Ofertas chorudas às farmácias
ALGUÉM EXPLICA?
"A edição do Expresso do passado dia 04 trazia uma notícia relativa ao negócio dos genéricos que começava por nos dizer:
«OS LABORATÓRIOS que vendem genéricos estão a fazer ofertas chorudas às farmácias para que estas prefiram os seus medicamentos aos da concorrência. Em vez dos médicos, o alvo destes laboratórios são agora os farmacêuticos, estando já generalizada a oferta de variadíssimas bonificações - as quais vão desde os créditos em viagens às ofertas, que chegam a 300% sobre a compra de embalagens do medicamento (pela compra de 10 caixas, recebem-se de borla mais 30).»
É curioso que passada mais de uma semana não se ouviu um único comentário sobre uma situação que, no mínimo, é escandalosa. Se os genéricos se justificam por serem mais baratos, e são mais baratos porque o seu preço não suporta os elevados custos da royalties e da publicidade como explicar que as margens de lucro permitam ofertas que quadruplicam as aquisições."
E se cabe aos médicos a escolha dos medicamentos porquê tantas "benesses" às farmácias. Era bom que alguém explicasse o que se passa realmente por detrás deste negócio dos genéricos. A preocupação é mesmo poupar no Orçamento do Estado, ou alguém ganha muito mais do que aquilo que o Estado poupa? E se o Estado intervém sobre os preços dos medicamentos com marcas comerciais, como explicar tão elevadas margens de lucro nos genéricos? Alguém nos explica esta situação?
Algum dos partidos tem a coragem de apresentar propostas no domínio do medicamento e das farmácias que ponham fim a este negócio onde o oportunismo parece não ter limites? Ou têm medo do lobby das Farmácias e do Senhor Cordeiro?
"A edição do Expresso do passado dia 04 trazia uma notícia relativa ao negócio dos genéricos que começava por nos dizer:
«OS LABORATÓRIOS que vendem genéricos estão a fazer ofertas chorudas às farmácias para que estas prefiram os seus medicamentos aos da concorrência. Em vez dos médicos, o alvo destes laboratórios são agora os farmacêuticos, estando já generalizada a oferta de variadíssimas bonificações - as quais vão desde os créditos em viagens às ofertas, que chegam a 300% sobre a compra de embalagens do medicamento (pela compra de 10 caixas, recebem-se de borla mais 30).»
É curioso que passada mais de uma semana não se ouviu um único comentário sobre uma situação que, no mínimo, é escandalosa. Se os genéricos se justificam por serem mais baratos, e são mais baratos porque o seu preço não suporta os elevados custos da royalties e da publicidade como explicar que as margens de lucro permitam ofertas que quadruplicam as aquisições."
E se cabe aos médicos a escolha dos medicamentos porquê tantas "benesses" às farmácias. Era bom que alguém explicasse o que se passa realmente por detrás deste negócio dos genéricos. A preocupação é mesmo poupar no Orçamento do Estado, ou alguém ganha muito mais do que aquilo que o Estado poupa? E se o Estado intervém sobre os preços dos medicamentos com marcas comerciais, como explicar tão elevadas margens de lucro nos genéricos? Alguém nos explica esta situação?
Algum dos partidos tem a coragem de apresentar propostas no domínio do medicamento e das farmácias que ponham fim a este negócio onde o oportunismo parece não ter limites? Ou têm medo do lobby das Farmácias e do Senhor Cordeiro?
Publicado por Jumento
1. – As ofertas chorudas às farmácias não têm a dimensão que a notícia do Semanário Expresso faz supor.
Estas promoções resultam, essencialmente, de duas situações:
a) – O mercado de genéricos reproduz o anterior mercado de cópias: para cada substância activa existem vários genéricos identificáveis por laboratórios. Temos então, médicos a prescrever genéricos do laboratório X e outros médicos a prescrever genéricos da mesma substância activa do Laboratório Y.
b) – Por outro lado, a lei prevê que o farmacêutico na dispensa de medicamentos possa, caso o médico não preencha a cruzinha da receita a opor-se, após ter informado o utente das alternativas existentes e a obtenção da sua anuência, proceder à substituição do medicamento prescrito por outro da mesma substância activa.
