O que é que Ana Jorge tem?
Percebe-se a intenção da jornalista em dar um tom mais intimista à entrevista. A puxar às revistas cor-se-rosa.
Acontece que para tudo é preciso talento.
De tanto puxar ao cor-de-rosa e dar tropeções no texto, o trabalho resvalou, digamos, para o piroso.
Por onde andarão os conselheiros de imagem da ministra da saúde? link
Repare-se nesta introdução de estalo:
«O que é que Ana Jorge tem? Ela é a mulher que sabe ouvir. Também lhe chamam a ministra-estrela do Governo de Sócrates.
Escutar, fazer, talvez falar são os seus verbos. Não por acaso, na entrevista, há pausas entre as perguntas e as respostas. Uma pausa de segundos, de quem ouve atentamente, de quem não responde maquinalmente. Não, isto não é chapa cinco.
É raro um governante expor-se assim, sem filtros. Que conte que cresceu e aprendeu muito fazendo psicoterapia. Que não esconda a insegurança e a timidez. Que assuma as incertezas e que o que diz agora pode não ser verdadeiro amanhã.
O que é que esta entrevista permite? Conhecer Ana Jorge e aceder a um Portugal rural onde as raparigas não passavam do quinto ano do liceu. E tinham confrontos com a autoridade paterna na adolescência. E que aprenderam, assim, a lidar com o conflito. Vulgarmente esquecemos que o que somos e sabemos vem de algum lado… E ela lida, hoje, com o conflito de uma maneira particular.
A entrevista também permite equacionar o que são as mulheres no espaço político. O seu modo de fazer, dialogar, conseguir. Talvez elas, ou ela, não estejam interessadas num jogo de ganhar ou perder. Talvez não seja disso que se trate. Do que é então? Ela responde.
A vida de Ana Jorge seria outra se não fosse a sua professora primária. A vida de mulheres no Alentejo seria outra se não fossem as consultas na área do planeamento familiar em que Ana Jorge participou. No início da trajectória, nada diria que ela seria ministra da Saúde. Mas é, e popular. No início da trajectória, o que ela quis foi ser pessoa.
Ana Jorge tem 60 anos, um filho rapaz e duas filhas gémeas. Tem netos. É divorciada. Aqui ficam algumas memórias de uma menina bem comportada.»
Por onde andarão os conselheiros de imagem da ministra da saúde? link
Repare-se nesta introdução de estalo:
«O que é que Ana Jorge tem? Ela é a mulher que sabe ouvir. Também lhe chamam a ministra-estrela do Governo de Sócrates.
Escutar, fazer, talvez falar são os seus verbos. Não por acaso, na entrevista, há pausas entre as perguntas e as respostas. Uma pausa de segundos, de quem ouve atentamente, de quem não responde maquinalmente. Não, isto não é chapa cinco.
É raro um governante expor-se assim, sem filtros. Que conte que cresceu e aprendeu muito fazendo psicoterapia. Que não esconda a insegurança e a timidez. Que assuma as incertezas e que o que diz agora pode não ser verdadeiro amanhã.
O que é que esta entrevista permite? Conhecer Ana Jorge e aceder a um Portugal rural onde as raparigas não passavam do quinto ano do liceu. E tinham confrontos com a autoridade paterna na adolescência. E que aprenderam, assim, a lidar com o conflito. Vulgarmente esquecemos que o que somos e sabemos vem de algum lado… E ela lida, hoje, com o conflito de uma maneira particular.
A entrevista também permite equacionar o que são as mulheres no espaço político. O seu modo de fazer, dialogar, conseguir. Talvez elas, ou ela, não estejam interessadas num jogo de ganhar ou perder. Talvez não seja disso que se trate. Do que é então? Ela responde.
A vida de Ana Jorge seria outra se não fosse a sua professora primária. A vida de mulheres no Alentejo seria outra se não fossem as consultas na área do planeamento familiar em que Ana Jorge participou. No início da trajectória, nada diria que ela seria ministra da Saúde. Mas é, e popular. No início da trajectória, o que ela quis foi ser pessoa.
Ana Jorge tem 60 anos, um filho rapaz e duas filhas gémeas. Tem netos. É divorciada. Aqui ficam algumas memórias de uma menina bem comportada.»
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Entrevista de Anabela Mota Ribeiro, JP 22.11.09
Etiquetas: Ana Jorge
3 Comments:
Em busca do conhecimento perdido
O PSD apresentou, esta quarta-feira, um requerimento, no Parlamento, para que a ministra da Saúde, Ana Jorge, seja ouvida na Comissão de Saúde, com o objectivo de conhecer o seu pensamento sobre a política do sector. Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, a deputada e vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Rosário Águas considerou que «há muitos meses que o país está em branco quanto ao pensamento da senhora ministra da Saúde». «A senhora ministra tem tido um enfoque muito especial no tema da gripe A, que não criticamos. Já podemos é criticar que esse seja o único tema da agenda dela. Sobre outros temas praticamente nada conhecemos do pensamento da senhora ministra», acrescentou.
Antevisão: lá teremos o SEAS Manuel Pizarro a ir "às dobras" até porque o SES andará também ainda numa fase de aquisição de conhecimento
Realmente ha trabalhos...
Ana Jorge devia pedir uma indemnização.
Não será isto que pretendem Ana Jorge e os seus conselheiros de imagem?
Fazer passar o estilo lamechas (ridiculamente terno).
Afinal, a fórmula que tem dado popularidade à senhora ministra.
Dentro deste estilo e objectivo o texto da entrevista parece-me bem esgalhado.
Teve o condão de me transportar de repente para os bons velhos tempos da "Crónica Feminina".
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