sábado, julho 17

XVI Governo Constitucional

Barroso é o autor do inominável acordo de Bicesse; e Lopes protegeu o «teatro de revista», plantou umas palmeiras na Figueira da Foz (não exactamente um acto heróico) e legou a Lisboa um saco de sarilhos. Sem excepção, só mostraram talento para a intriga e a manobra partidária. A partir de Cavaco, Portugal ficou entregue a pequenos conspiradores de pequenas seitas. Ninguém se deve admirar com a irresponsabilidade e o essencial oportunismo que eles constantemente mostraram. Ou com a contínua degradação do País, que eles consentiram, quando não promoveram.
Hoje há um ar de irrealidade no advento de Santana Lopes. Ninguém acredita que está a suceder o que está a suceder. É um sentimento comum em véspera de catástrofe.
Vasco Pulido Valente, DN 16.07.04
 
A partir de agora, o governo que aí vem é aquele que Jorge Sampaio quis que existisse e as suas políticas passam a ter uma cobertura presidencial.
António José Teixeira, JN 16.07.04
 
O futuro ministro das finanças viu, há pouco mais de uma semana, o presidente do Tribunal de Contas a sublinhar que a Segurança Social é a mais grave das questões analisadas no parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2002.
A falta de consistência e fiabilidade dos dados é tal que o TC considera mesmo não conseguir pronunciar-se sobre os números de 2003.

Diário Económico  16.07.04 
 
Salada Russa
Primeiro os trunfos, para impressionar.
Depois o resto da equipa de supetão, para não assustar.
Mas, mesmo com esta habilidade, Santana não evita que o país fique atordoado e de boca aberta ao ouvir o nome de algns ministros.
Com ministérios a mais, poucos nomes fortes capazes de se fazerem respeitar e porem ordem na casa e excesso de cálculo politiqueiro, o Governo não nasce saudável.

JMF, Público 17.07.04
 
A presença de Bagão nas Finanças, com a sua origem CDS e a sua história na banca e nos seguros, transforma uma política nacional (em grosso, a de Ferreira Leite) numa simples política dos patrões. Os patrões, de resto, com a sua atávica estupidez, não se coibiram de aparecer na televisão em êxtase. O resultado não será bom. Quanto a Barreto, que apoiou sucessivamente e sem pestanejar Eanes, Mota Pinto, Sá Carneiro, Balsemão, o «Bloco Central» e Cavaco Silva, e que iria para ministro do Inferno se o Diabo o convidasse, para servir a Pátria e os seus senhores, é a perfeita soma de tudo o que anda mal na vida pública portuguesa. A «nova geração» de Santana Lopes, que tanto por aí se apregoou teve esta estreia. O que virá a seguir?
Vasco Pulido Valente, DN 17.07.04
 
Constituição do XVI Governo Constitucional:
1. º - Pacote dos Nabos - Santana Lopes - 1.º Ministro;  Fernando Negrão - Segurança Social;  Maria do Carmo Seabra - Educação; Daniel Sanches - Administração Interna; Maria João Bustorf - Cultura;  José Luís Arnaut - Cidades;  Rui Gomes Silva - Assuntos Parlamentares;  Luís Nobre Guedes - Ambiente;  Henrique Chaves - Ministro Adjunto; Telmo Correia - Turismo; António Mexia - Obras Públicas; Costa Neves - Agricultura;  Maria da Graça Carvalho - Ensino Superior.                                                                                                        
2.º - Molho de Bróculos - Álvaro Barreto - Assuntos Económicos;  Nuno Morais Sarmento - Presidêmcia;  António Bagão Félix - Finanças; Aguiar Branco - Justiça;  Paulo Portas - Estado e Defesa;  António Monteiro - Negócios Estrangeiros;  Luís Filipe Pereira - Saúde; Domingos Jerónimo - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.