Eleições Americanas
Descontentes com a Saúde podem decidir as Eleições
Marc Roberts
Professor of political economy Department of Health Policy, Havard.
Bush e Kerry têm visões diferentes para o sistema de saúde americano. Isso poderá fazer a diferença no dia das eleições?
Todos os dados disponíveis indicam que não, pelo menos para a maioria dos americanos. A economia, a guerra contra o Iraque são os temas que estão no topo da lista de preocupações. Contudo, estas eleições serão provavelmente decididas por uma minoria de indecisos que estão tipicamente preocupados com o sistema de saúde. Tanto Bush como Kerry sabem disso.
É a principal batalha ideológica entre dois partidos que fogem à vulgar dicotomia esquerda/direita ?
A saúde é uma grande preocupação para a classe média americana já que os preços dos seguros têm vindo a subir apesar da cobertura médica ser cada vez menor. Os idosos também estão preocupados já que o actual sistema de segurança social garante o direito à Saúde a quem tiver mais de 65 anos. O actual Presidente tem tentado pulverizar as opiniões sobre o sistema de saúde duma forma ideológica, retratando John Kerry como um liberal de esquerda do Massachussets. Mas o plano de Kerry é de facto uma abordagem bastante centrista do problema e as diferenças entre os dois são mais pequenas do que parecem. Nenhum dos dois prevê uma extensão do financiamento público para a Saúde.
O que continua a ser a principal crítica de muitos americanos, sobretudo daqueles que não têm acesso a Cuidados Médicos...
Para quem olha de fora para o sistema de saúde americano, há duas coisas que são surpreendentes e que na minha opinião, são problemas. Por um lado, o financiamento assenta em “premiums” e não nos impostos, o que faz com que quase todos paguem sensivelmente o mesmo e que os mais pobres não consigam pagar. Por isso é fundamental evoluirmos para um sistema de base redistributiva assente na cobrança de impostos. Por outro lado, a competição privada entre companhias de seguros leva a um enorme desperdício de recursos, com processos judiciais e custos administrativos nos hospitais. Estamos a desperdiçar autênticas fortunas devido à forma como financiamos o nosso sistema de saúde.
Marc Roberts
Professor of political economy Department of Health Policy, Havard.
Bush e Kerry têm visões diferentes para o sistema de saúde americano. Isso poderá fazer a diferença no dia das eleições?
Todos os dados disponíveis indicam que não, pelo menos para a maioria dos americanos. A economia, a guerra contra o Iraque são os temas que estão no topo da lista de preocupações. Contudo, estas eleições serão provavelmente decididas por uma minoria de indecisos que estão tipicamente preocupados com o sistema de saúde. Tanto Bush como Kerry sabem disso.
É a principal batalha ideológica entre dois partidos que fogem à vulgar dicotomia esquerda/direita ?
A saúde é uma grande preocupação para a classe média americana já que os preços dos seguros têm vindo a subir apesar da cobertura médica ser cada vez menor. Os idosos também estão preocupados já que o actual sistema de segurança social garante o direito à Saúde a quem tiver mais de 65 anos. O actual Presidente tem tentado pulverizar as opiniões sobre o sistema de saúde duma forma ideológica, retratando John Kerry como um liberal de esquerda do Massachussets. Mas o plano de Kerry é de facto uma abordagem bastante centrista do problema e as diferenças entre os dois são mais pequenas do que parecem. Nenhum dos dois prevê uma extensão do financiamento público para a Saúde.
O que continua a ser a principal crítica de muitos americanos, sobretudo daqueles que não têm acesso a Cuidados Médicos...
Para quem olha de fora para o sistema de saúde americano, há duas coisas que são surpreendentes e que na minha opinião, são problemas. Por um lado, o financiamento assenta em “premiums” e não nos impostos, o que faz com que quase todos paguem sensivelmente o mesmo e que os mais pobres não consigam pagar. Por isso é fundamental evoluirmos para um sistema de base redistributiva assente na cobrança de impostos. Por outro lado, a competição privada entre companhias de seguros leva a um enorme desperdício de recursos, com processos judiciais e custos administrativos nos hospitais. Estamos a desperdiçar autênticas fortunas devido à forma como financiamos o nosso sistema de saúde.
In Diário económico 27.10.04
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