Resultados HH SAs 2005
Lentamente, como convém (?) vão sendo publicados os Relatórios e Contas dos HH EPE’s (ex-SA's).
Desta vez foi dado a conhecer o Relatório e Contas do Hospital de São Gonçalo, S.A..(página dos hospitaisepe) link
Desta vez foi dado a conhecer o Relatório e Contas do Hospital de São Gonçalo, S.A..(página dos hospitaisepe) link
Vamos pois deixar algumas notas sobre os resultados e a actividade de 2005 daquele hospital.
Uma primeira nota vai para o facto de este relatório ser apresentado como Hospital São Gonçalo, EPE – Relatório e Contas 2005 e aparecer na primeira página como Relatório e Contas – Hospital São Gonçalo, S.A..
Apesar de me parecer ser um lapso, pois todas as referências seguintes são “EPE”, tenho dúvidas sobre se não seria afinal a apresentação como S.A. a mais correcta, já que só em 31 de Dezembro de 2005 ocorreu a transformação. Mas admito não ser errada a apresentação como EPE. A verdade é que os SA’s, em 2002, viram-se a elaborar dois relatórios distintos (SPA e SA).
A certo passo do relatório e contas pode ler-se:”imensos créditos que se perdem por prescrição e incapacidade económica dos devedores”…”aliado a determinações superiores acabam, por ser considerado incobráveis”.
Conhecemos bem este fenómeno da prescrição que é comum à generalidade dos hospitais e que tem muito a ver com o mau funcionamento dos Serviços de Gestão de Doentes e de Contencioso, mas também com a quase impossibilidade de rigorosa identificação de muitos utentes e causas de assistência nos Serviços de Urgência (em relação também com uma certa tradição de tolerância).
Vejamos os aspectos mais representativos da actividade desenvolvida e dos resultados obtidos:
1. De acordo com a Introdução, o HSG esteve durante mais de dois meses sem reunir o seu CA. Não sabemos se o facto de o CA não estar completo (?) era razão só por si impeditiva. Mas uma coisa parece certa: mais de dois meses sem reunir o CA é algo de anormal e que bem pode ter influenciado os resultados atingidos;
2. O modelo de financiamento é apontado como uma das razões para o “desequilíbrio entre custos e proveitos”. Parecendo haver razões para que o modelo de financiamento se altere, a verdade é que no exercício de 2004 o desequilíbrio em causa foi bem menos significativo;
3. O relatório do CA dá conta de uma redução da actividade em termos de doentes tratados (-4%) e cirurgias, tanto urgentes como programadas (-13,5%);
4. A consulta externa cresceu 9,8% não constando informação sobre primeiras consultas e segundas consultas e a urgência foi procurada por mais 2% de utentes;
5. Verifica-se uma degradação da demora média (+7,5%) em ligação com o maior número de dias de internamento (+3,5%) contrastando com a redução do número de doentes tratados;
6. Verifica-se, também um aumento do número de análise clínicas quer por doente tratado quer por doente em Urgência;
7. Houve um agravamento de custos com MCDT realizados no exterior (+3,29%);
8. Verificou-se ainda um aumento dos custos com medicamentos (+5%), com reagentes (+1,4%), com material de consumo clínico (+15,4%) e com serviços de apoio (+3,38%);
9. Destacam-se os aumentos com electricidade (+24%) e lavandaria (+45,8%);
10. Os custos totais tiveram um aumento de 9,38%, com expressão nos RH (+8,5%, nos FSE (+20,7%) nos CMVMC (+6,96%).Esta evolução torna-se mais expressiva quando comparada com a actividade desenvolvida;
11. O exercício de 2005 fica ainda assinalado pelo significativo aumento do absentismo (+60%) e pelo aumento do número de trabalhadores ao serviço da empresa (+ 9 unidades) apesar da “produção ter sido sensivelmente a mesma” (?), como refere o CA.
Enfim,
Estamos perante mais um caso em que os resultados atingidos são manifestamente maus representando, além disso, uma agravamento em relação ao exercício anterior (2004).
Com efeito, o Hospital de Amarante viu os seus resultados operacionais passarem de 1,051 milhões de euros (negativos ) para 2,248 milhões de euros (negativos) o que traduz um agravamento de 137% , contribuindo para o resultado negativo do exercício de 1,641 milhões de euros (-148 654 euros em 2004).
