quarta-feira, outubro 27

À Atenção do Senhor Ministro da Saúde

Depois de o ministro da Saúde ter avançado com a promessa de que todos os portugueses vão ter médico de família, a limpeza de ficheiros em curso nos cerca de 400 centros de saúde do país permitiu já detectar perto de 400 mil potenciais duplicações de inscrições de utentes.
Havia mesmo uma pessoa que tinha 15 cartões de utente, segundo adiantou ao PÚBLICO um responsável do Instituto de Gestão Informática e Financeira (IGIF) do Ministério da Saúde.
O expurgo das duplicações nas inscrições e dos óbitos não abatidos vai permitir identificar vagas nas listas dos médicos de família, os quais, em teoria, deveriam ter 1500 utentes a seu cargo cada.
Um levantamento efectuado há dois anos pelo Ministério da Saúde indicava que mais de um milhão de portugueses não tinha médico de família.
Jornal Público 27.10.04
Sou um privilegiado, tenho médica de família.
Aconselhamos, vivamente, o senhor ministro da saúde, Luís Filipe Pereira, a ordenar a continuação do expurgo. Poderá acontecer que sejam detectados 3, 4, 5, 10 milhões de duplicações de inscrições, permitindo concluir que só uma escassa fatia da população portuguesa frequenta as consultas dos Centros de Saúde. Que os médicos de família são mais do que suficientes ou não sáo necessários por não haver doentes nos Centros de Saúde, mas somente meras duplicações dos ditos (o SNS, não prevê o atendimento de duplicações de utentes). Estará assim cumprida a promessa avançada, recentemente, pelo senhor ministro, de que todos os portugueses iriam ter médico de família.
Esta metodologia apresenta todas as vantagens, só sendo necessário a existência de sistemas informáticos do SPA, com alguns anos de funcionamento, e de empresas conhecidas do ramo interessadas em colocar novos equipamentos e software nos Serviços de Saúde. Poderá, ainda, depois de testada nos utentes dos Centros de Saúde, ser utilizada com êxito no expurgo dos Doentes Inscritos para Cirurgia. O senhor ministro da saúde terá, assim, resolvido, da melhor forma, dois graves problemas, o que lhe prmitirá dedicar toda a atenção ao grande projecto das Parcerias Público Privado (PPP).

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Um só comentário: Excepcional.

4:51 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mas quem é que encomenda trabalhos jornalísticos destes. O expurgo de ficheiros é trabalho de rotina de qualquer sistema que se preze. Todos sabemos que os sistemas informáticos da saúde funcionam mal. E vão continuar a funcionar mal. O senhor ministro da saúde vá visitar os Centros de Saúde nas horas deponta para ver o sofrimento dos utentes (há excepções, claro está).

5:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Esqueci-me, há pouco, de lhe fazer uma pergunta: Qual é o seu Centro de Saúde.

5:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Como diz o Correia de Campos o Saúde está pior do que há dois anos. Toda esta barafunda para funcionar como cortina de fumo para a Privatização dos Hospitais. Este Portugal é só jogadas: Celeste Cardona/Salvado/Paulinho daa Feiras; ministro dos assuntos parlamentares/Sarmento Rodrigues; ministro da Saúde/ Mellos & Companhia. Que grande Mafia.

4:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E mais esta:
Fraude
Dois municípios, Maia e Covilhã, vão obter financiamentos extraordinários vendendo aos bancos as rendas da habitação social municipal durante muitos anos. Por trás deste aparente "ovo de Colombo" está obviamente uma fraude flagrante à proibição de aumento de endividamento municipal, imposta pela lei do orçamento do Estado, frustrando manifestamente os propósitos de limitação da despesa pública e do défice público. É evidente que, tal como no endividamento, os municípios em causa realizam encaixes financeiros à custa de pagamentos no futuro, mediante afectação de rendimentos municipais futuros, onerando os exercícios financeiros vindouros, o que é substantivamente equivalente ao recurso ao crédito. Por que não venderem também antecipadamente o rendimento previsível dos impostos municipais dos próximos 10 ou 20 anos?
Para além disso, há uma questão que não foi respondida e que é essencial para a licitude do esquema. Tal tipo de operações tem fundamento legal? Onde está a lei que as prevê?
Blog Causa Nossa
Inserido por VM 26.10.04

5:03 da tarde  

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