Diário da Gripe, continuidade assegurada
Perante o quadro de «negríssimas nuvens que pairam sobre o SNS e a sua capacidade de resistir a um quadro de insustentabilidade extrema no plano económico e financeiro», a recondução de Ana Jorge só pode significar que o primeiro ministro. José Sócrates anda muito mal informado sobre o que se passa na Saúde.
Etiquetas: diário da pandemia
4 Comments:
Ou que é um grande fã do Diário da Gripe.
Caro Xavier:
Há algum tempo, quando logo após as Legislativas se pedia a mudança de responsável pela saúde coloquei, perante o quadro de uma maioria relativa, com necessidade de contenção e diálogo que, a Drª. Ana Jorge, continuava com hipóteses de integrarar o próximo Governo.
Sendo a ministra gere politicamente o MS - deu boas provas:
primeiro, o ambiente de "acalmia" pós Correia de Campos e no fim da Legislatura o acordo sobre as carreiras médicas, sobre o qual se disse cobras e lagartos..., mas que constitui um passo em frente na Medicina portuguesa.
A sustentabilidade (económica e financeira) já estudada no tempo de Correia de Campos foi "congelada" politicamente.
Depois, foi gerida nas Secretarias de Estado, nomeadamente por FR.
Se chegamos a uma situação extrema o que depreendo é que a grande remodelação "acontecerá" nas SE's e nos IP's ligados ao MS.
Não será?
A reforma da saúde deixou de ser uma prioridade.
Os HHs vão continuar a ser mal geridos.
O afluxo de doentes nas Urgências vai continuar a ser quatro a cinco vezes superior ao de outros países civilizados.
A despesa com medicamentos vai disparar de novo.
Os problemas de acessibilidade e de controlo de qualidade do nosso sistema de saúde vão continuar inalteráveis.
As PPPs da Saúde vão continuar a crescer.
O Governo vai ser incapaz de resistir ao protesto dos responsáveis do sector privado para utilização da sua capacidade excedentária.
Os Aces vão conseguir autonomia financeira (novo catalizador da despesa da Saúde).
A Oncologia vai ter o seu programa especial de recuperação de listas de espera (mais uns milhões).E os tempos de espera de Oftalmologia vão voltar a crescer.
Como não poderá deixar de acontecer, a despesa global da Saúde vai disparar incontrolável.
Que melhor cenário poderiam esperar os privados da Saúde. Para que precisam eles de um Governo de direita ou do Passos Coelho?
A recondução foi o pior que poderia ter acontecido a Ana Jorge.
Como ministra da saúde do XVII Governo Constitucional cessante ficararia, carinhosamente, para a história como a Ministra da Gripe.
Neste segundo mandato, apesar do trabalho esforçado das inúmeras assessorias de imagem, as coisas vão certamente fiar mais fino.
A não ser que o H1N1 decida fazer alguma mutação providencial.
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