"Quem quer Saúde, Paga-a"
Segundo o DE, as prioridades da política de CC, são:(link)
1 - Cuidados continuados a idosos e dependentes;
2 - Reformulação dos centros de saúde do país;
3 - Sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde;
4 - Modernização do equipamento social;
5 - Melhoria do acesso ao medicamento, descida do preço e da factura pública.
O anúncio feito hoje, através do DN, sobre o aumento das taxas moderadoras do Serviço Nacional de Saúde (SNS):nos hospitais passam de 6,90 euros para 8,50 euros (mais 23%) e nos Centros de Saúde de 2 euros para 3,30 euros, já a partir de Abril, é elucidativo de quais são as verdadeiras prioridades da política de saúde de CC (link)
10 Comments:
Embora as taxas não tenham sido actualizadas há muito, este aumento é muito violento.
Trata-se de uma falsa solução para um problema antigo.
Para conter a procura de cuidados de saúde quem precisa passa a pagar mais.
Mais injusto não poderia ser.
A procura excessiva de cuidados é um dos efeitos secundários do SNS tal como o conhecemos. Ou se assume a mudança de modelo de sistema de saúde ou então não se promovem medidas como esta. Por muitas desculpas que se dêem, as taxas moderadoras estão a ser usadas para financiar o SNS. Até porque o efeito moderador possível é praticamente todo assegurado pelas horas de espera e condições das urgências: os que neste momento lá vão só serão parados pela impossibilidade financeira de o fazerem. Como tal, este aumento não serve para mais nada que não contribuir para o equilíbrio económico do SNS. O que, como CC disse a propósito de Santana Lopes e LFP, é um erro técnico.
Além disso, vamos ter uma questão interessante sob o ponto de vista jurídico: será este o nascimento do SNS "tendencialmente pago" com o qual CC parece sonhar? Como é que um Presidente da República pode promulgar uma lei que aumenta 23% uma taxa que deveria ser "tendencialmente gratuita"?
Manuel Delgado preparou o Seminário sobre o Financiamento dos hospitais, para CC dizer aquelas coisas que disse sobre a alteração do modelo de financianentodo SNS, para preparar os cidadãos para este aumento das taxas moderadoras (ou co-pagadores).
Meu Caro Vladimiro
Ora cá temos um claro exemplo de que o pensamento técnico, em regra, nada tem a ver com o de político. CC até pode ter reconhecimento como técnico, que tem, através da publica forma dos seus trabalhos na área da economia da saúde. Já o mesmo não afirmo relativamente à gestão de estabelecimentos de saúde.(talvez o SEMISERICORDIA conheça algo a seu favor nesta matéria. Mais alguém conhece?)
Taxas moderadoras? “(…)como CC disse a propósito de Santana Lopes e LFP, é um erro técnico.”
Estão a ser utilizadas como mais uma forma de alimentar e engordar O MONSTRO. O desperdício de que tanto se orgulhava de denunciar deixou de ser prioritário. Esgotaram-se as ideias. O seu combate não é politicamente correcto. Não dá votos. Só dá chatices.
A este propósito veja-se a sugestão do Paulo Kuteev-Moreira
DE (link)
Porém, há sinais claros de que a agenda da OMS é pressionada pelo BM, nomeadamente no contexto das suas premissas para o desenvolvimento económico e respectivas reformas estruturais em que, no que diz respeito à Saúde, o BM define as seguintes estratégias:
a) A promoção de ambientes que contribuam para a melhoria da saúde das famílias deve realizar-se através do crescimento económico e educação (e não de mais serviços de saúde)
b) A despesa pública na Saúde deverá promover a redução da “má” despesa em saúde (a que promove poucos ganhos em saúde) e os governos deverão financiar pacotes de “serviços clínicos essenciais” e definir a lista de serviços tendencialmente gratuitos.
c) Os governos deverão promover diversidade e concorrência na provisão dos serviços clínicos não essenciais através de estímulos aos seguros de saúde, aos sectores público e privado de prestação e publicar as comparações de ‘performance’ dos prestadores do SNS.
E em Portugal, quando debateremos a definição de “serviços clínicos essenciais”? E a definição de estratégias de promoção de diversidade e concorrência na lógica de redução da “má despesa em saúde”?”
Operação financiamento daSaúde através da morte lenta do SNS: co-pagamento das prestações disfarçados de taxas moderadoras, gestão privada de novos HH, definição de pacote de cuidados mínimos e máximos suportados pelo SNS.
Mais um imposto que se agrava, em 23%, suportando o desgoverno continuado das políticas de Saúde, incapaz de travar a despesa, adoptando a estratégia mais fácil e cobarde: atacar pelo lado das receitas financiando-se através dos do costume.
Três breves comentários:
i - Não há uma rede de cuidados primários minimamente eficaz ou que mereça a confiança dos doentes que seja capaz de obstar ao recurso das urgências hospitalares.
ii - Os doentes não deixarão de aceder às urgências dos hospitais porque não são médicos - é sabido que os próprios médicos diagnosticam mal em causa própria - e portanto não distinguem, nem têm que distinguir, a gravidade dos seus sintomas. Se, ou quando, as taxas moderadoras se tornarem barreiras - inconstitucionais - ao acesso dos cuidados de saúde os prejuízos para o doente e até para o próprio SNS serão muito superiores aos ganhos esperados.
iii - Esta medida, como todas as que temos assistido na acção governativa, é benéfica essencialmente para a Saúde privada. Ao aproximar os preços do público aos preços da privada quem ganha clientela, massa crítica, economias de escala, são os investimentos milionários dos grupos económicos, garantindo assim um mais rápido retorno à custa da carteira de cada um de nós.
Consulta de Urgência numa futura UBU, pouco mais do que um maço de tabaco, Consulta de Urgência 3 maços de tabaco. Não sejam hipócritas. Não anseiam pela medida quando falam para dentro e a critiquem em público. Talvez algum de vocês também seja contra a requalificação da rede de urgência ou favor de manter a sapização, ou mesmo contra as USF, como o grande líder Jerónimo. Operação de financiamento, só um ignorante puderá dizer tal coisa, o valor das taxas moderadoras no OG da saúde é irrisório, mas muitos de vocês AH são responsáveis pela débil cobrança do SNS. Os mais pobres e desfavorecidos estão isentos pelas TM. Esta medida a par da requalificação das urgências, da reforma dos CS, será um sinal para as falsas urgências.
Meu caro RL1956
Ora cá está um contributo com visão, conteúdo e profundamente esclarecedor! Só é pena que o fumo do tabaco não lhe dê a transparência que merece.
A propósito, aposto um purito se for capaz de demonstrar a afirmação de que é culpa dos AH a baixa taxa de cobrança das taxas moderadoras. Se não conseguir também não faz mal. Nem para financiar o SNS servem....serve a afirmação para demonstrar a ignorância, ou má fé, de quem a profere.
Não é por acaso que o Miguel Cadilhe já anda a pedir a Revisão da CRP.
Com o CS napresidência não tenho dúvidas que é o que vai acontecer.
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