensar que os que resistiram ou sobreviveram incólumes à crise sairão dela muito mais fortes.
Manuel Carvalho, JP 18.02.09
Excelente post.
Que pena não termos nesta altura Mário Soares como presidente.
Outro galo cantaria.
Absolutamente certo: coragem é essencial. Fundamental em períodos de crise como o que atravessamos.
Caro inimigo público:
"Estamos, claramente, perante uma nova forma de violência social em que o neo-liberalismo ferido de morte, arrasta consigo a estabilidade das famílias usurpando a sua dignidade e o seu direito à felicidade e ao bem-estar."
Na mouche!
As suas inquietudes são o resultado do triunfo doutrina neoliberal que, paulatinamente, foi tomando conta do Mundo, desde a década de 70.
O "virtualismo" dessa doutrina assenta, como sabemos, na trilogia político-económica: mercado livre, Estado ausente e a não-planificação económica.
O colapso dos Países de Leste, abriu, as estas concepções neoliberais, amplos espaços e fê-la ascender ao seu espendor e, provavelmente, à sua futura implosão (espero!).
Mas o neoliberalismo que a actual geração, foi consentindo, quando não apoiando, tem diversas facetas que todos, de uma maneira ou de outra, contemporizámos ou até aderimos:
1.) uma ideologia social restritiva, pobre e limitativa;
2.) um movimento intelectual criador de “think-tanks”, centros geradores de ideias, em guetos, templos ou circulos circunscritos;
3.) Um controlo do Mundo através de organizações multilaterais como o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, G-7, a Sociedade do Mont Pèlerin (santuário do neoliberalismo), etc…
Portanto, o neoliberalismo é a adaptação da doutrina capitalista a uma nova era de emergência do domínio financeiro, do aparecimento da riqueza líquida mas, como estamos a sentir no pêlo, extremamente volátil.
Simultaneamente, provoca-se os socialistas e sociais-democratas, isto é, o Mundo remanescente da II Guerra Mundial, com o livro “O Caminho da Servidão” de Hayeck, verdadeiro manifesto neoliberal.
Mas, o grande problema, o que nos conduziu ao actual estado, foi a paulatina incorporação da doutrina neoliberal pelos partidos de Esquerda, em nome de pragmatismos fúteis.
• contestação dos empresários contra a equidade fiscal e o caráter progressivo da tributação;
• adulteração das políticas redistributivas do rendimento;
• contracção extrema do sector público, advogando o seu fim;
• extinção da regulação dos contratos entre privados (aluguer, empréstimos, compras e vendas,etc.)
• exorcização do “Estado-Providência” e do conceito de “bem-estar social”.
• defesa da “transferência” para a iniciativa privada de actividades sociais (educação, saúde e previdência).
Desta arquitectura eminentemente nacional, o neo-liberalismo passou rapidamente para a globalização. Mais cedo do que supomos (Talvez à volta dos anos 80, i.e., mesmo antes da derrocada da URSS).
Chega, então, a generalização dos mercados financeiros com uma nova ordem que subtrai aos governos nacionais uma imensa porção do seu poder.
Os grandes credores e detentores de liquidez - o mercado financeiro, desregulado – têm suficiente poder para impor aos Estados a submissão a estes princípios. A pressão financeira internacional sobrepõe-se às políticas económicas nacionais.
A argumentação neo-liberal parece uma prédica, muito similar à dos extremistas religiosos.
Endossa os grandes males e os pecados ao Estado. A libertação, para os neo-liberais chega através da globalização financeira, liberalização da economia mundial (mercado livre e aberto, nunca regulamentado) e a internacionalização das actividades económicas (onde se pode fugir para offshores, onde o dinheiro circula meteoricamente em activos virtuais, sem qualquer controlo).
Foi, deste modo, que chegamos à actual crise económico-social.
Enquanto não desmontarmos esta espécie de religião político-económica, vamos passar pelas piores privações.
Podemos, com maior ou menor esforço, recuperar desta crise.
Mas, se nada mudar profundamente, a ameaça persiste.
O neoliberalismo precisa de ser imolado no altar desta crise: favoreceu a ganância, a corrupção, as ambições desmedidas, os prémios faraónicos, os subornos, etc.
Lançou o Mundo numa devassidão ética, intolerável, como o presente post dá uma pequena amostra, do inacreditável que se passa neste luso rincão.
Como escrevia Bernard Shaw:
"...Sem compreendermos o capitalismo não podemos compreender a sociedade humana da maneira que ela actualmente existe..."
MAIS UM...
