CC decide:
Luísa Bessa escreveu no Jornal de Negócios: "O silêncio do Governo está a tornar-se ruidoso. Será que os ministros não falam por disciplina ou porque não têm mesmo nada para dizer?"
A Luísa Bessa, por certo, não tem acompanhado a irrequietude do ministro da Saúde. Hoje, por exemplo, houve estardalhaço perante a comissão parlamentar de Saúde e Toxicodependência, onde António Correia de Campos decidiu dar dois murros na mesa e suspender de uma assentada (numa decisão acertada) a construção do Centro Materno Infantil do Norte (CMIN) no Hospital de S. João, no Porto (link) e o protocolo com a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) para a cedência de camas (link).
Aguardamos com expectativa a passagem desta 1.ª fase do "desfazer" da herança do antecessor para a fase das realizações, para conferirmos se o acerto e segurança das decisões serão os mesmos.
4 Comments:
Sem por em causa o acerto desta decisão, o Correia de Campos tem feito efectivamente muito ruído no meio de alguns disparates.
Muita parra e pouca uva...
Desfazem o plano do engenheiro Talone. Desfazem a agência do doutor Cadilhe. Desfazem a missão de Diogo Vasconcelos. Tudo é relativo. Até os resultados obtidos por todos os planos, todas as agências e todas as missões que os nossos ministros socialistas estão a desfazer.
Estão no seu direito. Têm a legitimidade da maioria absoluta. Nem que seja para contra-sensos: planos tecnológicos baseados em subsídios públicos e benefícios fiscais? separar as estruturas de apoio às empresas: diferentes estruturas, para as mesmas empresas?
Ninguém irá verter uma lágrima pela API, porque em dois anos e meio não conseguiu nada de espectacular. Nem pela UMIC, porque não evitou que o país voltasse a atrasar-se na sociedade de informação. Nem pela fusão do ICEP ou do IAPMEI, por absoluta ignorância dos resultados que isso produziu.
Mas já é preciso chorar por ver que o «bota-abaixo» continua a ser o método predilecto do ministro que chega, do Governo que se estreia.
Afirmo – a equipa de Sócrates está a destacar-se mais por aquilo que desfaz do que pelo que tem feito. E repito – é algo que a democracia legitima, mas que a urgência do país não comporta.
É relativamente desagradável esta sensação que começa a passar. Não tanto o silêncio. Mais a decomposição. Sem explicações. É o país relativo, de O´Neil, este «país engravatado todo o ano e a assoar-se à gravata por engano».
Sérgio Figueiredo - Jornal de Negócios.
A suspensão do pagamento das contrapartidas relativas ao Bairro Parceria e Antunes para construção do Centro Materno-Infantil do Norte, decidida pelo ministro da Saúde, "deve-se a falta de informação", disse o presidente da Câmara do Porto "Não acredito que seja má fé, nem que participe numa campanha contra a câmara , mas é consequência de não conhecer o dossiê e de estar mal informado", concluiu.
Diário de Notícias
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