quarta-feira, julho 27

Orçamentos Irrealistas

1. - Antes de "postarmos" um pequeno excerto da entrevista do professor Vasco Reis à Gestão Hospitalar, trazemos à luz dos "posts" este episódio ocorrido no 'underground' dos comentários:
"Os 'braços cruzados' da foto (Capa da Revista Gestão Hospitalar- Julho 2005) decorrem em muito da ausência de concorrência - que gera um sistema que se perpétua a si mesmo."
Comentário Lisboaearredores
Caro Lisboaearredores.
Tanta especulação por causa dos braços cruzados!
Então não se vê logo que é um gesto instintivo para esconder a barriga.
Pegando na "coisa" de outra forma:
O professor Vasco Reis é director do Curso de AH e vai acumular, a partir do próximo ano, com a direcção do Mestrado em Ciências da Saúde.
É professor na ENSP há 34 anos.
É conhecido e reconhecido por ser um brilhante investigador na área da gestão.
No tempo da outra senhora foi um dos jovens universitários que fizeram a marcha da Academia Coimbrâ sobre Lisboa.
Além de tudo é um excelente professor e um gajo porreiro.
Tem demonstrado também ser um homem extremamente corajoso, continuando a trabalhar que nem um desalmado, mesmo depois de um grave problema de saúde.
Como vê, meu caro, as aparências, aparudem.
joaopedro

2. - Gestão Hospitalar (GH) – Como avalia os primeiros cem dias do ministro Correia de Campos ?
-Vasco Reis (VR) – Tem, sobretudo, anunciado medidas que correspondiam ao Programa do Governo. Este Governo teve o mérito de ter um programa relativamente concentrado. As medidas que tem tomado têm correspondido às expectativas. Há medidas polémicas. A Saúde é uma área onde há um conjunto de interesses instalados e não estou a dar um sentido perjorativo. Há sempre medidas polémicas.
-GH – O Secretário de Estado da Saúde disse à GH que o Governo vai exigir um esforço extra aos administradores hospitalares no âmbito do controlo do défice. Os actuais administradores estão preparados para isso?
-VR – Depende. Se lhes pedirem que façam isso em relação ao Orçamento deste ano tenho algumas dúvidas ... eles não são milagreiros, não são o Roque Santeiro da Saúde. A racionalização de gastos na Saúde não passa apenas pela caneta da pessoa que autoriza ou não a despesa. Não lhe passa pela cabeça chegar ao hospital e dizerem-lhe morra aí que nós não temos possibilidade de adquirir isto ou aquilo. O descontrolo financeiro vem, muitas vezes, de um subfinanciamento, resultante ou não de uma desorçamentação.
-GH – O Dr. Francisco Ramos reconhece que os orçamentos dos hospitais não são reais.
-VR – Exactamente ! Os Conselhos de Administração não são só os administradores, porque eles não são gestores únicos nem devem ser os únicos participantes no esforço de gestão ... e devo dizer que uma das coisas correctas que este Governo está a fazer é a designação de profissionais da área da prestação para integrar os conselhos de administração.
A partir do momento em que haja uma base real, de orçamentos verdadeiros, responsabilizantes, se criem as condições, sem imposições absurdas, para levar as pessoas a uma reflexão das despesas que estão a determinar...
-GH – Mas a “vox populi” fala de culpa dos Administradores nos desperdícios.
-VR – Não posso subscrever essa afirmação.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Infelizmente não podemos concordar com a maioria das op+iniões do professor Vasco Reis.
Sobre o CC entendemos que também "não ficaria bem" se dissesse que tem feito muita asneira, uma vez que são colegas do mesmo ofício na ENSP.
Quanto a exercício dos AH, recentemente nomeados, o primeiro ano é à borla?
O rigor só começa quando o Governo lhes der orçamentos como deve ser?
Assim sendo pobre dos heróicos AH que, no passado, geriram os HH do SNS sem quaisquer condições.

11:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O Professor Vasco Reis é homem de muitas virtudes mas esta de dar entrevistas à revista GH era desnecessária e podia tê-lo poupado a uma pareciação desfavorável. É que ninguém é bom juiz em causa própria e o Prof Vasco Reis tinha que defender a sua "dama". Por isso nós lhe damos o benefício da dúvida. Ainda vai ter tempo para mudar de opinião?

12:41 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Além da excelente colaboração, através de comentários certeiros, a amabilidade da justificação só vem confirmar as boas intenções do lisboaearredores.

11:28 da manhã  
Blogger xavier said...

Além da excelente colaboração, através de comentários certeiros, a amabilidade da justificação só vem confirmar as boas intenções do lisboaearredores.

11:29 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

«O descontrolo financeiro vem muitas vezes de um subfinanciamento» by V.Reis

Não será exactamente o contrário em algumas situações ?

Ou seja.:

O subfinanciamento nos exercícios seguintes surge precisamente para tentar "disciplinar" o descontrolo financeiro ocorrido em exercícios anteriores.

Claro que é uma solução conceptualmente errada potenciadora de sucessivos deficites, mas a intenção da tutela tem sido essa...

12:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O professor Vasco Reis dá mostras de extremo cansaço.
Não deveria ter dado esta entrevista nesta altura.
Devia ter aguardado para mais tarde. Já teria mais de contar.

2:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não terá aqui alguèm acertado na mouche quando disse a propósito da ideia da carreira minimalista de AH que que «Tal modelo apenas parece vir de encontro aos interesses do Estatuto actual da ENSP e dos que dela vivem (num sistema de carreira tradicional e de funcionalismo público): continuar a formar fornadas de gestores hospitalares a esmo, para continuar a assegurar a continuidade dos lugares de professores (já não só Administração Hospitalar, mas Pós-graduações para clínicos, administradores de saúde, Mestrados em Gestão em Saúde), todos com competências reconhecidas, nomeadamente para o exercício da Administração Hospitalar». Estaremos perante um lobbi organizado da ENSP, dentro do MS, que se está a borrifar para todos excepto para os seus interesses?

4:58 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home