domingo, março 5

Monty Pythons


Acabo de ver nos telejornais, CC e o primeiro ministro, José Sócrates, num hipermercado do Continente da Amadora, a comemorarem a passagem de um ano sobre o início do processo de venda de MNSRM fora das farmácias.
CC, aproveitou a ocasião para anunciar que a lista de medicamentos de venda livre vai ser alargada. Por sua vez, o primeiro-ministro, José Socrates, disse estar convicto de que o número de postos de vendas de MNSRM, actualmente 62, irá alargar-se.
Cena perfeita, digna de um episódio do Flying Circus dos Monty Pythons .

7 Comments:

Blogger tambemquero said...

A política é por vezes a arte de bem fazer palhaçadas.

Publicidade gratuita para o Belmiro.
Aliás o Belmiro está em todas.
É o empresário do momento.

12:21 da manhã  
Blogger tonitosa said...

O que é de notar é que a venda de MNSRM fora das farmácias, dizia o governo, iria facilitar o acesso dos utentes à sua aquisição.
Não sei onde exactamente se localizam as "Lojas da Saúde" como lhe chamam no Hiper Continente, o que sei é que, aos Domingos tais lojas estão inacessíveis (pelo menos a do Loures Shoping) e durante os dias de semana, como se sabe, quem tiver uma enxaqueca a partir das 10/11 horas da noite, não tem outro remédio que não seja ir às farmácias.
E nos locais distantes dessas lojas de saúde onde está a facilidade de acesso? Que lojas existem hoje tipo "loja da saúde da esquina"? Ou loja da saúde do Bairro?
Obviamente que não é o pequeno comércio que pode aceder ao negócio pois não tem capacidade para ter um farmacêutico reponsável! Quantas "lojas da saúde" foram criadas fora dos grandes centros?

2:01 da manhã  
Blogger ricardo said...

Este alarido todo à volta dos MNSRM é uma forma que o Governo encontrou de tapar o sol com a peneira, ou seja, de fazer publicidade do nada que fez.

9:39 da manhã  
Blogger saudepe said...

O problema dos MNSRM deve ser analisado tendo em atenção o seu contributo para a abertura do mercado - pontos de venda alternativos às farmácias- facilitando desta forma o acesso aos utentes a estes medicamentos e por outro o controlo dos riscos e da qualidade relativamente à comercialização destes medicamentos.

É cedo para fazer um balanço desta acção, pois a venda livre iniciou-se há cerca de três meses.

O governo quis, no entanto, assinalar pomposamente o início deste processo, pois trata-se de uma medida emblemática e que à partida afigurava-se de difícil concretização.
Vamos aguardar pacientemente o que o Governo fará em relação às propostas da AdC e quais as medidas que o Governo terá coragem de implementar relativamente à liberalização das Farmácias.
Tenho o pressentimento que a palavra de ordem do José Sócrates nesta matéria é de avançar-se devagarinho, muito devagarinho.

11:36 da manhã  
Blogger xavier said...

O Primeiro-Ministro, José Sócrates, e o Ministro da Saúde, Correia de Campos, visitaram ontem, 5 de Março, a secção de venda de medicamentos do hipermercado Modelo Continente, na Amadora. A visita decorreu um ano após o anúncio do fim da exclusividade das farmácias na comercialização de medicamentos sem receita médica.
Portal da Saúde

3:50 da tarde  
Blogger xavier said...

Fica situada dentro do próprio hipermercado e acompanha os horários praticados por este. Os medicamentos estão acondicionados em prateleiras, ao dispor do consumidor, mas quatro técnicos previamente formados para o efeito e uma farmacêutica prestam aconselhamento. Segundo Joana Machado, a farmacêutica que faz o acompanhamento técnico daquele posto, bem como de um outro, da mesma cadeia de hipers, em Loures, diz que os consumidores têm as mesmas dúvidas que têm quando se deslocam a uma farmácia. "Perguntam o que aconselhamos para o tipo de tosse que têm, etc", diz, afirmando que não manifestam qualquer tipo de receio ou desconfiança.

Ontem, durante a visita do primeiro-ministro, um casal perguntou algo diferente "As facturas daqui podem ser descontadas no IRS?". Podem. Na loja, o produto mais vendido é o paracetamol genérico. Um medicamento que, segundo Joana Machado, é também o mais vendido em todas as farmácias.

Ali, porém, não é possível vender, por exemplo, Ben-U-Ron, um medicamento não sujeito a receita médica, mas comparticipado pelo Estado. E essa será, de acordo com a farmacêutica, a principal queixa dos clientes. Não entendem por que razão só podem comprar alguns dos medicamentos não sujeitos a receita médica.
JN 06.03.06

4:04 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Subscrevo o "trágico, o cómico e o burlesco" do comentário do Guidobaldo e relembro os meus comentários anteriores sobre o uso da Comunicação Social pelo poder político.
Sinceramente e com mágoa o digo, como Português, como Cidadão e como Contribuinte, custa-me sentir que o Governo entrou claramente numa espiral de "desvergonha" no uso da propaganda (política) e desrespeito pelos cidadãos, servindo-se da cobertura que os media proporcionam. E nem sequer teria necessidade de o fazer (tão longe estamos de novas eleições) pelo que se trata apenas de uma questão de "estilo socialista" no seu melhor.
E era tempo de se falar verdade!
Penso que qualquer pessoa perceberá que é absolutamente impossível concretizar nos prazos anunciados, e particularmente quando se refere o período 2006/2010 a maior parte dos investimentos que quase diariamente são anunciados pelo Primeiro Ministro e Ministros.
OTA, TGV, IKEA, Vacinas da gripe, Auto-Europa, Creches e Lares de Idosos, H.S.João, Plano Tecnológico, Formação Profissional, etc., etc., têm sido anunciadas como áreas/projectos de investimento absolutamente irrealistas.
Sabemos que importa criar confiança sobretudo nos investidores mas, também sabemos que como diz o ditado "A MENTIRA SÓ DURA ENQUANTO NÃO CHEGA A VERDADE".
Vejamos apenas um exemplo mais do que se passa com a Saúde: Correia de Campos, diariamente, anuncia novas medidas e projectos; quem o ouviu falar no encerramento dos hospitais do CHL e construção do novo hospital de substituição (se tiver os olhos fechados) até acredita que tudo se vai fazer amanhã. O mesmo em relação ao IPO de Lisboa. E no entanto, bem sabemos que muito provavelmente, com este ou outros governos, a concretização destas "ideias" levará mais de duas dezenas de anos.
Vão se fazendo defacto as pequenas coisas e o que na verdade são medidas estruturantes são apenas "anúncios de intenções feitos com pompa e circunstância" e tardam em ser aplicadas.

Permitam-me que repita: mais do que criticar o Governo, deixo aqui o meu desabafo; o desabafo de quem mais uma vez "pressente" que no final do mandato (a continuarmos como até aqui) quase tudo, verdadeiramente importante, continuará por fazer.
Oxalá me engane.

11:38 da tarde  

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