Consultores de serviço
Com efeito, existem sempre consultores de serviço que
trabalham para qualquer governo, qualquer Ministro ou qualquer politica, seja
dentro dos gabinetes, seja em regime de outsourcing.
É tudo uma questão de preço e conveniência.
Ainda acabarão por engendrar uma qualquer metodologia de
investigação que demonstre que as doenças têm sempre "o seu quê" de fraudulento.
Preparemo-nos para sermos confrontados com assíduas operações policiais com nomes de código
sugestivos do tipo: "Doença fingida"... ”Vai trabalhar ao malandro”… Olinda
4 Comments:
Completamente de acordo com este 'post'.
Acrescentaria:
Existirão tantos 'grupos de trabalho' quantos forem necessários para chegar ao resultado pré-concebido.
A aleivosia é não ter a coragem política de expor aos portugueses, com clareza, o que está na manga.
Entretanto, tudo serve para tentar entreter o pagode. Desde 'chicanas' policiais - necessárias para a 'moralização' os serviços públicos (todos) - aos 'grupos de trabalho', às estatísticas trabalhadas, etc., a realidade aparece obnibulada por um conjunto de fait divers que não podem travestir uma opção (ideológica) ou uma envergonhada e manhosa finalidade política. É essa finalidade 'ocultada' que não poderá ser omitida ad eternum.
Na concepção de um 'Estado mínimo' não cabe - não somos parvos - um SNS são e escorreito, capaz de desempenhar o relevante papel social que lhe está destinado.
O que se está a tentar por caminhos ínvios é cada vez mais evidente. O logro não é, contudo, eterno. A adversidade tem mostrado na História ser o fermento de muitas mudanças. As alternativas existem, porque democráticas, e para provar 'isso', não é necessário qualquer 'grupo' porque se trata de um acto eminentemente cívico (colectivo). Extravasa a excelsa sapiência dos 'grupelhos' e das 'conjecturas'.
Em poucas situações duas simples palavras podem significar tamanhas diferenças na forma de ver o doente. O cliente é o produto de uma opção livre, surge porque tem mais confiança, porque exerce um direito de escolha, confia enquanto a sua consciência ou a sua perceção lho indicar. O cliente informa-se e decide, faz da variedade de oferta, do conhecimento e do rigor uma oportunidade, o que resulta de uma sociedade livre onde a sua opinião conta. Também, não sendo necessariamente um instrumento de lucro mas sim a primeira e última razão da viabilidade e sobrevivência das organizações. O doente entra por uma porta que lhe é aberta pela qualidade e pela liberdade mas que ele próprio pode fechar quando essa qualidade deixar de existir.
Pelo contrário, o utente utiliza o que o mandam utilizar, a sua opção não existe — é ditada por fatores geográficos, por redes de cuidados, por entidades que em gabinetes decidem por ele. É uma entidade passiva, não tem alternativa e dificilmente lhe é permitido mudar. Representa um número que é esgrimido nos relatórios, é discutido nas enfermarias, é chamado nas receções. Até as suas reclamações são números que alimentam o coletivismo de uma organização onde as pessoas pouco contam. Ser utente não é estar no centro dos cuidados, mas o sustento da uma burocracia que coloca os processos em primeiro lugar. O utente entra nas organizações hospitalares por comportas, em turbilhão — vai na corrente, para depois esperar pela marcação, pela consulta, pelos exames, pela cirurgia. Alimenta listas de espera, resolvidas por incógnitos profissionais que obedecem a objetivos.
Nas organizações em sociedade livre, o cliente está em primeiro lugar, enquanto que o utente nas organizações coletivizadas é um número que é exibido para justificar recursos, financiamentos, alimentar estatísticas ou ser discutido como casuística clínica.
No nosso sistema de saúde houve grandes progressos na forma de ver o doente. De modo geral, mesmo como utente, é hoje mais respeitado e dignificado. Porém, continua prisioneiro da estrutura e dos profissionais. A liberdade de mudar, de recusar, de optar resume-se à formalização de reclamações e de respostas estereotipadas. Até o direito a ser informado e de consentir, limita-se, muitas vezes, a um ato burocrático. Pelo contrário, como cliente no sector privado, além de reclamar, pode mudar, pode escolher, pode exigir. O cliente é um produto da liberdade e da concorrência. A palavra cliente encerra, erradamente, a marca negativa do negócio. Sendo a saúde uma atividade económica é um falso pudor não encarar o doente como cliente. A verdade de o tornar desejado é muito melhor do que a hipocrisia de o aceitar pela simples circunstância de não ter opções de escolha. Infelizmente a cultura da conceção massificadora e coletivista do SNS tornou o doente num utente submisso. A cidadania moderna ao outorgar ao doente o direito de poder escolher, dinamiza as organizações e liga o seu futuro e viabilidade à sua opinião e empatia. O curso natural da vida de um hospital numa sociedade livre estará indelevelmente ligado ao dos seus clientes que também, por isso, serão ainda mais preciosos e importantes.
Artur Osório Araújo
Médico e presidente da Associação da Hospitalização Privada diz que a cultura coletivista do SNS tornou o doente num utente submisso.
Expresso 27.07.13
O que este senhor pretende com este linguarejar é ter acesso uma vez mais à manjedoura do estado. Os doentes o que pretendem é ter acesso a cuidados de saúde de qualidade- Curar as maleitas de que padecem. Dispensam bem os agiotas que os pretendem explorar em situações de extrema dificuldade a troco de mais umas pretensas facilidades para atrair o zé saloio.
A triste figura que alguns "reputados" profes da nossa praça se prestam a troco de simples afagos do poder político brada os céus. Cada país tem os "Reinhart e Rogoff" que merece.
De quando em vez surgem salpicos deste confuso discurso que confunde resposta às necessidades de saúde com “consumismo e criação de necessidades aos clientes”. Esta “doutrina “ requentada e repetida circula pelos “sound-bytes” da liberdade de escolha, da concorrência da “qualidade “ exaustivamente usada e repetida até à exaustão.
Por aqui se desbravam os caminhos da Medicina low cost, das consultas a pataco para a ADSE em troca de muitos exames e das cirurgias multi-procedimento para compensar rendimento. É o negocismo e a insistente pressão para destruir o SNS e capturar os fundos que não conseguem ser gerados no abençoado mercado livre, aberto e concorrencial. Basta ver a desgraça de muitos destes “empreendedores” de ocasião.
Muitas vezes estamos perante “gestores de massa falida” em busca do financiamento perdido. Esse mesmo financiamento que resiste no domínio público para salvaguardar a equidade e o universalismo do sistema. Esse mesmo financiamento que (frustrantemente para muitos) mesmo este governo liberal de direita não ousa desmantelar.
Cá estaremos para fazer o que é necessário para defender o que é nosso e melhor serve o interesse das populações contra ventos e marés, vendedores de banha da cobra e negociantes de ocasião.
Enviar um comentário
<< Home