Há boas notícias
Até à chegada de Luís Filipe Pereira, a gestão dos Hospitais do SNS era, por regra, assegurada por médicos, enfermeiros e administradores hospitalares pertencentes aos quadros do SNS.
Todos temos presente o que aconteceu no tempo do anterior ministro.
Todos temos presente o que aconteceu no tempo do anterior ministro.
A pretexto de restabelecer a cadeia hierárquica de gestão, Luís Filipe Pereira nomeou para os hospitais um batalhão de gestores arrebanhados no exterior em empresas como a Galp, CTT, PT e Portucel.
Os administradores hospitalares, com algumas excepções determinadas pela cor política, foram retirados dos concelhos de adminstração e das direcções dos serviços de apoio e acção médica, sendo-lhes atribuídas pequenas tarefas, despidas de responsabilidade, para entreter as longas horas de prateleira.
Os novos gestores SA, com remunerações e regalias nunca vistas no MS, cedo mostraram a sua mais valia encomendando estudos e mais estudos a empresas do exterior, admitindo inímeros assessores cunhados (de cunha), recém saídos das universidades, imberbes e loiros, com estrangeirismos, tiques e portáteis da moda.
Os administradores hospitalares, com algumas excepções determinadas pela cor política, foram retirados dos concelhos de adminstração e das direcções dos serviços de apoio e acção médica, sendo-lhes atribuídas pequenas tarefas, despidas de responsabilidade, para entreter as longas horas de prateleira.
Os novos gestores SA, com remunerações e regalias nunca vistas no MS, cedo mostraram a sua mais valia encomendando estudos e mais estudos a empresas do exterior, admitindo inímeros assessores cunhados (de cunha), recém saídos das universidades, imberbes e loiros, com estrangeirismos, tiques e portáteis da moda.
Face a estas mudanças, ao dinamismo do mercado privado correspondeu de imediato uma descida de qualidade das prestações de cuidados públicas, resultado das opções feitas pelos novos gestores SA, habilmente orientados pelo responsável da unidade de missão, para quem o que unicamente interessava eram os aumentos de produção, a competitividade do "ranking", os out-sourcings e a preparação das empresas hospitalares para a privatização. Quase tudo o que se fez, desde então, para se evitar a perda de qualidade, o aumento das listas de espera e desenvolver o esforço necessário à obtenção de ganhos de saúde não passaram de operações de cosmética.
Depois deste calvário a esperança renasceu, moderadamente, com a nomeação de Correia de Campos para ministro da saúde do XVII governo constitucional.
Algumas declarações do novo ministro e a decisão de reconduzir os Administradores dos IPO´s do Porto e Coimbra e do Hospital do Barreiro, enquanto decorria a avaliação dos hospitais SA, fez-nos recear a repetição dos tempos do LFP.
Depois deste calvário a esperança renasceu, moderadamente, com a nomeação de Correia de Campos para ministro da saúde do XVII governo constitucional.
Algumas declarações do novo ministro e a decisão de reconduzir os Administradores dos IPO´s do Porto e Coimbra e do Hospital do Barreiro, enquanto decorria a avaliação dos hospitais SA, fez-nos recear a repetição dos tempos do LFP.
Aqui no saudesa temos assistido a uma animada discussão sobre as intenções do ministro no que respeita ao papel dos administradores hospitalares na gestão dos hospitais.
Preocupa-nos o que o senhor ministro da saúde pensa sobre esta matéria. Independentemente do pensamento de Correia de Campos, sabemos que nada nos será dado pelo facto de sermos AH. Tudo o que possamos recuperar em relação ao tempo de LFP será através dos nossos conhecimentos, competência, trabalho, muito trabalho e capacidade de luta.
Preocupa-nos também a situação dos novos AH, com conhecimentos, vontade de trabalhar, prontos aos maiores sacrifícios, mas com menos experiência. A estes terá de ser dada a mesma oportunidade que foi dada aos mais velhos. É necessário passar-lhes a bola para que possam desenvolver todo o seu potencial e chegar ao primeiro time da gestão hospitalar.