2. - Mas o problema fundamental do mercado de genéricos (dos medicamentos) continua a ser o médico, uma vez que continua a prescrever por marcas e não por DCI (designação comun internacional) como a lei estabelece e porque não autoriza, num elevado número de casos, a substituição do medicamento prescrito.
3. – Como ultrapassar a situação?
a) – Permitir apenas a comercialização de um genérico por substância activa, ou seja, não indentificar os genéricos por Laboratórios (produto linha branca).
b) – Alterar o modelo de prescrição de molde a permitir, unicamente, que o médico prescreva os medicamentos por DCI, retirando-lhe a possibilidade de se opor à substituição do medicamento prescrito (não da substância activa, como é evidente).
1. – As ofertas chorudas às farmácias não têm a dimensão que a notícia do Semanário Expresso faz supor.
Estas promoções resultam, essencialmente, de duas situações:
a) – O mercado de genéricos reproduz o anterior mercado de cópias: para cada substância activa existem vários genéricos identificáveis por laboratórios. Temos então, médicos a prescrever genéricos do laboratório X e outros médicos a prescrever genéricos da mesma substância activa do Laboratório Y.
b) – Por outro lado, a lei prevê que o farmacêutico na dispensa de medicamentos possa, caso o médico não preencha a cruzinha da receita a opor-se, após ter informado o utente das alternativas existentes e a obtenção da sua anuência, proceder à substituição do medicamento prescrito por outro da mesma substância activa.
2. - Mas o problema fundamental do mercado de genéricos (dos medicamentos) continua a ser o médico, uma vez que continua a prescrever por marcas e não por DCI (designação comun internacional) como a lei estabelece e porque não autoriza, num elevado número de casos, a substituição do medicamento prescrito.
3. – Como ultrapassar a situação?
a) – Permitir apenas a comercialização de um genérico por substância activa, ou seja, não indentificar os genéricos por Laboratórios (produto linha branca).
b) – Alterar o modelo de prescrição de molde a permitir, unicamente, que o médico prescreva os medicamentos por DCI, retirando-lhe a possibilidade de se opor à substituição do medicamento prescrito (não da substância activa, como é evidente).
4 Comments:
Mas não era de esperar?
1. -A dinamização do mercado de genéricos é um projecto seguramente para continuar, enquadrado, seguramente, por outra política do medicamento.
A quota dos genéricos atingiu já cerca de 9% do mercado total (MT - não inclui o mercado hospitalar).
Como conseguir aumentar esta quota?
Continua a existir uma desconfiança relativamente ao consumo de genéricos, alimentada por interesses estranhos à melhoria dos cuidados.
A qualidade dos genéricos (produto) é assegurada pelo Infarmed que possui meios adequados(são efectuados testes de biodisponibilidade).
É necessário continuar a desenvolver campanhas de informação junto dos médicos e utentes(está precisamente em curso uma campanha de promoção, através de spots na rádio e na televisão).
A par disso é necessário introduzir melhorias no circuito de prescrição/dispensa de medicamentos genéricos, nomeadamente através das alterações referidas.
Tornar obrigatória a utilização de genéricos nos hospitais, sempre que para a substância activa prescrita haja genérico no mercado. Na área hospitalar é necessário criar uma política de compras e de autorizaç~ºao de novos produtos eficaz visando o controlo dos gastos com medicamentos.
2. - Em relação à pergunta da Francisca, tout court, penso que não se pode perder a embalagem. Aliás quem deu a bola de saída dos genéricos foi, salvo erro, a Maria de Belém. Este ministro incentivou o projecto e o Infarmed executou um trabalho conseguido.
A conjugação dos interesses da Indústria e dos médicos é que fazem emperrar as politicas.
A indústria tanto investe nos médicos como nas farmácias. Investe onde é necessário para poder realizar lucros elevadíssimos. O Estado não tem capacidade de investimento para fazer face à Indústria. A vontade também não é muita.
Pois é. O que ninguem explica é porque é que alguns genéricos têm "margens de lucro" ? para fazerem ofertas de 300 % !
E ainda por cima o Estado ainda comparticipa esses genéricos oferecidos...
Vigarices não será o termo certo ? Não ?
Qual o adjectivo mais correcto.
Enquanto as farmácias forem monopólios de alguns farmaceuticos é isto que vai continuar a acontecer.
Quem tem medo da liberalização das farmácias, com directores técnicos ?
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