CHUC
De leitura e reflexão obrigatórias este relatório do Tribunal de Contas sobre o estado da Cirurgia Cardio-Torácica no SNS. link
Tendo procedido à avaliação de resultados em quatro dos seis centros cirúrgicos da especialidade, o TC faz recomendações que vão no sentido de uma maior autonomia administrativa e financeira dos centros, com organização e gestão segundo o modelo CRI, e uma melhor utilização da capacidade instalada de forma evitar a referenciação de doentes para unidades exteriores ao SNS.
A realçar: O Centro de Cirurgia Torácica dos HUC (agora CHUC), único a funcionar em modelo CRI com todo o pessoal em dedicação exclusiva, é o que apresenta o modelo de gestão mais eficaz traduzido em mais doentes tratados por profissional, menores custos unitários, menor mortalidade e ausência de lista de espera, factores determinantes na conclusão do TC:
- Face à avaliação dos indicadores da actividade cirúrgica fica evidenciado que os Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE, são os que apresentam uma melhor performance no triénio 2008-2010.
Porém, aquele Centro é o que apresenta o menor índice de case-mix (3,95), valor significativamente baixo quando comparado com os demais (5,45 é o valor máximo – H.S. João). Se estas diferenças não tiverem outra explicação (falhas na codificação, por exemplo) podem traduzir “dumping” com selecção favorável de doentes, tirando mérito ao modelo de gestão dos CHUC.
5 - Para terminar, a recomendação mais importante da Sociedade Portuguesa de Cardiologia vai no sentido de que o Tribunal de Contas proponha a existência de um Registo Nacional obrigatório e auditado que produza dados da performance cirúrgica ajustados ao risco esperado (semelhantes ao já existentes na maioria dos países da União Europeia) e ainda a iniciativa de uma auditoria internacional semelhante à efectuada às instituições universitárias e centros de investigação públicos. Relativamente ao Registo é fundamental que este inclua para cada serviço não só os doentes tratados (mortalidade e morbilidade aos trinta dias com uniformização dos diagnósticos), mas também os doentes não tratados (motivo da recusa e análise dos doentes tratados noutras instituições). A adopção desta medida constituiria um contributo decisivo para a implementação e desenvolvimento das boas práticas em cirurgia cardiotorácica e para a comparação com o fim da melhoria dos diferentes Serviços.
Penso pois poder concluir-se que a organização em CRI é recomendável para os Centros de Cirurgia Torácica. Há, porém, que optimizar os critérios de avaliação de forma a torná-la mais transparente e a prevenir os efeitos perversos do modelo.
Centro de Cirurgia Torácica dos HUC (CHUC), Relatório Actividade 2011 link
Tavisto
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