As recentes nomeações de dois AH - Francisco Mattoso e António Queiroz - para o Conselho de Administração do IPO de Lisboa veio retemperar a nossa esperança, relativamente às boas decisões nesta matéria.
O Conselho de Administração do IPO de Lisboa volta a ser presidido por um médico, Ricardo Luz, saindo Bráulio Amado, economista requisitado à Galp, uma das tais sumidades nomeadas por LFP e que ganhava mais do que o próprio ministro (link)
Preocupa-nos o que o senhor ministro da saúde pensa sobre esta matéria. Independentemente do pensamento de Correia de Campos, sabemos que nada nos será dado pelo facto de sermos AH. Tudo o que possamos recuperar em relação ao tempo de LFP será através dos nossos conhecimentos, competência, trabalho, muito trabalho e capacidade de luta.
Preocupa-nos também a situação dos novos AH, com conhecimentos, vontade de trabalhar, prontos aos maiores sacrifícios, mas com menos experiência. A estes terá de ser dada a mesma oportunidade que foi dada aos mais velhos. É necessário passar-lhes a bola para que possam desenvolver todo o seu potencial e chegar ao primeiro time da gestão hospitalar.
As recentes nomeações de dois AH - Francisco Mattoso e António Queiroz - para o Conselho de Administração do IPO de Lisboa veio retemperar a nossa esperança, relativamente às boas decisões nesta matéria.
O Conselho de Administração do IPO de Lisboa volta a ser presidido por um médico, Ricardo Luz, saindo Bráulio Amado, economista requisitado à Galp, uma das tais sumidades nomeadas por LFP e que ganhava mais do que o próprio ministro (link)
10 Comments:
Na próxima nomeação Correia de Campos volta a reconduzir gestores SA.
Isto vai ser emocionante até ao fim.
Aliás acontece com toda a política deste governo cujo rumo não se sabe bem qual é.
Afinal ao que parece o conselho nacional socialista deu um puxão de orelhas ao CC, chamou a atenção para a sua maneira arrogante, eu diria, arrogante e pouco inteligente. Os assuntos devem ser tratados sem ser aos pontapés, cartão amarelo ao homem.
O dinheiro que pagavam ao senhor da Galp que agora cessou funções dá para pagar aos dois administradores hospitalares e ainda sobra algum.
Ganhou-se em competência e capacidade de gestão.
O senhor da Galp possivelmente também não ficará a perder arranjando emprego nalguma empresa privada depois do estágio pago no sector público.
Atenção que continuam a haver muitos gestores de "outras Galps" nos Hospitais SA, assessorados por imberbes "neo-liberais da saúde" e pseudo-tecnocratas de portátil à ilharga para cultivarem o show do high tech look, bem pagos por todos os contribuintes...
Muitos desses boys e girls entraram alegremente para os "departamentos de suporte de gestão" vindos directamente das faculdades de canudinho fresquinho na mão, mas com CITs (leia-se contratos individuais de trabalho) que lhes têm permitido auferir vencimentos bem acima da tabela dos administradores hospitalares !!
E neste contexto os Gestores SA ainda têm a distinta lata de falar em contenção de custos...
É preciso acção e coragem caro Correia de Campos para pôr as coisas na ordem...
Sei que a comissão de avaliação dos SA liderada pelo Miguel Gouveia está a desempenhar as respectivas funções para que foi nomeada.
A ver vamos qual o resultado da referida avaliação...
Existem muitas "arestas a limar" por aí e muitas injustiças a corrigir em termos de gestão dos recursos humanos nos SA, a ver vamos de que fibra é feito CC...
Com a transformação de todos os hospitais do SNS em EPE o que vai suceder à carreira dos Administradores Hospitalares.
