quinta-feira, maio 29

Paulo Macedo está a destruir o SNS

Clínicos alegam que o sector da Saúde deixou de ser tratado com a humanização que lhe deve ser exigida
«Médicos unidos para apoiar formas de contestação ao Ministério da Saúde»
Os médicos da Região Centro estão «unidos e disponíveis para apoiar todas as formas eficazes de contestação ao Ministério da Saúde», afirma o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, num comunicado enviado à Imprensa. Esta é uma posição conjunta assumida pela SRCOM e pelos Conselhos Distritais de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu, que vai ser apresentada na reunião do Conselho Nacional Executivo da OM, no próximo dia 30 de Maio.
Para Carlos Cortes, «o actual ministro da Saúde está a destruir o Serviço Nacional de Saúde e a legislar de forma irresponsável, colocando em causa a qualidade dos cuidados a prestar aos doentes». Perante a decisão de os médicos de Medicina Geral e Familiar começarem a ser responsáveis por consultas de Medicina do Trabalho, o presidente da SRCOM denuncia que esta «viola claramente as boas práticas do exercício da Medicina e é tomada ao arrepio das regras técnicas e científicas já implementadas e validadas pela OM, pois cada especialidade tem as suas competências». O responsável considera que «o Ministério volta a demonstrar um amplo desconhecimento da área da Saúde e a legislar sem consultar os seus parceiros: OM e sindicatos médicos».
Segundo Carlos Cortes «esta é mais uma medida inaceitável a juntar à Lei das Incompatibilidades, link ao esvaziamento do papel da OM na formação médica, à transferência de competências médicas para outras profissões de saúde, à definição de uma nova rede hospitalar link inadaptada às realidades do país, ao estrangulamento progressivo do financiamento dos hospitais, ao desinvestimento nos cuidados de saúde primários, à recusa de definição do Acto Médico ou ao falso Código de Ética que tem como objetivo manietar e silenciar os profissionais de saúde». E acrescenta: «Existe a vontade de proletarizar os médicos ou de empurrá-los para a emigração.»
«O sector da Saúde deixou de ser tratado com a humanização que lhe deve ser exigida e as questões exclusivamente economicistas passaram a ditar as regras. Estamos num ponto sem retorno, em que não podemos ficar a assistir a este atentado contra a qualidade da prestação de cuidados de saúde aos portugueses. Chegou o momento de as estruturas médicas se unirem contra as decisões do atual ministro e mobilizarem os médicos e os doentes para novas formas de contestação, como o fizeram em 2012», alerta o responsável. link
TM 28.05.14

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