quinta-feira, setembro 29

À Atenção da Banca

Como ficou claro no recente debate televisivo com o líder da ANF, João Cordeiro (JC), o ministro da saúde, António Correia de Campos (CC), pretende denunciar o acordo assinado com a ANF e passar a pagar directamente às farmácias as comparticipações dos medicamentos do SNS. Para isso, CC pretende lançar um concurso público internacional para seleccão da instituição bancária que passará a ser responsável pelo pagamento directo às farmácias no prazo de 45 dias.
O mercado do SNS (cerca de 69% dos medicamentos comparticipados, fornecidos por farmácias oficina) valerá este ano 1.455.942.617 euros. (O crescimento Jan-Ago/2005, foi de 6,0%, relativamente ao período homólogo de 2004. O valor do mercado total (farmácias oficina), incluindo a comparticipação dos doentes, previsto para o corrente ano, é de 2.110.061.763 euros).
Um negócio aliciante para qualquer banco em perspectiva.

4 Comments:

Blogger xavier said...

Sobre o nosso post "À atenção da Banca", recebemos o seguinte esclarecimento que desde já agradecemos:

O negócio dos bancos com as dívidas do Ministério da Saúde às farmácias já existe – e foi muito maior no outro governo de Correia de Campos (a dívida chegou aos 150 milhões de contos – sim, contos, não euros). Isto é, os bancos já emprestam o dinheiro – neste caso, à ANF. O que o ministro anuncia não se trata de um novo negócio para os bancos mas do mesmo negócio – só que com um “cliente” que é muito menos credível do que a ANF (o Ministério da Saúde). Já o ministro Luís Filipe Pereira diligenciou no mesmo sentido e o único banco interessado foi a Caixa Geral de Depósitos – BCP e BES negaram-se (o BCP apoia a ANF nos negócios de saúde em Portugal e o BES financia a compra da Alliance Unichem e o investimento na Polónia).
Luís Oriente.

12:21 da manhã  
Blogger Vladimiro Jorge Silva said...

Duas correcções:
- A dívida chegou aos 250 milhões de contos e não apenas aos 150...
- Luís Filipe Pereira já tentou criar um consórcio bancário com as mesmas características referidas no post, mas a solução foi infrutífera pois as farmácias cederam os seus créditos à ANF. Ou seja, quando muito o consórcio bancário poderia apenas intermediar o pagamento do Estado à ANF. Tudo isto aconteceu porque as farmácias não confiam no Estado e consideram que é preferível perder 1,5% da sua facturação aos organismos a receber com os habituais atrasos com que o Estado paga(?) aos fornecedores, especialmente na área da saúde.

9:04 da manhã  
Blogger xavier said...

1) A aparente “guerra total” contra a ANF é, infelizmente, um sintoma da dificuldade em pensar no interesse nacional e é um ataque a um projecto cooperativo português bem sucedido, que ousou internacionalizar-se e teve um papel social importante quando o Estado precisou dele! Não se trata de ingratidão do Estado. É apenas a constatação do tipo de tratamento que o Estado português garante aos seus agentes de desenvolvimento. A menos que o ministério da Saúde saiba algo que nós não sabemos, não é de esperar nada de muito positivo deste conflito surdo. Nem sequer a diminuição da despesa com medicamentos. Por outro lado, a incapacidade de envolver um dos mais importantes agentes do sector na dinâmica de modernização do Sistema Nacional de Saúde (SNS), que deveria incluir a sua participação e cooperação com a Comissão para o Uso racional do Medicamento (esse sim um projecto que poderá promover resultados importantes no melhor interesse do estado), tem um custo político elevado e agudiza outras forças de bloqueio que, naturalmente, aproveitarão a “deixa” que lhes estão a dar. Entretanto, um mal menor é que talvez esta seja a oportunidade para a Sonae entrar, finalmente, no sector da saúde. Oxalá!
Paulo Kuteev Moreira DE 30.09.05

10:53 da manhã  
Blogger ricardo said...

Aonde é que o Dr. Kuteev vai buscar pensamentos tão brilhantes !
Reduzir os poderes monopolistas de uma entidade do sector da saúde é uma intervenção necessária.
Trabalhará também Dr Kuteev para a ANF?

4:17 da tarde  

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