Não vimos ainda este assunto ser tratado na nossa revista (Gestão Hospitalar).
Como estas entidades se regem pelo direito privado e não pelo direito administrativo a regra em relação à gestão dos recursos humanos será o Contrato Individual de Trabalho.
No paraíso do CIT o mais provável é que as carreira tenham os seus dias contados: carreiras médicas, dos AH, pessoal técnico.
O que é que poderá ser feito para evitar esta situação ?
Todos estes comentários assentam que nem uma luva para o Hospital de Santarém SA:
Administrador que veio da Galp a auferir mais de 12.000 mês.
Contratação de Directores Financeiros, Dir. Recursos Humanos, Gestores com contrato individual alguns deles por cunha (filha de amiga do administrador, e gestores com forte ligação ao psd) e o saneamento dos Administradores Hospitalares neste Hospital.
Uma perfeita vergonha.
ver detalhes em
hospitaldesantarem.blogspot.com
H.Lopes
Se acham escandaloso Santarém, que tal dar uma vista de olhos pela zona do Grande Porto?
...também acho escandaloso que op Sr.Ministro CC anuncie que o passivo dos HHsa, em dois anos, seja de 600 milhões de Euros (19,3milhões, em média, por cada HHsa)e se anuncie (quem?como?quando?)a recondução dos CA,s da maioria dos referidos HH (ipo,s de Coimbra e Porto,H de Sto António, etc)...
Não se compreende a lógica subjacente ao anunciado anuncio...
Por demasiado escandaloso...recuso-me a acreditar na veracidade desse anuncio...
E o nível salarial dos elementos dos referidos CA,s permanece?E os automóveis topo de gama também?E os «boys»?
Aquando das eleições muitos portugueses acreditaram que conferir maioria absoluta ao Partido Socialista seria a manifestação inequivoca da vontade/necessidade de mudar...afinal o que temos tido?A continuação dos mesmos, com as mesmas regalias e com um sorriso malicioso de quem está acima da vontade popular.
Hoje, quase todos os orgãos de comunicação social referem que o futuro exigirá novos sacrificios aos portugueses...porque é que esses sacrificios não se aplicam a todos?Porque é que um dos elementos de um dos CA,s que, diz-se, foi reconduzido, apesar de se deslocar em viatura dos hospital, tem o direito de convocar frequentemente um motorista desse mesmo HH para, numa outra viatura, ir á sua residencia buscar a pasta de trabalho porque se esqueceu dela? E porque é que esse mesmo HH continua carente das condições básicas quer para osprofissionais quer para os doentes?
E...espanto...anunciasse a recondução...
Só nos restará aguardar pelas eleições autárquicas e votar ...PSD...porque, afinal, apesar dos resultados eleitorais, são eles que continuam a mandar e a exigir sacrificios ...aos outros.
Já agora dêem uma "vista de olhos" ao Centro Hospitalar do Médio Tejo, que engloba três Hospitais.:
Tomar, Torres Novas e Abrantes
As cunhas nos "serviços de suporte de gestão" são mais que muitas...
Um ponto de ordem. Não resisto a transcrever algumas declarações do nosso querido Paizinho:
«A análise histórica da administração hospitalar portuguesa, desde a reforma de 1970, demonstra que, de cada vez que se tenta colocar à frente da administração dos hospitais individualidades não profissionais, menosprezando os administradores verdadeiros, a dinâmica irreprimível da vida hospitalar acaba sempre por recuperar, lentamente, os gestores profissionalmente habilitados e responsáveis. Estes podem cometer erros. Mas têm um título a defender, uma carreira a realizar, uma responsabilidade que o qualifica» (Prof. Coriolano Ferreira, in Gestão Hospitalar, não sei de que ano em Entrevista «A Introdução de delegados políticos não foi feliz»). Queremos acreditar que CC sempre fará jus ao título que já teve de Delfim de Coriolano Ferreira.
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