Os resultados dos quatro hospitais que até agora viram divulgados os seus Relatórios e Contas parecem-nos defacto traduzir um recuo em relação ao que vinham sendo as respectivas evoluções.
Será importante conhecerem-se as verdadeira razões das alterações ocorridas, quando era importante conter o crescimento dos custos.
Haverá certamente razões para explicar que os custos deste hospital tenham aumentado 9,38% enquanto os seus proveitos cresceram 1,5%.
Alguma notas finais para referir ainda:
1. Na página 37 do relatório existe erro nas percentagens indicadas de aumento dos custos com pessoal (60,3% em vez de 8,5%). De igual modo estão erradas as percentagens indicadas para FSE (35,22% em vez de 20,7%9 e CMVMC (9% em vez de 6,96%);
2. Ainda na página 37 aparece o capítulo 5.3 – Evolução dos principais indicadores de recursos humanos. O que surge a seguir, nada tem a ver com tais indicadores pois são, com efeito, indicadores económico-financeiros (lapso, como se depreende).
3. Na página 57 em vez de “repensado” por 998 acções deverá ser “representado” por 998 acções (novo lapso).
Uma primeira nota vai para o facto de este relatório ser apresentado como Hospital São Gonçalo, EPE – Relatório e Contas 2005 e aparecer na primeira página como Relatório e Contas – Hospital São Gonçalo, S.A..
Apesar de me parecer ser um lapso, pois todas as referências seguintes são “EPE”, tenho dúvidas sobre se não seria afinal a apresentação como S.A. a mais correcta, já que só em 31 de Dezembro de 2005 ocorreu a transformação. Mas admito não ser errada a apresentação como EPE. A verdade é que os SA’s, em 2002, viram-se a elaborar dois relatórios distintos (SPA e SA).
A certo passo do relatório e contas pode ler-se:”imensos créditos que se perdem por prescrição e incapacidade económica dos devedores”…”aliado a determinações superiores acabam, por ser considerado incobráveis”.
Conhecemos bem este fenómeno da prescrição que é comum à generalidade dos hospitais e que tem muito a ver com o mau funcionamento dos Serviços de Gestão de Doentes e de Contencioso, mas também com a quase impossibilidade de rigorosa identificação de muitos utentes e causas de assistência nos Serviços de Urgência (em relação também com uma certa tradição de tolerância).
Vejamos os aspectos mais representativos da actividade desenvolvida e dos resultados obtidos:
1. De acordo com a Introdução, o HSG esteve durante mais de dois meses sem reunir o seu CA. Não sabemos se o facto de o CA não estar completo (?) era razão só por si impeditiva. Mas uma coisa parece certa: mais de dois meses sem reunir o CA é algo de anormal e que bem pode ter influenciado os resultados atingidos;
2. O modelo de financiamento é apontado como uma das razões para o “desequilíbrio entre custos e proveitos”. Parecendo haver razões para que o modelo de financiamento se altere, a verdade é que no exercício de 2004 o desequilíbrio em causa foi bem menos significativo;
3. O relatório do CA dá conta de uma redução da actividade em termos de doentes tratados (-4%) e cirurgias, tanto urgentes como programadas (-13,5%);
4. A consulta externa cresceu 9,8% não constando informação sobre primeiras consultas e segundas consultas e a urgência foi procurada por mais 2% de utentes;
5. Verifica-se uma degradação da demora média (+7,5%) em ligação com o maior número de dias de internamento (+3,5%) contrastando com a redução do número de doentes tratados;
6. Verifica-se, também um aumento do número de análise clínicas quer por doente tratado quer por doente em Urgência;
7. Houve um agravamento de custos com MCDT realizados no exterior (+3,29%);
8. Verificou-se ainda um aumento dos custos com medicamentos (+5%), com reagentes (+1,4%), com material de consumo clínico (+15,4%) e com serviços de apoio (+3,38%);
9. Destacam-se os aumentos com electricidade (+24%) e lavandaria (+45,8%);
10. Os custos totais tiveram um aumento de 9,38%, com expressão nos RH (+8,5%, nos FSE (+20,7%) nos CMVMC (+6,96%).Esta evolução torna-se mais expressiva quando comparada com a actividade desenvolvida;
11. O exercício de 2005 fica ainda assinalado pelo significativo aumento do absentismo (+60%) e pelo aumento do número de trabalhadores ao serviço da empresa (+ 9 unidades) apesar da “produção ter sido sensivelmente a mesma” (?), como refere o CA.
