sábado, agosto 15

Blogs, já eram...



Na campanha (já a rolar) para as próximas legislativas, os dois maiores partidos nacionais decidiram apostar em dois blogs: Simplex (PS) link e Jamais (PSD) link (ambos na plataforma nacional do Sapo), que se transformaram rapidamente em dois fenómenos de popularidade da blogosfera.

Tudo bem, se a Internet não se tivesse transformado, nestes últimos anos, desde que passou a ser dominada pelas redes sociais Web 2.0, num espaço fragmentado, compartimentado por milhares de grupos de gente seleccionada para partilha de tudo um pouco, e, nesta altura, naturalmente, veículo privilegiado para fazer passar mensagens políticas.

Em relação à Web 2.0, fui resistindo enquanto pude, naturalmente limitado pelas tarefas do saudesa, até que, muito recentemente, aderi ao facebook.

Caí num grupo interessante que me tem dado oportunidade de rever vídeos pop velhinhos, desabafos do PQ em relação ao encontro de bloggers do PS e de postar links dos melhores textos que vou lendo da USAHCR (uma das minhas últimas manias).
Entre textos, jogos, fotos e vídeos, lá aparecem frequentes mensagens contra o Sócrates e o Governo PS. Umas, poucas, com humor, outras, a maioria, rascas. Os professores em destaque: Parece-me o grupo mais activo e organizado desta campanha.

E se os blogs, em termos de campanha, já eram, o novo fenómeno de comunicação, formado por esta rede seleccionada de canais de informação, é susceptível, caso seja correctamente utilizado, de constituir um importante instrumento com forte capacidade de influenciar os resultados das próximas eleições.

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2 Comments:

Blogger Joaopedro said...

Excelente texto.
O Xavier sempre preocupado com o extremínio da liberdade da internet.

A propósito, é de lamentar o que está acontecer em França com a publicação de legislação do tempo das trevas.

A coligação de Governos, empresas, redes de pornografia e pirataria, pareciam, prestes a levar por diante a tarefa de extremínio.
Os cidadãos, entretanto, um tanto prosaicamente, anteciparam-se com as redes Web 2.0.
As quais passaram a bloquear tudo em plataformas de discussão fechadas longe da vista do mais comum dos cidadãos.
No lugar do espaço amplo, os clubes das redes sociais.
Que me fazem lembrar as velhas reuniões da Tupperware, promovidas por senhoras bem, onde tentavam impingir recipientes de plástico de todos os formatos umas às outras.

Blogs, cyber espaço, paz à sua alma.

3:13 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Socialistas próximos de José Sócrates lançam forte ataque a Cavaco Silva
15.08.2009 - 09h07 Filomena Fontes
As notícias sobre uma eventual participação de assessores do Presidente da República na elaboração do programa do PSD ameaçam reacender o rastilho de discórdia entre o PS e Belém. "Se isso se confirmar, se Cavaco Silva autorizar, há uma clara interferência na campanha eleitoral", declarou ao PÚBLICO o deputado José Junqueiro, próximo de José Sócrates.

Na opinião de Junquireo, que ontem já Junqueiro tinha atacado, em declarações ao semanário Sol, uma alegada estratégia de Belém em concertação com a agenda do PSD de Manuela Ferreira Leite, "a Casa Civil do Presidente da República não pode ser parte" naquilo que é a estratégia dos sociais-democratas. Ao Sol o deputado insinuara mesmo que algumas notícias recentes, atribuídas a fontes da Presidência, mas não visaram do que "abafar a polémica das listas de deputados do PSD".

Também Vitalino Canas, membro da Comissão Política Nacional do PS e do núcleo duro do líder do PS, verbera as fugas de informação com origem na presidência e sobre as quais Cavaco Silva nada tem dito. "Poderia ter havido da parte do Presidente da República alguma referência que pusesse termo à especulação", disse Canas ao PÚBLICO.

Manifestando "desagrado", o ex-porta-voz socialista diz também que "este tipo de notícias não é habitual". "Não digo que fosse o Presidente da República, mas é de Belém que vêm as fugas de informação", continua, referindo-se ao caso da não-recondução de João Lobo Antunes no Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

Para Junqueiro, tudo indica mesmo que terá havido uma vontade declarada "de criar um manto de nevoeiro" na sequência do mal-estar criado no PSD com a aprovação das listas de candidatos a deputados. "Há uma obrigação estrita do Presidente da República de vir dizer que nada tem a ver com isso", desafia o deputado socialista.

Sem pôr abertamente em causa a equidistância do PR em relação ao jogo partidário, também o deputado Vítor Baptista disse ontem que, ao ponto a que as coisas chegaram, se exigia uma tomada de posição por parte de Cavaco Silva. "Em política, as coisas são o que parecem", atira, censurando o recente desabafo do Presidente sobre os muitos diplomas que teve que teve de levar para análise em período de férias.

"A declaração do jipe não caiu bem. Encerra em si uma crítica política a um dos órgãos de soberania, já para não dizer ao Governo", disse Vítor Baptista ao PÚBLICO. O deputado considera que nem são precisos mais exemplos para se concluir que "há uma excessiva intervenção, que não é desejável nem saudável" em véspera de actos eleitorais e pede que Cavaco "se redobre em cuidados" para que a isenção não possa merecer qualquer tipo de dúvidas.

Vitalino Canas, contudo, acredita que, como instituição, a Presidência da República "tem já um lastro consolidado de equidistância e neutralidade em relação a campanhas e ao jogo político-partidário". "Seria negativo que fosse alterado com o actual Presidente", adverte, embora considere que Cavaco "está numa situação difícil" até pela circunstância de ser Manuela Ferreira Leite a presidir ao PSD. "Toda a gente compreende que, nesta fase eleitoral, a sua simpatia vai para outro lado", nota.

Também Vítor Ramalho, um soarista que apoia Sócrates, é de opinião que as notícias sobre o caso Lobo Antunes acabam por comprometer o Presidente, uma vez que, "como não desmentiu", deixou que terceiros se pronunciassem, "dando a sensação que cauciona aquilo que veio a público". Sobre a alegada estupefacção de Cavaco em relação à não recondução de Lobo Antunes, acha que isso não faz sentido. "Se o Presidente se sente escandalizado, é estranho. Estes lugares não são de nomeação presidencial". "Nem vitalícios", acrescenta.
JP 15.08.09

3:28 da tarde  

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