sábado, maio 29

Diálogos sobre a saúde

1. - Sábado, primeiro dia do fim de semana.
Recuperação das leituras e afazeres atrasados.
Um curto "jogging" no passeio marítimo.

2. - Já li o "post" do Gin.
Entendi, que defende a empresarialização dos hospitais mas com manutenção do estatuto jurídico de entidade pública(no sector público).
A reforma do Correia de Campos, previa a transformação do estatuto jurídico dos hospitais para EP(Empresas Públicas).
Flexibilizava-se o modelo de gestão, sem alterar o sector público de actividade.
Neste ponto, parece-me que estamos de acordo.

3. - Quanto à empresarialização dos hospitais.

Comecemos por identificar o problema.
O que é que está mal, na exploração das unidades de saúde da rede nacional de cuidados?
Resposta: Gestão ineficiente (fracos resultados face aos recursos utilizados).

Definição de objectivos: melhorar a gestão dos hospitais, sem prejudicar a acessibilidade, equidade, qualidade e segurança dos cuidados de saúde.

Não é tarefa fácil.

Dificuldades: corporativismo e inércia do sistema.

Estratégia: Definição clara dos objectivos.
Envolvimento de todos os grupos profissionais no projecto de criação de uma cultura de eficência.

A eficiência (obtenção de resultados com utilização dos meios adequados), não se consegue com a tomada de medidas estúpidas.
É necessário, haver competência no terreno para elaborar um correcto diagnóstico e definir procedimentos ajustados à solução dos problemas.
Há que contar sempre com a reacção à introdução de novos processos.
Mas, se os objectivos forem correctamente definidos, os profissionais da saúde aderem sempre aos projectos de mudança que se pretendam implementar.

4. - O processo de reforma em curso assenta num equívoco.

A versão oficial dos objectivos, é a melhoria da eficiência da gestão, face a limitação de recursos.
O que os profissionais da saúde, percebem da actuação do governo e dos gestores colocados nos hospitais pelo ministro da saúde é que, o verdadeiro objectivo é a mercantilização e a privatização da saúde.

Trata-se de uma reforma cega, porque a obsessão deste governo é privatizar e não melhorar a eficiência da gestão e a qualidade da prestação de cuidados.

Como resultado desta política de saúde, verifica-se a degradação acelerada da qualidade dos cuidados de saúde, de que, o elevado número de demissões de responsáveis de hospitais, de conflitos laborais e de doentes em lista de espera são exemplos.