sexta-feira, maio 6

Mortes do Ochoa


Hospital Severo Ochoa- Madrid.
Há acontecimentos do quotidiano hospitalar que mais parecem peças de ficção. Este está a acontecer na vizinha Espanha onde vários médicos e um gestor do hospital Severo Ochoa de Madrid foram suspensos devido ao elevado rácio de mortes registado no serviço de urgência. (link)
A inspecção efectuada a 339 processos clínicos detectou inúmeras irregularidades tendo sido levantado três processos disciplinares por homicídio negligente, envolvendo vários profissionais do Severo Ochoa.
Como não podia deixar de ser esta história tem também contornos políticos. Segundo alguns profissionais este mediático caso será fruto de manipulação do governo provincial controlado pela oposição conservadora do Partido Popular. O objectivo seria criar um clima de desconfiança em relação à Gestão Pública dos hospitais de molde a justificar a sua privatização.
Lá como cá a privatização é um enorme papão e uma ameaça latente para os profissionais e utentes dos serviços públicos de saúde.
Seja como for, o certo é que este acontecimento está a contribuir para a degradação acelerada da reputação de um dos melhores hospitais da zona de Madrid.
Links Relacionados: (link-1)(link-2)(link-3)(link-4)(link-5)(link-6).

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro Xavier a interpretação que faz é de facto terrível, a ser assim.
No entanto como sabe, os preços praticados em alguns hospitais privados, ainda são pagos a partir de valores gdh de 98, muitas vezes a equipas, estou referir-me a casos cirurgicos, altamente treinadas e preparadas.Os próprios gdh ecase mix são pagos pelo mesmo acto a valores diferentes.
Por outro lado como deve saber também, há hospitais centrais que aceitam doentes e aceitam todos, em consulta, mas estes vão ficando em lista de espera, pelos motivos que todos nós infelizmente sabemos.
As barbaridades existem dos 2 lados e as auditorias clínicas não podem ser feitas por médicos que não exercem há muito tempo e que pertencem por exemplo à saúde pública ou então nem médicos são.
Se me permite vou dar um exemplo:
Um doente necessita fazer uma substituição de uma vávula aórtica, que entretanto foi feita, e bem.
O auditor no relatório escreve esta barbaridade, "não autorizamos porque foi colocado material de osteossíntese"?!! Olhe que é verdade!!!
Outro exemplo: um Inspector desconfiou que um médico estava, "feito", com umlaboratório porque pediu uma série de PSA, num doente que fizera uma prostatectomia radical e já estava a afiar a faca.
Porque razão foi fechado o bloco operatório de Lagos se as mortes foram por erro humano?
Portanto as administrações, sejam privadas ou ou do estado ou mistas, devem recorrer sempre a quem sabe da matéria, de forma a que os equipamentos e refinamento da técnica sejam rentabilizados ao máximo.
Sabe com certeza, de que vale termos boas equipas e bons equipamentos e depois os actos não são realizados em número e qualidade suficientes e portanto não rentabilizados. As contas finais não são só pôr os doentes cá fora, interessa, pô-losno activo rapidamente, ecrzar dados com a segurança social, por isso penso que a segurança social, deveria estar, integrada num mistério só.
Os chamados casos de em/desemprego, rendimentos de inserção e pensões deveriam ser um ministério á parte chamem o que quiserem.
As gestões hospitalares devem funcionar em equipa, dá dores de cabeça, mas haverá melhor, equidade, eficácia e efectividade.
Qualquer bom gestor trabalha bem em qualquer bom hospital e as parcerias público privadas não devem assustar, mas há que filtrar de lá os parasitas e os tachistas.

8:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não quero arriscar mas, a indução foi feita com propofol.
Não sei mas a inspecção não tem competência técnica para avaliar estas situações e o tmpo de decisão foi demasiado rápido para decidir duas reacções ao propofol?
Em que condições está o aparelho(carrinho de anestesia, e distribuição dos gases)?
E os doseadores?
Um esclarecimento sobre genéricos e propofol.
Sabem que o solvente do propofol é óleo de soja?E o grau de pureza?
Em tempos, não sei se ainda exxiste havia um anestésico que usava óleo de castor como solvente, mesmo no bloco aconteciam muitas situações de alergias, umas mais graves que outras, a mais temível de todas o choque anafilactico e edema da glote, tornando por vezes a entubação impossível- (para traqueia), mesmo com traqueotomia simples por vezes é difícil.
Os médios antigos, rurais no tempo da epidemias de difteria, vulgo, garrotilho, com um canivete bem afiado resolviam a situação.
Concordo consigo, caro LM,temos que saber um pouco de tudo, mas o trabalho deve ser para a instituição e para bem de todos.
Voltando a Lagos houve vários erros, na gestão da situação e de avaliação por parte dos algozes, que comem à mão. Há bons mas há maus é como na polícia.

9:44 da tarde  

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