domingo, novembro 8

TM confronta Inés Guerreiro


O TM apresenta na edição de 09.11.09 uma extensa entrevista a IG que vale a pena ler link
Tempo Medicina (TM)Segundo o dr. Lourenço Marques, os doentes internados em unidades de cuidados paliativos da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) não têm acesso aos recursos que teriam se estivessem internados em unidades de agudos. Isto significa que a rede discrimina os doentes?
Inês Guerreiro (IG) — O dr. Lourenço Marques tem razão. O próprio Plano Nacional de Cuidados Paliativos, publicado em 2004, contempla três níveis deste tipo de cuidados. Desde o mais intenso, que é o nível 3, ao menos intenso, que é o nível 1. Há doentes de cuidados paliativos (CP) considerados mais complexos que são os que devem estar internados em hospitais de agudos onde podem beneficiar de todos os recursos tecnológicos e das várias especialidades clínicas. Há unidades que têm um perfil menos complexo e que se destinam sobretudo ao alívio do sofrimento, ao apoio à morte e à dignidade nos últimos tempos, e é aqui que a RNCCI se enquadra. Há ainda o nível das acções paliativas, que a rede também está a desenvolver e que corresponde às equipas de cuidados domiciliários. Portanto, tudo depende das necessidades dos doentes, e por isso a rede impõe a obrigatoriedade de referenciação com avaliação prévia a nível clínico, de enfermagem e social.
«TM»O dr. Ferraz Gonçalves, que dirige uma unidade de cuidados paliativos (UCP) integrada na RNCCI, critica também o facto de o financiamento da rede não ser igual ao dos outros serviços. Porque é que tal acontece?
IG — Porque a rede não é um serviço hospitalar. Um serviço hospitalar tem enorme diferenciação de tecnologia e de áreas de intervenção, bem como várias especialidades médicas e outras, que não são necessárias numa unidade da rede. Se o dr. Ferraz Gonçalves faz essa crítica é porque certamente gostaria de dirigir uma unidade num hospital de agudos, que seria um departamento equivalente a um serviço de Medicina, de Ortopedia, etc., como é o caso do serviço [de Medicina paliativa] dirigido pelo dr. Lourenço Marques.
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entrevista de Andreia Vieira, TM 09.11.09

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