terça-feira, abril 5

Gerir Hospitais


Hospital Garcia de Orta, SA- Almada
Gerir hospitais é uma função mais feminina ou masculina?
Gerir hospitais é, antes de mais, uma função que exige formação e competências específicas. Mas é mais do que isso. A grande diversidade de prestadores que actuam no quotidiano hospitalar, com diferentes qualificações e interesses, traduz-se numa teia complexa de relações sociais relativamente impermeável à mera aplicação de instrumentos técnicos de gestão. Por isso gerir hospitais apela sobretudo a uma exigente intervenção ao nível relacional. Uma competência chave é a chamada “inteligência emocional” ou interpessoal – a capacidade de construir um bom mapa social do contexto, de compreender as outras pessoas, o que as motiva, como funcionam, como trabalhar cooperativamente com elas. Esta competência não é uma característica intrínseca do sexo masculino ou do feminino, mas é tendencialmente mais desenvolvida nas mulheres. As mulheres são mais hábeis na leitura dos sinais emocionais, não verbais, dos seus interlocutores. E gerem mais com o coração (o que não significa que gerem apenas com o coração). Se o “Principezinho” tiver razão ao dizer que “só se vê bem com o coração – o que é essencial é invisível ao olhos”, aquele talento é sem dúvida, uma mais valia.
Margarida Bentes - licenciada em economia pelo ISEG. Pós graduada em Administração Hospitalar pela ENSP/UNL. Gestão Hospitalar n.º 3, Março 2005.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Para ser um bom gestor dos hospitais é necessário formação específica e perfil adequado, ou seja, ter uma elevada capacidade negocial. Ser ainda um corredor de fundo para aguentar as muitas horas de duro trabalho.

Ao contrário das empresas privadas em que o poder hierárquico está muito bem delimitado, nos hospitais os gestores necessitam de recorrer a sofisticadas técnicas de persuação para fazer passar as suas mensagens dada a grande diversidade de grupos profissionais.

No essencial concordo com os argumentos da Dr.ª Margarida, com excepção da sobrevalorização que ela faz da iteligência emocional, agora muito na moda.

11:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Infelizmente a Dr.ª Margarida Bentes "passou-se" para o outro lado da barricada, exercendo actualmente funções na Espírito Santo Saúde, SGPS, SA, o que se por um lado abona da sua inquestionável competência profissional, por outro, significa que o movimento de migração dos melhores Administradores Hospitalares para o sector privado está em ampla expansão, empobrecendo cada vez mais a gestão do sector público.

11:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Esta pergunda sobre a guerra de sexos já está estafada.
Há administradoras competentes como a Dr. Margarida e muitas Administradoras incompetentes que não vale a pena aqui enumerar.
Com os Administradores passa-se o mesmo.

O que é importante analisar são os factores que determinam o êxito nesta profissão.
Há administrdores medianos e outros que são autênticas abéculas que são repetidamente nomeados para cargos importantes.
Devido à filiação partidária ou ao facto de pertencerem a grupos que sabem proteger os seus correligionários.
Com o Luís Filipe Pereira os Administradores Hospitalares nomeados para os Conselhos de Administração foram quase todos por critérios partidários.
Aliás são sempre os mesmos que, ciclicamente, rodam nas Administrações dos hospitais de acordo com o partido no poder.
Quem não souber manejar as influências está lixado.
Bem pode ser competente,cumpridor, leal, dedicado que, mesmo assim, não vai lá.

9:49 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Há vários casos interessantes sobre estas nomeações.
Há um Administrador Hospitalar repetidamente nomeado para Conselhos de Administração de hospitais devido ao facto de o irmão ser um importante dirigente partidário.
Geralmente os Administradores Hospitalares que são caciques partidários locais são nomeados para os Concelhos de Administração dos Hospitais da Região, independentemente da sua competência.

Aguarda-se com expectativa o que vai acontecer com este Governo PS.

10:04 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Este Avelino dá alegria a este blog demasiado institucional. De facto a Srª Drª MB daqui a uns anos não se vai preocupar, porque os homens vão pedir quotas(?), para cargos dirigentes, o mundo já é das mulheres, os homens para a cozinha e para a cama(?) Será? - com toda a tecnologia...

1:31 da tarde  

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