Orçamentos Irrealistas
1. - Antes de "postarmos" um pequeno excerto da entrevista do professor Vasco Reis à Gestão Hospitalar, trazemos à luz dos "posts" este episódio ocorrido no 'underground' dos comentários:
"Os 'braços cruzados' da foto (Capa da Revista Gestão Hospitalar- Julho 2005) decorrem em muito da ausência de concorrência - que gera um sistema que se perpétua a si mesmo."
Comentário Lisboaearredores
Comentário Lisboaearredores
Caro Lisboaearredores.
Tanta especulação por causa dos braços cruzados!
Então não se vê logo que é um gesto instintivo para esconder a barriga.
Pegando na "coisa" de outra forma:
O professor Vasco Reis é director do Curso de AH e vai acumular, a partir do próximo ano, com a direcção do Mestrado em Ciências da Saúde.
É professor na ENSP há 34 anos.
É conhecido e reconhecido por ser um brilhante investigador na área da gestão.
No tempo da outra senhora foi um dos jovens universitários que fizeram a marcha da Academia Coimbrâ sobre Lisboa.
Além de tudo é um excelente professor e um gajo porreiro.
Tem demonstrado também ser um homem extremamente corajoso, continuando a trabalhar que nem um desalmado, mesmo depois de um grave problema de saúde.
Como vê, meu caro, as aparências, aparudem.
joaopedro
2. - Gestão Hospitalar (GH) – Como avalia os primeiros cem dias do ministro Correia de Campos ?
-Vasco Reis (VR) – Tem, sobretudo, anunciado medidas que correspondiam ao Programa do Governo. Este Governo teve o mérito de ter um programa relativamente concentrado. As medidas que tem tomado têm correspondido às expectativas. Há medidas polémicas. A Saúde é uma área onde há um conjunto de interesses instalados e não estou a dar um sentido perjorativo. Há sempre medidas polémicas.
-GH – O Secretário de Estado da Saúde disse à GH que o Governo vai exigir um esforço extra aos administradores hospitalares no âmbito do controlo do défice. Os actuais administradores estão preparados para isso?
-VR – Depende. Se lhes pedirem que façam isso em relação ao Orçamento deste ano tenho algumas dúvidas ... eles não são milagreiros, não são o Roque Santeiro da Saúde. A racionalização de gastos na Saúde não passa apenas pela caneta da pessoa que autoriza ou não a despesa. Não lhe passa pela cabeça chegar ao hospital e dizerem-lhe morra aí que nós não temos possibilidade de adquirir isto ou aquilo. O descontrolo financeiro vem, muitas vezes, de um subfinanciamento, resultante ou não de uma desorçamentação.
-GH – O Dr. Francisco Ramos reconhece que os orçamentos dos hospitais não são reais.
-VR – Exactamente ! Os Conselhos de Administração não são só os administradores, porque eles não são gestores únicos nem devem ser os únicos participantes no esforço de gestão ... e devo dizer que uma das coisas correctas que este Governo está a fazer é a designação de profissionais da área da prestação para integrar os conselhos de administração.
A partir do momento em que haja uma base real, de orçamentos verdadeiros, responsabilizantes, se criem as condições, sem imposições absurdas, para levar as pessoas a uma reflexão das despesas que estão a determinar...
-GH – Mas a “vox populi” fala de culpa dos Administradores nos desperdícios.
-VR – Não posso subscrever essa afirmação.
Tanta especulação por causa dos braços cruzados!
Então não se vê logo que é um gesto instintivo para esconder a barriga.
Pegando na "coisa" de outra forma:
O professor Vasco Reis é director do Curso de AH e vai acumular, a partir do próximo ano, com a direcção do Mestrado em Ciências da Saúde.
É professor na ENSP há 34 anos.
É conhecido e reconhecido por ser um brilhante investigador na área da gestão.
No tempo da outra senhora foi um dos jovens universitários que fizeram a marcha da Academia Coimbrâ sobre Lisboa.
Além de tudo é um excelente professor e um gajo porreiro.
Tem demonstrado também ser um homem extremamente corajoso, continuando a trabalhar que nem um desalmado, mesmo depois de um grave problema de saúde.
Como vê, meu caro, as aparências, aparudem.
joaopedro
2. - Gestão Hospitalar (GH) – Como avalia os primeiros cem dias do ministro Correia de Campos ?
