terça-feira, setembro 20

Municipalização dos Centros de Saúde

«A propósito do seu post "Fatal" de 16/9 pergunto-lhe se acha descabido que se desconfie da entrega da gestão dos Centros de Saúde (e até, como aqui ou ali se diz, das escolas do ensino básico e secundário) a autarcas como Ferreira Torres e muitos outros como ele, ou quase... Ver a gestão da nossa saúde nessas mãos faz-me arrepiar. De uma forma geral não vislumbro hoje nas autarquias capacidade bastante para, de uma forma honesta (com tudo o que esta palavra implica), gerirem sector tão essencial. Como é que, em tal caso, se faria a ligação necessária com os cuidados de saúde diferenciados ou hospitalares? Seria pacífica essa interligação? Julgo sinceramente que não. É só imaginar-se a conflitualidade, mesmo que artificial, que se criaria entre os dois sectores de saúde se isso servisse mesquinhos interesses eleitoralistas.»
Fernando Barros

Comentário:
O poder local não pode ser julgado pelo exemplo que dá, tal como a autonomia regional não pode ser aferida pelo governo da Madeira. Por essa ordem de ideias deveria acaber-se com o poder local e regional e reconcentrar tudo nas mãos do Governo e da administração central. A solução está, porém, em melhorar a governação do poder local, sobretudo quanto à "accountability" e transparência.
Não tenho poupado críticas ao poder local, mas não vejo razão para a demonização que hoje parece estar em moda. A descentralização territorial constitui a base da democracia. Não há razão nenhuma para continuarmos a ser o Estado mais centralizado da Europa ocidental.
vital moreira, causa nossa

5 Comments:

Blogger helena said...

Parece haver uma grande confusão.
Háuma administração Nacional de Saúde constituída pelas ARS´s responsável pela gestão dos problemas das Saúde.

12:01 da tarde  
Blogger xavier said...

Os municípios devem passar a participar nos custos da Saúde e na gestão das instituições de saúde da sua área de influência.
Os cuidados de saúde ficarão sempre sob a responsabilidade das ARS´s.

2:23 da tarde  
Blogger xavier said...

Municipalização de centros de saúde
«Sob o título "Fatal", no dia 16 de Setembro, foi publicado por V. Exa. um comentário, com base em notícia do Jornal Público, sobre a oposição de uma associação nacional de médicos à ideia de confiar a gestão de centros de saúde aos municípios. Dada a não identificação da associação visada e, principalmente, dada a possibilidade de generalização da ideia de oposição, tomo a liberdade de esclarecer que o Sindicato Independente dos Médicos nunca se opôs à entrada dos municípios na gestão participada da saúde.
(...) Esta não oposição, mesmo o incentivo à gestão descentralizada, foi comunicada oficialmente a Sua Excelência o Ministro da Saúde em reunião de 20 de Julho de 2005. Não é certamente pelo SIM que a "descentralização territorial" não se concretiza.»
Carlos Arroz (Secretário-Geral do SIM)

Esclarecimento
De facto, foi a Federação Nacional dos Médicos (Fnam), que segundo o Públivo de 15 de Setembro passado declarou que a participação das autarquias na prestação de cuidados primários de saúde seria uma "medida perigosa", dado que esta "não é a sua vocação" e que não existe "qualquer tradição e experiência das autarquias nesta área" em Portugal.
vital moreira - causa nossa

9:52 da tarde  
Blogger xavier said...

Uma associação nacional de médicos, segundo o Público (link) (link), opõe-se à ideia de confiar a gestão de centros de saúde aos municípios. Sabendo-se que isso é corrente em muitos outros países, porquê essa oposição? Que temem eles?
Queixamo-nos, com razão, de sermos um país com baixo nível de descentralização territorial e alto grau de centralização de funções no Governo e na Administração central. Mas quando surgem propostas para corrigir essa situação, logo se levantam todas as oposições, em geral de grupos profissionais. É fatal!
vital moreira - causa nossa.

10:01 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Eu conheço felizmente muita gente honesta nas nossas autarquias. Também os há que o não são mas não me parece justo o que o senhor Fernando Barros teça as considerações que faz. Ou será que julga estar a ver-se ao espelho?
Será que na profissão do Senhor Barros são todos perfeitos?
Temos que ter na verdade respeito pelos outros para podermos ser respeitados.
Estou à vontade para escrever o que aqui deixo expresso pois sendo autarca muitos anos nunca tive funções executivas e pude constatar o interesse, o empenho, a rectidão de procedimentos e a dedicação de muitos autarcas, de todos os quadrantes políticos.
E estou convicto de que a sua "participação" na Gestão/Administração de estabelecimentos de saúde seria benéfica para os utentes. Os autarcas sabem que os cidadãos eleitores não deixam de avaliar o seu trabalho, e todos sabemos como valorizamos a qualidade (não qualidade) dos cuidados prestados.

1:50 da manhã  

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