Tramado pelos Indicadores
Título magnífico para a notícia da queda, on-line, dum Ministro.
Durante a História muitos foram definitivamente tramados, pela posição dum polegar.
Que um político desapareça, pela colocação dos indicadores, deve ter sido a primeira vez.
Descontextualizada, a imagem até tem piada. Aquele ar malandro, dum rosto de menino a fazer corninhos, deu fotografias magníficas. Quem sabe, alguma mereça ser incluída na colecção de Manuel Pinho.
Agora, como diria o Prof. Marcelo, não lembraria ao careca ter aquele gesto na Assembleia.
O Dr. Rangel, com o autoritarismo que se lhe conhece, depois da vitória nas Europeias, foi lesto em exigir sanções políticas. Pena ter-se esquecido de as aplicar ao seu colega de bancada Eduardo Martins, a quando do episódio com Afonso Candal.
Às tantas foi por ser áudio. Tivesse o Martins mostrado ao Candal o médio esticado, com os outros dobrados, e arriscava-se a não ser hoje deputado.
A Assembleia está a tornar-se um local pouco recomendável. Dispõe-se um cidadão a assistir ao debate sobre o estado da Nação e é só vozearia.
Eles, às vezes, na Assembleia como nos debates da Televisão, procuram parecer racionais. E até utilizam indicadores. Dos outros, dos numéricos. Mas nunca para esclarecer. Ou é para celebrar, ou é para atacar. Já nem se trata de ver o copo meio cheio ou meio vazio. Onde uns vêem o copo vazio, outros divisam-no a transbordar.
O último Prós e Contras – “Exame final”- foi disso exemplo. O Dr. Morais Sarmento,cenho carregado, puxa pelo número de doentes em lista de espera e o Ministro responde-lhe, panglossianamente, com a variação do tempo de espera cirúrgico.
O Dr. Carvalhas, com aquele seu ar de eterno sofredor, afirma que as USF foram um rotundo fracasso, como o comprova o número de pessoas sem Médico de Família e o Dr. Santos Silva atira-lhe com os 200.000 que, graças às USF, o passaram a ter.
Na ânsia de enumerar as promessas não cumpridas o Dr. Nuno Melo aponta o fracasso do Governo… na privatização das Farmácias. E repete e repete. E, quando se dá conta do disparate, acusa o Ministro de jogar com as palavras.
Estes senhores não estão manifestamente interessados em discutir os assuntos. Tudo quanto os move é ganhar debates, na esperança de angariar votos.
As próximas campanhas eleitorais deveriam servir para discutir os grandes problemas da País e das Autarquias. Não é difícil prever o que vai acontecer.
Três séculos antes de Cristo, a quando da conquista da Península Ibérica, houve um general romano que, em carta dirigida ao imperador, dizia: «Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!»
Hoje, esse povo continua quase na mesma. Com uma única diferença: há alguns que se governam muito bem.
PS: Na semiótica dos corninhos ainda faltou uma interpretação: Excitado pelo constante agitar dum trapo vermelho o homem ameaçou investir.
Durante a História muitos foram definitivamente tramados, pela posição dum polegar.
Que um político desapareça, pela colocação dos indicadores, deve ter sido a primeira vez.
Descontextualizada, a imagem até tem piada. Aquele ar malandro, dum rosto de menino a fazer corninhos, deu fotografias magníficas. Quem sabe, alguma mereça ser incluída na colecção de Manuel Pinho.
Agora, como diria o Prof. Marcelo, não lembraria ao careca ter aquele gesto na Assembleia.
O Dr. Rangel, com o autoritarismo que se lhe conhece, depois da vitória nas Europeias, foi lesto em exigir sanções políticas. Pena ter-se esquecido de as aplicar ao seu colega de bancada Eduardo Martins, a quando do episódio com Afonso Candal.
Às tantas foi por ser áudio. Tivesse o Martins mostrado ao Candal o médio esticado, com os outros dobrados, e arriscava-se a não ser hoje deputado.
A Assembleia está a tornar-se um local pouco recomendável. Dispõe-se um cidadão a assistir ao debate sobre o estado da Nação e é só vozearia.
Eles, às vezes, na Assembleia como nos debates da Televisão, procuram parecer racionais. E até utilizam indicadores. Dos outros, dos numéricos. Mas nunca para esclarecer. Ou é para celebrar, ou é para atacar. Já nem se trata de ver o copo meio cheio ou meio vazio. Onde uns vêem o copo vazio, outros divisam-no a transbordar.
O último Prós e Contras – “Exame final”- foi disso exemplo. O Dr. Morais Sarmento,cenho carregado, puxa pelo número de doentes em lista de espera e o Ministro responde-lhe, panglossianamente, com a variação do tempo de espera cirúrgico.
O Dr. Carvalhas, com aquele seu ar de eterno sofredor, afirma que as USF foram um rotundo fracasso, como o comprova o número de pessoas sem Médico de Família e o Dr. Santos Silva atira-lhe com os 200.000 que, graças às USF, o passaram a ter.
Na ânsia de enumerar as promessas não cumpridas o Dr. Nuno Melo aponta o fracasso do Governo… na privatização das Farmácias. E repete e repete. E, quando se dá conta do disparate, acusa o Ministro de jogar com as palavras.
Estes senhores não estão manifestamente interessados em discutir os assuntos. Tudo quanto os move é ganhar debates, na esperança de angariar votos.
As próximas campanhas eleitorais deveriam servir para discutir os grandes problemas da País e das Autarquias. Não é difícil prever o que vai acontecer.
Três séculos antes de Cristo, a quando da conquista da Península Ibérica, houve um general romano que, em carta dirigida ao imperador, dizia: «Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!»
Hoje, esse povo continua quase na mesma. Com uma única diferença: há alguns que se governam muito bem.
PS: Na semiótica dos corninhos ainda faltou uma interpretação: Excitado pelo constante agitar dum trapo vermelho o homem ameaçou investir.
Brites
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A Linha Saúde 24 está em sobrecarga
a receber uma média de seis mil chamadas por dia, quase o dobro do verificado há dois meses, altura em que já perdia centenas de telefonemas diariamente, soube o PÚBLICO. No início de Maio, quando surgiu o primeiro caso confirmado de gripe A em Portugal, a linha chegava a perder mais de 400 chamadas por dia.
Foi a própria ministra da Saúde que reconheceu ontem, no final do Conselho de Ministros, que tem havido "congestionamento do serviço em alguns momentos", sem contudo precisar números. E admitiu até a possibilidade de "repensar o formato da linha para [se] poder responder de outra forma, mais rapidamente".
Os picos de procura da Saúde 24 registam-se sobretudo após as conferências de imprensa em que Ana Jorge faz o ponto da evolução da gripe A (H1N1) em Portugal, e que são quase sempre transmitidas em directo pelas estações de televisão e sistematicamente rematadas por um apelo: em caso de suspeita da doença, antes de se dirigirem aos serviços de saúde, pede-se às pessoas que liguem primeiro para a Saúde 24 (808 242 424).link
JP 10.07.09
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