domingo, julho 18

Tarde de Domingo

1. - Ontem, dia 17 de Julho,  tomou posse o XVI Governo Constitucional do 1.º ministro Santana Lopes. O Presidente da República, Jorge Sampaio, pronunciou mais um dos seus habituais e inevitáveis discursos onde, ficamos a saber, que não  se corresponsabiliza pela política desenvolvida pelo Governo.

Os da maioria PSD/CDS, como de costume,  pacientemente, fingiram ouvi-lo, a pensar, certamente, que têm de lhe gramar os discursos mas que depois são livres de actuar como entenderem.
Barroso & companhia,  conhecem, de há muito,  os fracos do presidente. A sua inaptidão  para o combate duro. Sabem que a sua  intervenção  se  limita  aos discursos proferidos nas datas comemorativas  e nas sessões solenes de qualquer evento,  onde dá uns recados à malta e encena o  puxar de orelhas a este e aquele.
É um presidente frouxo  com ideias românticas sobre o combate político que cede à mais  leve carga de ombro (legal no futebol).

2. - O governo de Santana Lopes é aquele que, nesta altura,  Jorge Sampaio quis que existisse e as suas políticas passam a ter cobertura presidencial.  
Por isso, senhor presidente,  não nos venha, agora, (e futuramente) dizer  que não é corresponsável.
Quanto aos demais recados, senhor presidente,  vamos ter oportunidade de confirmar até 2006 como este governo fez ourelhas moucas do seu bem elaborado discurso. 
 
3. – Para esquecer, por algumas horas,  a actual situação política, o Sampaio, o Santana, o Luís Filipe Pereia & companhia, vou pegar na  BTT e rumar à serra de Sintra.
Depois de alguns trilhos acima e abaixo, sento-me esfalfado à sombra fresca dos olmeiros.
Em breve, a  leve brisa da tarde, o faíscar do sol entre o ondular  do arvoredo,  o chilrear dos pássaros, o cheiro a  alecrim e erva cidreira, as generosas golfadas de oxigénio, fazem-me acreditar de novo que, apesar de tudo, não há país como Portugal