-Vasco Reis (VR) – Tem, sobretudo, anunciado medidas que correspondiam ao Programa do Governo. Este Governo teve o mérito de ter um programa relativamente concentrado. As medidas que tem tomado têm correspondido às expectativas. Há medidas polémicas. A Saúde é uma área onde há um conjunto de interesses instalados e não estou a dar um sentido perjorativo. Há sempre medidas polémicas.
-GH – O Secretário de Estado da Saúde disse à GH que o Governo vai exigir um esforço extra aos administradores hospitalares no âmbito do controlo do défice. Os actuais administradores estão preparados para isso?
-VR – Depende. Se lhes pedirem que façam isso em relação ao Orçamento deste ano tenho algumas dúvidas ... eles não são milagreiros, não são o Roque Santeiro da Saúde. A racionalização de gastos na Saúde não passa apenas pela caneta da pessoa que autoriza ou não a despesa. Não lhe passa pela cabeça chegar ao hospital e dizerem-lhe morra aí que nós não temos possibilidade de adquirir isto ou aquilo. O descontrolo financeiro vem, muitas vezes, de um subfinanciamento, resultante ou não de uma desorçamentação.
-GH – O Dr. Francisco Ramos reconhece que os orçamentos dos hospitais não são reais.
-VR – Exactamente ! Os Conselhos de Administração não são só os administradores, porque eles não são gestores únicos nem devem ser os únicos participantes no esforço de gestão ... e devo dizer que uma das coisas correctas que este Governo está a fazer é a designação de profissionais da área da prestação para integrar os conselhos de administração.
A partir do momento em que haja uma base real, de orçamentos verdadeiros, responsabilizantes, se criem as condições, sem imposições absurdas, para levar as pessoas a uma reflexão das despesas que estão a determinar...
-GH – Mas a “vox populi” fala de culpa dos Administradores nos desperdícios.
-VR – Não posso subscrever essa afirmação.
7 Comments:
Infelizmente não podemos concordar com a maioria das op+iniões do professor Vasco Reis.
Sobre o CC entendemos que também "não ficaria bem" se dissesse que tem feito muita asneira, uma vez que são colegas do mesmo ofício na ENSP.
Quanto a exercício dos AH, recentemente nomeados, o primeiro ano é à borla?
O rigor só começa quando o Governo lhes der orçamentos como deve ser?
Assim sendo pobre dos heróicos AH que, no passado, geriram os HH do SNS sem quaisquer condições.
O Professor Vasco Reis é homem de muitas virtudes mas esta de dar entrevistas à revista GH era desnecessária e podia tê-lo poupado a uma pareciação desfavorável. É que ninguém é bom juiz em causa própria e o Prof Vasco Reis tinha que defender a sua "dama". Por isso nós lhe damos o benefício da dúvida. Ainda vai ter tempo para mudar de opinião?
Além da excelente colaboração, através de comentários certeiros, a amabilidade da justificação só vem confirmar as boas intenções do lisboaearredores.
Além da excelente colaboração, através de comentários certeiros, a amabilidade da justificação só vem confirmar as boas intenções do lisboaearredores.
«O descontrolo financeiro vem muitas vezes de um subfinanciamento» by V.Reis
Não será exactamente o contrário em algumas situações ?
Ou seja.:
O subfinanciamento nos exercícios seguintes surge precisamente para tentar "disciplinar" o descontrolo financeiro ocorrido em exercícios anteriores.
Claro que é uma solução conceptualmente errada potenciadora de sucessivos deficites, mas a intenção da tutela tem sido essa...
O professor Vasco Reis dá mostras de extremo cansaço.
Não deveria ter dado esta entrevista nesta altura.
Devia ter aguardado para mais tarde. Já teria mais de contar.
Não terá aqui alguèm acertado na mouche quando disse a propósito da ideia da carreira minimalista de AH que que «Tal modelo apenas parece vir de encontro aos interesses do Estatuto actual da ENSP e dos que dela vivem (num sistema de carreira tradicional e de funcionalismo público): continuar a formar fornadas de gestores hospitalares a esmo, para continuar a assegurar a continuidade dos lugares de professores (já não só Administração Hospitalar, mas Pós-graduações para clínicos, administradores de saúde, Mestrados em Gestão em Saúde), todos com competências reconhecidas, nomeadamente para o exercício da Administração Hospitalar». Estaremos perante um lobbi organizado da ENSP, dentro do MS, que se está a borrifar para todos excepto para os seus interesses?
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