segunda-feira, abril 18

Sáude e Mecenato

Foi dada à estanpa a notícia sobre a Maternidade Alfredo da Costa. link E parece ser um "escândalo" que uma Instituição pública de reconhecido mérito e prestígio se dirija aos seus utentes pedindo donativos?!

Não concordo obviamente com as críticas da Associação dos AH nem do Movimento dos Utentes. Com efeito é tempo de percebermos e incentivarmos o Mecenato. E para mim é de mecenato que se trata. E se é certo que será (é) uma forma de financiamento - nem poderia deixar de assim ser - sob pena de então não se perceber a razão do pedido (financiamento encapotado porquê?) desde que os utentes o façam livremente e de acordo com que cada um entenda, não vejo razões para se atacar a iniciativa.
O que me parece reprovável são as críticas de quem bem conhece as dificuldades da generalidade dos nossos hospitais. O que seria desejável é que o Estado, alargando a dedução fiscal, estimulasse o mecenato.

São muitos os exemplos, a nível internacional, de Instituições que desenvolvem a sua actividade basicamente apoiadas por mecenas. E talvez os donativos para a Alfredo da Costa sejam bem mais úteis do que uma grande fatia dos nossos impostos que se destinam a pagar serviços desnecessários e remunerações injustificadas, como parece ser, o exemplo que circula na internet/email, de uma tal Fundação Cidade de Guimarães (e outras "fundações" que nem se sabe quantas são).
Tonitosa

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sexta-feira, novembro 28

Bons rapazes!


É impressionante a irresponsabilidade reinante nos HH, nesta matéria. E em muitas outras, como se poderá deduzir.
Já escrevi e volto a repetir: se os (ir)responsáveis CA's dos hospitais não fornecem informação a que estão obrigados, devem ser responsabilizados, eventualmente até à demissão. E se quem tem poderes para o fazer não actua, então é porque se "demitiu" das suas funções.
Ou será que ao mais alto nível dá jeito ocultar este tipo de informação?!
Enfim, quem se lembra das chamadas "cartas de compromisso" (acho que ficaram conhecidas por este nome).
E como é possível que o responsável pelo tratamento e publicação da informação venha afirmar (segundo o DE) que os relatórios são sempre produzidos com mais de 60% da representatividade dos consumos em meio hospitalar, de modo a não desvirtuar os resultados e as conclusões obtidas"?
Bem, se esses 60% da informação forem atingidos com meses de atraso, qual o interesse da informação recolhida? Será apenas para registo histórico?
Como muitas vezes ouvimos dizer: SÃO TODOS BONS RAPAZES!

tonitosa

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terça-feira, novembro 20

Também nós estamos cansados


Já não há pachorra! Estamos cansados de fazer sacrifícios. Estamos cansados de ver cair os salários reais dos funcionários públicos.link

Estão cansados os trabalhadores e os reformados da função pública.
Estão cansados os médicos, os enfermeiros, os técnicos, os administrativos e todos os trabalhadores da Saúde. Estão cansados todos os trabalhadores da Administração Pública.

Quando vemos continuar o "peditório" dos sacrifícios vemos como continuam as benesses para os políticos e os mais chegados ao poder.
São despedidos trabalhados da AP mas não são despedidos deputados. Não são "despedidos" assessores, adjuntos e outros "dedicados" colaboradores dos gabinetes ministeriais. Pelo contrário o seu número vai engordando.

Entretanto os excluídos são cada vez em maior número. O papão do défice continua a servir para exigir sacrifícios aos portugueses. Mas já se vão notando os "golpes de magia" no OE/08 para preparar o ano seguinte de "bodo aos pobres".
Basta!
Estamos cansados. Vamos, pois, TODOS dizer que não queremos continuar a ser enganados.
Tonitosa

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terça-feira, julho 31

Ainda o HIDP


O fim de semana aqueceu. E bastante.
Mas ainda assim deu para chegar ao fim da leitura detalhada do relatório e contas do HIDP.
Para além dos comentários feitos anteriormente, pouco mais tenho a a acrescentar.
Confirmei de um modo geral o "annus horribilis" (a acrescentar ao que já havia acontecido em 2005) da gestão do HIDP.

Não me alongo em mais comentários.
Deixo apenas a transcrição do que considero as "pérolas" do relatório, que se seguem;

1.- "A este propósito mencione-se, então, que os serviços que registaram variações negativas de actividade, e pelos motivos expostos, foram aqueles que não cumpriram as metas previstas no documento de planeamento da actividade de 2006, sendo que os restantes, maioritariamente, alcançaram a produção estimada ou registaram desvios pouco significativos."

2.- "Refira-se que nesta descrição apenas constam os encargos resultantes dos investimentos aprovados em sede de projecto co-financiado, pelo que não se mencionam os variados investimentos paralelos que se fizeram com recursos do próprio hospital para assegurar o sucesso dos próprios projectos."