Enfim,
Estamos perante mais um caso em que os resultados atingidos são manifestamente maus representando, além disso, uma agravamento em relação ao exercício anterior (2004).
Com efeito, o Hospital de Amarante viu os seus resultados operacionais passarem de 1,051 milhões de euros (negativos ) para 2,248 milhões de euros (negativos) o que traduz um agravamento de 137% , contribuindo para o resultado negativo do exercício de 1,641 milhões de euros (-148 654 euros em 2004).
Os resultados dos quatro hospitais que até agora viram divulgados os seus Relatórios e Contas parecem-nos defacto traduzir um recuo em relação ao que vinham sendo as respectivas evoluções.
Será importante conhecerem-se as verdadeira razões das alterações ocorridas, quando era importante conter o crescimento dos custos.
Haverá certamente razões para explicar que os custos deste hospital tenham aumentado 9,38% enquanto os seus proveitos cresceram 1,5%.
Alguma notas finais para referir ainda:
1. Na página 37 do relatório existe erro nas percentagens indicadas de aumento dos custos com pessoal (60,3% em vez de 8,5%). De igual modo estão erradas as percentagens indicadas para FSE (35,22% em vez de 20,7%9 e CMVMC (9% em vez de 6,96%);
2. Ainda na página 37 aparece o capítulo 5.3 – Evolução dos principais indicadores de recursos humanos. O que surge a seguir, nada tem a ver com tais indicadores pois são, com efeito, indicadores económico-financeiros (lapso, como se depreende).
3. Na página 57 em vez de “repensado” por 998 acções deverá ser “representado” por 998 acções (novo lapso).
tonitosa
Etiquetas: Tonitosa
3 Comments:
Publicação dos Contratos-Programa de 2006 assinados pelas Administrações Regionais de Saúde (ARS Norte, Centro, LVT, Alentejo e Algarve) e o Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde (IGIFS) com os Hospitais do Sector Público Administrativo (SPA) e Sociedades Anónimas de capitais exclusivamente públicos (actualmente Entidades Públicas Empresariais) e homologado pelo Senhor Secretário de Estado da Saúde
ARS Norte:
Hospitais do Sector Público Administrativo:
• Centro Hospitalar Póvoa do Varzim/VilaConde.pdf
• Hospital N.S.da Conceição - Valongo.pdf
• Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia.pdf
• Hospital Conde de S.Bento - Santo Tirso.pdf
• Hospital São Marcos - Braga.pdf
• Hospital Joaquim Urbano.pdf
• Hospital Distrital de Chaves.pdf
• Maternidade Júlio Dinis - Porto.pdf
• Hospital São José - Fafe.pdf
• Hospital Central Especializado de Crianças Maria Pia.pdf
Hospitais Entidades Públicas Empresariais:
• Hospital Distrital de Bragança, SA.pdf
• Hospital São Gonçalo, EPE - Amarante.pdf
• Centro Hospitalar Alto Minho, EPE.pdf
• Hospital Senhora da Oliveira, EPE - Guimarães.pdf
• Hospital Geral de Santo António - Porto, EPF.pdf
• Hospital Infante D. Pedro - Aveiro.pdf
• Instituto Português de Oncologia do Porto Franciso Gentil, EPE.pdf
• Hospital São João de Deus, EPE - Famalicão.pdf
• Centro Hospitalar de Vila Real/Peso da Régua, EPE.pdf
• Hospital São João, EPE - Porto.pdf
• Hospital de Santa Maria Maior, EPE - Barcelos.pdf
• Hospital Distrital de Mirandela.pdf
• Hospital Distrital de Macedo de Cavaleiros.pdf
• Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE.pdf
• Hospital Padre Américo e Vale do Sousa, EPE.pdf
ARS Centro:
Hospitais do Sector Público Administrativo:
• Hospitais Universidade de Coimbra.pdf
• Centro Hospitalar de Coimbra.pdf
• Hospital Cândido Figueiredo - Tondela.pdf
• Hospital Sobral de Cid.pdf