Stanford é o protagonista de uma nova fraude no mercado norte-americano
O regulador do mercado norte--americano acusou o multimilionário Allen Stanford de estar envolvido numa fraude financeira "maciça" no valor de oito mil milhões de dólares (cerca de 6,3 mil milhões de euros). O esquema consistia na promessa de elevados rendimentos aos clientes por via de certificados de depósitos do Stanford International Bank, instituição sedeada num paraíso fiscal das Bahamas, a ilha da Antígua.
De acordo com a Securities and Exchange Comission (SEC), o texano iludiu investidores com promessas de "taxas de juro improváveis e não justificadas", que teriam permitido ao banco obter lucros sobre os investimentos durante 15 anos. Stanford terá reclamado, "sem sustentar", a capacidade de gerar retornos "seguros" de mais de dez por cento. Além disso, é acusado de não ter clarificado os clientes quanto à exposição à alegada fraude de Bernard Madoff, suspeito de orquestrar um esquema que gerou prejuízos de 50 mil milhões de euros (39,6 mil milhões de euros, ao câmbio actual).
JPúblico, 18.02.2009, pág.30
Quando é que "isto" acaba?
Concordo com o Saudepe: Post excelente.
Os portugueses conhecem demasiado bem Cavaco Silva para saberem que o PR não está à altura desta grande crise.
Falta a CS a coragem, a largueza de espirito, que, por exemplo, politicos como Mário Soares, ou António Arnault demonstraram ao serviço da causa pública.
CS não conseguiu até agora dar expressão nacional ao seu mandato como PR de todos os portugueses.
Por sua vez, um grande número de empresários portugueses estão a dar, uma vez mais, exemplo de oportunismo (nem outra coisa seria de esperar). Preocupados apenas com os seus interesses e total desprezo dos interesses nacionais.
"Quantum mutatus ab illo"!
Até ao início da actual crise, as ideias de Estado social e de intervenção do Estado na economia estavam acossadas sob décadas de ofensiva neoliberal. Todos os partidos de direita se tinham convertido à nova ortodoxia da soberania ilimitada do mercado, da redução do Estado às "tarefas de soberania" e do culto da "responsabilidade individual". A antiga "direita social" de tradição democrata-cristã tinha praticamente desaparecido.
Entre nós, o panorama era o mesmo, com o PSD a entrar numa deriva discursiva contra os serviços públicos e contra toda a presença do Estado na economia, culminando na proposta de privatização da própria CGD.
Subitamente, porém, com a crise o discurso neoliberal entrou de férias, o Estado passou a ser o salvador da economia e das empresas e toda a gente virou fervorosa defensora das obrigações sociais do Estado. A direita passou mesmo a liderar a exigência de mais e mais medidas económicas e sociais dos governos.
Há, porém, um pequeno problema com estas mudanças súbitas. Excluída uma improvável conversão político-ideológica, há alguma sinceridade nisso?! O oportunismo político tem muitas faces...
vital moreira, causa nossa
«Foi confirmada a compra de 10% de acções da Cimpor por parte da CGD a Manuel Fino [a título de pagamento de uma dívida deste] a um preço 25% acima do valor de mercado, com uma opção de recompra que Manuel Fino pode exercer durante 3 anos.
Em termos gerais, a CGD deu a Manuel Fino 64 milhões de euros através da compra directa dos 10% da Cimpor ao valor que comprou, acrescido dos juros que Manuel Fino vai poupar sobre este empréstimo. Ou seja, Manuel Fino recebeu da CGD um bónus de 100 milhões de Euros por ter feito um mau investimento.
Qual é a moralidade do Estado de pedir contenção salarial, sacrifícios às empresas e ao particulares, quando depois permite que a CGD dê 100 Milhões de Euros a um especulador que se deu mal (sem contar com o valor das opções de compra dadas a Manuel Fino, sobre as quais não há detalhes). (...)
Como é que os contribuintes se devem sentir quando o seu dinheiro é distribuído desta forma? (...) Considero que o Estado Português através da CGD está a fazer um novo roubo a todos os Portugueses. São 1.800M de Euros no BPN (que fizeram com que a CGD tivesse de fazer novo aumento de capital e tivesse de vender participações à Parpública), serão 450M de Euros no BPP (porque eu não acredito que o BPP tenha dinheiro para evitar a falência e por isso o Governo vai ter de pagar os 450M de Euros que assegurou) e agora são mais 100M de Euros.
No total são 2350M€, ou seja, 235€ por cada Português. Cerca de meio salário mínimo que cada Português tem de despender para salvar a economia e alguns especuladores falhados. Volto a afirmar é um roubo, um Robin Hood invertido, e com atitudes destas, Sócrates arrisca-se a não ganhar mesmo sem oposição.»
André F.
vital moreira, causa nossa
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