Medo de Competir
Portugal é um país sui generis. Os primatas que por cá nascem andam de pé como o homo sapiens. Interiormente, contudo, quase todos vivem agachadinhos. Basta sentirem que alguma coisa que digam ou façam os pode prejudicar na sua vidinha e zás: do peito dos bravos lusitanos salta logo o ‘ homo agachadinhus’ que trazem dentro deles. Mas o pior de tudo é desagradar ao padrinho. Isso é que nunca! Jamais! As consequências podem ser terríveis e muito duradouras! Nicolau Santos, Expresso 30.10.09
1.º - Não posso estar mais de acordo com este trecho do Nicolau Santos.
Bem podem os economistas e gestores debaterem qual o melhor modelo de desenvolvimento para o nosso país. Por mais aprimorada que seja a ideia está condenada a morrer espapaçada no habitual circulo de amigalhaços. Gente medíocre da maior confiança. Sempre pronta a retribuir o favor, a nomeação, o carinho, a deferência, a cunha, o lugarzinho para o jovem desempregado. Tudo a contento do padrinho, algures bem colocado na malha de relações que o diabo tece.
1.º - Não posso estar mais de acordo com este trecho do Nicolau Santos.
Bem podem os economistas e gestores debaterem qual o melhor modelo de desenvolvimento para o nosso país. Por mais aprimorada que seja a ideia está condenada a morrer espapaçada no habitual circulo de amigalhaços. Gente medíocre da maior confiança. Sempre pronta a retribuir o favor, a nomeação, o carinho, a deferência, a cunha, o lugarzinho para o jovem desempregado. Tudo a contento do padrinho, algures bem colocado na malha de relações que o diabo tece.
Tudo na paz do senhor.
Salvo quando é necessário remexer a mistela e rodar um ou outro elemento de confiança na sequência de inevitáveis eleições,
2.º - Não estranhei os longos suspiros de alívio que ecoaram pelos corredores dos IP, EPE, SPA, PPPs e sindicatos da saúde após a confirmação da recondução da ministra, Ana Jorge. Sempre é, pelo menos, mais um par de anos sem sobressaltos.
E houve mesmo quem achasse oportuno considerar a recondução da senhora ministra susceptível de «trazer ganhos significativos, uma vez que já conhece com profundidade os dossier. Por outro lado, a dr.ª Ana Jorge mostrou um grande conhecimento da área da Saúde e uma grande sensatez na solução dos problemas. Com essa atitude, conseguiu estabilizar uma área que estava ligeiramente altercada. É a pessoa correcta neste momento.» TM 02.11.09
Quanto mais agachadinhos melhor...
Nota: Quem idealizou as PPPs como modelo inovador, gerador de mais valias, de eficiência e qualidade, pode tirar o cavalinho da chuva. Neste mundo de agachadinhos já foi tudo inventado.
2.º - Não estranhei os longos suspiros de alívio que ecoaram pelos corredores dos IP, EPE, SPA, PPPs e sindicatos da saúde após a confirmação da recondução da ministra, Ana Jorge. Sempre é, pelo menos, mais um par de anos sem sobressaltos.
E houve mesmo quem achasse oportuno considerar a recondução da senhora ministra susceptível de «trazer ganhos significativos, uma vez que já conhece com profundidade os dossier. Por outro lado, a dr.ª Ana Jorge mostrou um grande conhecimento da área da Saúde e uma grande sensatez na solução dos problemas. Com essa atitude, conseguiu estabilizar uma área que estava ligeiramente altercada. É a pessoa correcta neste momento.» TM 02.11.09
Quanto mais agachadinhos melhor...
Nota: Quem idealizou as PPPs como modelo inovador, gerador de mais valias, de eficiência e qualidade, pode tirar o cavalinho da chuva. Neste mundo de agachadinhos já foi tudo inventado.
drfeelgood
Etiquetas: s.n.s. 2
2 Comments:
A "cunha" instituição nacional.
Os "cunhados" são apanágio tanto das empresas públicas como privadas.
No lugar da selecção dos mais competentes, os "padrinhos" desta rede de interesses, procuram dar satisfação, com engenho e arte, aos favores encomendadas.
Favor, gera favor... e... ,assim, por aí adiante.
A importância do padrinho mede-se geralmente pelo número de cunhas em carteira.
Resta-lhes energia suficiente para serem os primeiros a verter lágrimas de corcodilo pela falta de competitividade da nossa economia.
Excelente post.
Vivemos efectivamente num país de "gente medíocre da máxima confiança".
Muitos dos nossos melhores cidadãos são obrigados a emigrar, pois neste canteiro à beira mar plantado não lhes é reconhecida a confiança.
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