domingo, maio 15

Cuidados aos Idosos



Hoje o SNS defronta-se com um grave problema relacionado com o elevado número de pessoas idosas ou dependentes internadas nos hospitais. No ano de 2004, 70% dos doentes internados em Medicina Interna tinham 65 ou mais anos.
Para melhorar a efectividade dos cuidados de saúde aos doentes idosos o ministro da saúde, António Correia de Campos tem vindo a anunciar um conjunto de medidas:
a) – Reconfiguração organizacional dos Centros de Saúde em pequenas Unidades de Saúde Familiar (USF) destinadas a estabelecer a ponte entre a comunidade e os doentes, facilitando a articulação entre as instituições, as famílias e os idosos.
b) – Em relação aos cuidados hospitalares está prevista a criação de extensões de hospitalização ao domicílio de molde a facilitar o seguimento dos doentes após a primeira hospitalização.
c) – Em Braga, no XI Congresso Nacional de Medicina Interna, Correia de Campos chamou a atenção para os Serviços Comunitários de Proximidade (SCP), cujo processo de criação está em curso, aos quais competirá assegurar a articulação entre os centros de saúde, os hospitais, unidades de cuidados continuados e paliativos e as instituições de apoio social. (link)
Estará assim completa a rede de cuidados destinada à obtenção de ganhos de saúde em relação à prestação de cuidados de saúde à população enferma idosa ao mesmo tempo que permitirá a libertação de recursos do internamento hospitalar.

4 Comments:

Blogger J.G. said...

Gostava de saber como é que o referido em a) altera o sistema de maneira a corrigir a situação. E o que é o C)mais um organismo? a substituição das SRS?

10:30 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Xavier:
Quase todos , ou todos os centros saúde por esse país fora, tem equipas de cuidados continuados a funcionar de forma muito aceitável.
Quando se trata de ter equipa completa é que a porca torce o rabo .Odivelas muito mediatizado pelos vistos tem tudo , porque tem condições financeiras para isso, para ter equipa a funcionar, 24 horas, mesmo de chamada.
Se um CS já tem dificuldades em contratos para pessoal de enfermagem, não tem a mínima possibilidade de o fazer em relação a médicos,fisioterapeutas, assistente social ou psicólogos, para formar a equipa multidisciplinar.
Quanto aos hospitais vamos ver.
As valências de Geriatria e serviços da especialidade já funcionam há muito, aqui ao lado e bem. Os hospitais de dia são uma boa forma de compensar situações, em vez e os atolhar nas urgências.
O que temos cá são serviços de Medicina com médicos de Medicina Interna muito pouco vocacionados para tratar velhos e muitas vezes mal humorados, porque de facto os serviços estão atulhados destes cidadãos, uso a palavra velho, porque, para mim é a mais correcta, todos somos mais ou menos idosos.
Quando se trata de doentes terminais a coisa piora, porque os hospitais, muitas vezes nem os compensam, despejam-nos para a rua.
Agora vamos, continuar a falar a sério:
Um cirurgião opera um doente, este tem alta precoce para o domicílio, admitindo que tudo foi planeado, como pensa constituir a equipa de apoio?
Há uns anos foi tentado em Santa Maria, penso que não funcionou, mas se alguém se lembrar que diga qualquer coisa.
Aposto o que quiserem, vão ficar ao nível do país, 1/2 dúzia de unidades à imagem de Odivelas, os outros que sempre trabalharam no duro e melhorando sempre a prestação, vão sentir-se mais uma vez humilhados pela arrogãncia de quem diz fazer melhor, à semelhança de um conhecido serviço de cardio torácica, em que mostram o serviço e o herói e não mostram as folhas de vencimentos,e a resposta vai ser um imenso bruaa...
Continuamos com os projectos piloto, quando, aproveitando o que já funciona bem e devia ser melhorado, com boa articulação com os hospitais. A segurança social que continua a ser um travão, porque está vocacionada para, emprego/desemprego, problema de orgânica (para ser benévolo), de governos sucessivos...
Assim RRE, mal avaliados, ou seja avaliados por quem os criou ou a eles esteve ligado, depois dos alfa,agora ideia pioneira(?) das USF, cujos autores nunca as quiseram implementar, só aceitavam as ideias do grupo, mas pelos vistos ficaram-se...
A repristinação do 157/99 de 10 de Maio, que não existe juridicamente, porque não tem valor jurídico, servirá para criar umas coisas parecidas com RREs, com o nome de USF, até no nº de médicos esta gente não acerta, por que os mentores há mais de 20 anos não sabem o que é um doente...
Aguardemos e a semana que chega vai ser crucial...corte conta 4 e proibir contratos... a lenga lenga é antiga...
A minha família sabe alguma coisa, não é por sermos como o diabo, mas por ouvirmos, no nosso caso quem sabe: os velhos avôs toupeira...

11:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os cuidados hospitalares permanecem imutáveis desde a criação do SNS.
Entretanto, o quadro da população enferma alterou-se profundamente.
Envelhecimento e o tratamento das doenças crónicas requerem transformações mais ou menos profundas da oferta de cuidados: criação dos hospitais de dia e cuidados domiciliários.
Os cuidados domiciliários hospitalares não passaram ainda de alguns projectos piloto na área dos cuidados de enfermagem.
O desenvolvimento dos CD irá defrontar-se com enormes dificuldades a primeira das quais deverá ser a natural resistência da classe médica para láda carência real de pessoal médico.
Esta é no entanto uma transformação essencial para a efectividade das prestações e poupança de recursos.

9:13 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

As medidas anunciadas correspondem a politicas acertadas. Vamos ver o grau de eficácia na sua implementação.
Dá a sensação que Correia de Campos depois de alguns lampejos de arrogância parece apostado em acertar o rumo. Vamos ver.

11:32 da tarde  

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