sábado, julho 27

Consultores de serviço

Com efeito, existem sempre consultores de serviço que trabalham para qualquer governo, qualquer Ministro ou qualquer politica, seja dentro dos gabinetes, seja em regime de outsourcing.
É tudo uma questão de preço e conveniência.
Ainda acabarão por engendrar uma qualquer metodologia de investigação que demonstre que as doenças têm sempre "o seu quê" de fraudulento. Preparemo-nos para sermos confrontados com assíduas operações policiais com nomes de código sugestivos do tipo: "Doença fingida"...  ”Vai trabalhar ao malandro”…   Olinda

4 Comments:

Blogger e-pá! said...

Completamente de acordo com este 'post'.

Acrescentaria:

Existirão tantos 'grupos de trabalho' quantos forem necessários para chegar ao resultado pré-concebido.
A aleivosia é não ter a coragem política de expor aos portugueses, com clareza, o que está na manga.
Entretanto, tudo serve para tentar entreter o pagode. Desde 'chicanas' policiais - necessárias para a 'moralização' os serviços públicos (todos) - aos 'grupos de trabalho', às estatísticas trabalhadas, etc., a realidade aparece obnibulada por um conjunto de fait divers que não podem travestir uma opção (ideológica) ou uma envergonhada e manhosa finalidade política. É essa finalidade 'ocultada' que não poderá ser omitida ad eternum.
Na concepção de um 'Estado mínimo' não cabe - não somos parvos - um SNS são e escorreito, capaz de desempenhar o relevante papel social que lhe está destinado.
O que se está a tentar por caminhos ínvios é cada vez mais evidente. O logro não é, contudo, eterno. A adversidade tem mostrado na História ser o fermento de muitas mudanças. As alternativas existem, porque democráticas, e para provar 'isso', não é necessário qualquer 'grupo' porque se trata de um acto eminentemente cívico (colectivo). Extravasa a excelsa sapiência dos 'grupelhos' e das 'conjecturas'.

12:45 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Em poucas situações duas simples palavras podem significar tamanhas diferenças na forma de ver o doente. O cliente é o produto de uma opção livre, surge porque tem mais confiança, porque exerce um direito de escolha, confia enquanto a sua consciência ou a sua perceção lho indicar. O cliente informa-se e decide, faz da variedade de oferta, do conhecimento e do rigor uma oportunidade, o que resulta de uma sociedade livre onde a sua opinião conta. Também, não sendo necessariamente um instrumento de lucro mas sim a primeira e última razão da viabilidade e sobrevivência das organizações. O doente entra por uma porta que lhe é aberta pela qualidade e pela liberdade mas que ele próprio pode fechar quando essa qualidade deixar de existir.
Pelo contrário, o utente utiliza o que o mandam utilizar, a sua opção não existe — é ditada por fatores geográficos, por redes de cuidados, por entidades que em gabinetes decidem por ele. É uma entidade passiva, não tem alternativa e dificilmente lhe é permitido mudar. Representa um número que é esgrimido nos relatórios, é discutido nas enfermarias, é chamado nas receções. Até as suas reclamações são números que alimentam o coletivismo de uma organização onde as pessoas pouco contam. Ser utente não é estar no centro dos cuidados, mas o sustento da uma burocracia que coloca os processos em primeiro lugar. O utente entra nas organizações hospitalares por comportas, em turbilhão — vai na corrente, para depois esperar pela marcação, pela consulta, pelos exames, pela cirurgia. Alimenta listas de espera, resolvidas por incógnitos profissionais que obedecem a objetivos.
Nas organizações em sociedade livre, o cliente está em primeiro lugar, enquanto que o utente nas organizações coletivizadas é um número que é exibido para justificar recursos, financiamentos, alimentar estatísticas ou ser discutido como casuística clínica.
No nosso sistema de saúde houve grandes progressos na forma de ver o doente. De modo geral, mesmo como utente, é hoje mais respeitado e dignificado. Porém, continua prisioneiro da estrutura e dos profissionais. A liberdade de mudar, de recusar, de optar resume-se à formalização de reclamações e de respostas estereotipadas. Até o direito a ser informado e de consentir, limita-se, muitas vezes, a um ato burocrático. Pelo contrário, como cliente no sector privado, além de reclamar, pode mudar, pode escolher, pode exigir. O cliente é um produto da liberdade e da concorrência. A palavra cliente encerra, erradamente, a marca negativa do negócio. Sendo a saúde uma atividade económica é um falso pudor não encarar o doente como cliente. A verdade de o tornar desejado é muito melhor do que a hipocrisia de o aceitar pela simples circunstância de não ter opções de escolha. Infelizmente a cultura da conceção massificadora e coletivista do SNS tornou o doente num utente submisso. A cidadania moderna ao outorgar ao doente o direito de poder escolher, dinamiza as organizações e liga o seu futuro e viabilidade à sua opinião e empatia. O curso natural da vida de um hospital numa sociedade livre estará indelevelmente ligado ao dos seus clientes que também, por isso, serão ainda mais preciosos e importantes.

Artur Osório Araújo
Médico e presidente da Associação da Hospitalização Privada diz que a cultura coletivista do SNS tornou o doente num utente submisso.
Expresso 27.07.13

O que este senhor pretende com este linguarejar é ter acesso uma vez mais à manjedoura do estado. Os doentes o que pretendem é ter acesso a cuidados de saúde de qualidade- Curar as maleitas de que padecem. Dispensam bem os agiotas que os pretendem explorar em situações de extrema dificuldade a troco de mais umas pretensas facilidades para atrair o zé saloio.

6:53 da tarde  
Blogger tambemquero said...

A triste figura que alguns "reputados" profes da nossa praça se prestam a troco de simples afagos do poder político brada os céus. Cada país tem os "Reinhart e Rogoff" que merece.

7:07 da tarde  
Blogger Unknown said...

De quando em vez surgem salpicos deste confuso discurso que confunde resposta às necessidades de saúde com “consumismo e criação de necessidades aos clientes”. Esta “doutrina “ requentada e repetida circula pelos “sound-bytes” da liberdade de escolha, da concorrência da “qualidade “ exaustivamente usada e repetida até à exaustão.
Por aqui se desbravam os caminhos da Medicina low cost, das consultas a pataco para a ADSE em troca de muitos exames e das cirurgias multi-procedimento para compensar rendimento. É o negocismo e a insistente pressão para destruir o SNS e capturar os fundos que não conseguem ser gerados no abençoado mercado livre, aberto e concorrencial. Basta ver a desgraça de muitos destes “empreendedores” de ocasião.
Muitas vezes estamos perante “gestores de massa falida” em busca do financiamento perdido. Esse mesmo financiamento que resiste no domínio público para salvaguardar a equidade e o universalismo do sistema. Esse mesmo financiamento que (frustrantemente para muitos) mesmo este governo liberal de direita não ousa desmantelar.
Cá estaremos para fazer o que é necessário para defender o que é nosso e melhor serve o interesse das populações contra ventos e marés, vendedores de banha da cobra e negociantes de ocasião.

9:32 da tarde  

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