terça-feira, abril 25

Abril, a triste realidade

«A mais de uma centena de hospitais privados representa cerca de um terço do total de camas hospitalares e de consultas externas realizadas no país e já gere a maioria das unidades de saúde com internamento.
Os hospitais privados ao serviço da saúde dos portugueses.
Os dados mais recentes confirmam que os hospitais privados em Portugal têm vindo a merecer crescente confiança por parte dos cidadãos.
Por ocasião do Dia Mundial da Saúde — 7 de abril — o INE atualizou os números sobre o sistema de saúde português e concluiu que os hospitais privados, por ano, já prestam mais de 6,1 milhões de consultas externas, já recebem mais de 1,1 milhões de episódios de urgência e já realizam quase 250 mil cirurgias.
Os hospitais privados representam, assim, cerca de um terço do total de camas hospitalares e de consultas externas realizadas no país. Em termos nacionais, não é possível falar do sistema de saúde sem dar o devido relevo à hospitalização privada, que já gere a maioria das unidades de saúde portuguesas com internamento.
O cidadão que, no seu dia a dia, acorre aos hospitais privados sabe exatamente o que procura e a razão da sua escolha. Vai pelo atendimento, vai pelos profissionais e pela organização dos serviços e vai pela disponibilidade de equipamentos especializados. A título de exemplo, os hospitais privados em Portugal dispõem de 56 equipamentos para angiografia, 56 equipamentos para mamografia, 38 ressonâncias magnéticas, 68 TAC, quatro equipamentos para tomografia por emissão de positrões, 15 equipamentos de litotrícia, etc.
Note-se que os dados referidos dizem respeito aos hospitais privados (111) e não contemplam os hospitais que, sendo do SNS, beneficiam de gestão privada (4).
Estes são os números do INE mas temos gosto em torná-los desactualizados. A boa notícia para os portugueses é que os hospitais privados continuam a investir. Estão a aumentar a rede geográfica para quase todos os distritos de Portugal Continental (e também nos arquipélagos) e evoluem para um conceito de proximidade, que aumenta o acesso e permite uma gestão integrada em redes. Investe-se também em tecnologias cada vez mais inovadoras e na formação dos profissionais, ao nível do que melhor é feito a nível internacional.
É um erro não assumir que o sistema de saúde português tem uma componente privada muito importante.»
Óscar Gaspar Presidente da APHP, expresso 22 abril 2017
Aonde vai a complementaridade... A hegemonia do sector privado da saúde aí está!  Os portugueses vão pagar caro esta mudança de paradigma levada a cabo por inúmeros governos do bloco central, prosseguida pelo actual ministro da saúde com a manutenção dos hospitais PPP.
«Privatizar serviços sociais públicos não poupa dinheiro a ninguém: começa por forçar o povo a pagar mais, quando deles precisa; depois, faz surgir gastos desnecessários, de promoção, de marketing e de administração de menor custo na gestão pública; depois ainda, por exigir regulação forte, mas torneável e susceptível de ser enganada, alimentando conluios e fraudes ainda maiores aos do sistema público; finalmente, porque discrimina os que têm dinheiro, ou o cheque, sobre aqueles que o não têm, e, nos prestadores, separa os que podem seleccionar clientela dos que o não podem fazer.» (Correia de Campos, JP 21.01.13).
Clara Gomes

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