• Hospital Nossa Senhora da Assunção - Seia.pdf
• Hospital Distrial de S.João da Madeira.pdf
• Hospital Psiquiátrico do Lorvão.pdf
• Hospital Distrial de Pombal.pdf
• Hospital S.Pedro Gonçalves Telmo - Peniche.pdf
• Hospital Dr. Franciso Zagalo - Ovar.pdf
• Hospital S.Miguel - Oliveira de Azemeis.pdf
• Hospital Distrital de Lamego.pdf
• Hospital Sousa Martins - Guarda.pdf
• Hospital Visconde de Salreu - Estarreja.pdf
• Centro de Medicina e Reabilitação do Centro - Rovisco Pais.pdf
• Hospital Nossa Senhora da Ajuda - Espinho.pdf
• Centro Psiquiátrico e de Recuperação de Arnes.pdf
• Hospital Arcebispo João Crisóstomo - Cantanhede.pdf
• Hospital Bernardino Lopes Oliveira - Alcobaça.pdf
• Hospital Distrital de Águeda.pdf
• Hospital José Lusitano Castro - Anadia.pdf
• Hospital Amato Lusitano - Castelo Branco.pdf
• Centro Hospitalar das Caldas da Raínha.pdf
Hospitais Entidades Públicas Empresariais:
• Hospital Santo Andre, EPE.pdf
• Instituto Português Oncologia de Coimbra F.Gentil, EPE.pdf
• Hospital de S.Teotónio, EPE - Viseu.pdf
• Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE.pdf
• Centro Hospitalar da Cova da Beira, EPE.pdf
ARS Lisboa e Vale do Tejo:
Hospitais do Sector Público Administrativo:
• Hospital Distrital do Montijo.pdf
• Centro Hospitalar de Cascais.pdf
• Centro Hospitalar de Torres Vedras.pdf
• Maternidade Alfredo da Costa.pdf
• Hospital D. Estefania.pdf
ARS Alentejo:
Hospitais do Sector Público Administrativo:
• Hospital Santa Luzia de Elvas.pdf
• Hospital Doutor José Maria Grande - Portalegre.pdf
• Hospital do Espírito Santo - Évora.pdf
Hospitais Entidades Públicas Empresariais:
• Centro Hospitalar do Baixo Alentejo, EPE.pdf
ARS Algarve:
Hospitais do Sector Público Administrativo:
• Hospital Distrital de Faro.pdf
site dp IGIF
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Hoje mesmo, quer o Senhor Ministro da Saúde (através da comunicação social) que ouvi, quer o seu "Ajudante", no Infarmed (que vi e ouvi) fizeram saber que nunca, como agora, existiu tanto acessso à informação sobre Saúde (dados da governação e gestão dos serviços).Disseram que todos os dados são imediatamente disponibilizados através da internet no "site" do Ministério e nos vários "sites" dos serviços. Acreditando no que ambos disseram (eu não acredito!) os contratos programa assinados são os divulgados pelo IGIF.
Assim sendo ocorre perguntar: para onde vão os HH do SNS? Como é possível gerir uma organização (e são muitos os HH na mesma situação) que decorrido metade do exercício (ano económico) não tem ainda assinado e "consolidado" um contrato-programa representativo de cerca de 80% da sua actividade e correspondentes receitas?
Como já escrevi, entendo que um CA (de qualquer hospital) não deve assinar um "contrato-programa" que não satisfaça em grau aceitável o aproveitamento da sua capacidade instalada e permita satisfazer, em igual grau, as suas necessidades de recursos, nomeadamente financeiros.
Mas quando chegados ao final de Junho um elevado número de HH ainda não assinou os contratos-programa respectivos (sinal de que não foi ainda possível o consenso em matéria fundamental da sua actividade) é caso para dizermos que O REI VAI NU.
Com a agravante de que houve da parte do Governo um compromisso quanto ao prazo de "fecho" (assinatura) dos referidos contratos.
Quem decide afinal? Ou será que algo existe que justifica esta situação e relega a assinatura para "melhores dias"?!
9:53 PM
Enviar um comentário
<< Home