3.- "Por força da reestruturação operada na assistência médica do Serviço de Urgência, reduziu-se o recurso a prestação de serviços médicos em regime de prestação de serviços, quer sejam tarefeiros ou sejam em regime simples de prestação de serviços, substituindo-se por prestações de serviços realizadas por empresas especializadas.
É tal facto que justifica os decréscimos acentuados em termos de custos finais com a rubrica de honorários já que os acréscimos de necessidades de pessoal, e em consequência dos respectivos custos, transitaram para a rubrica de Outros Trabalhos Especializados como se constatará em ponto subsequente."

4.- "A alteração do regime de remuneração do trabalho extraordinário do pessoal médico forçou a contratação de serviços a empresas especializadas neste domínio, com custos unitários mais elevados, para assegurar a prestação do serviço de Urgência nas vertentes de especialidade;"

5.- "Nesse sentido, concluiu-se que, apesar do que numa primeira análise se poderia deduzir, a facturação de episódios de internamento registou um acréscimo de 6,56% face ao ano anterior e que se deveu, sobretudo, a uma melhoria significativa na qualidade do registo e auditoria da actividade desenvolvida e facturável."

6.- "A facturação dos episódios de consulta externa, urgência e hospital de dia mantêm a tendência dos anos mais recentes de comportamentos de crescimento assinalável que permitiram um crescimento da facturação com o ambulatório do hospital.
Contudo, atente-se que o factor que originou o acréscimo em causa prende-se, sobretudo, com o ênfase dado à qualidade de registo da actividade que permitiu compensar, ao nível da facturação, o decréscimo do ambulatório do hospital, exceptuando-se o serviço de Urgência."

Uma nota final:
Dos dados publicados é possível concluir que as remunerações dos órgão directivos apresentam um acréscimo superior a 13% (2006/2005) que não deixa de contrastar com os 5% de acréscimo nas restantes remunerações.
E uma pergunta:
Quem se lembra das "mordomias" dos gestores SA's?
Vejam os mapas das remunerações dos membros do CA!
Na verdade...Bem prega Frei Tomás!...
tonitosa

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segunda-feira, julho 30

Haja Saúde, para além do défice


O consumo excessivo de serviços de saúde é uma realidade. Mas é também uma realidade que a acessibilidade a serviços de saúde de qualidade é um dos direitos dos cidadãos no Estado Social.
Nas nossas aldeias e vilas é ainda frequente encontrarmos "GENTE" que se arrasta, arrrasta, arrasta, sabe Deus com que sofrimento, na esperança de que "isto passa".
E frequentemente, quando essa "GENTE DE ANTES QUEBRAR QUE TORCER" se decide a consultar o médico, ou quando lhe é disponibilizada uma consulta, já é tarde demais!
E é essa GENTE que hoje vê acrescidas as dificuldades de acesso em resultado do encerramento de serviços de saúde de proximidade.
Mas parece ser essa uma das formas que o governo encontrou para reduzir o consumo de serviços. E são os mais carenciados que mais sofrem os efeitos das medidas tomadas.
Como seria bom ouvirmos o actual Presidente da República afirmar: "HÁ SAÚDE PARA ALÉM DO DÉFICE"!
tonitosa

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sábado, julho 28

HIDP, EPE, Relatório de Contas 2006


Mas, vejamos um pouco mais os dados do relatório.link
Como sabemos, trata-se de um documento longo cuja análise detalhada não é tarefa fácil. Acresce que a sua impressão (em papel) tem custos para cada um de nós (e por isso a não faço) e a leitura directa, no monitor, também não facilita o trabalho de análise.
Para já avancei um pouco mais na leitura daquele documento (até à pag. 24) e ocorreram-me os seguintes comentários:

1.- De um modo geral sob o ponto de vista técnico o relatório é pouco mais que "sofrível". E tem afirmações que merecem reparo. Por exemplo: " O HIDP assitiu a um ano de 2006 com fortes desafios pela frente e que, maioritariamente, se pode afirmar que foram alcançados"(sic).
Isto não é claro, não é preciso e até parece ser uma "afirmação" (conclusão?) a despropósito.
Os desafios foram alcançados? Que desafios?
Adiante...

2.- Curiosa a afirmação de que o contrato-programa foi muito ambicioso em termos de produção assistencial para os recursos humanos existentes no HIDP à data da sua celebração.
E acrescenta-se: "...não será estranho o facto de o mesmo não ter sido cumprido..." (o contrato-programa, entenda-se).
Isto torna evidente a "levesa" (falta de seriedade? Ignorância?) com que a gestão do hospital foi encarada.
E é bom que se diga que a negociação dos contratos-programa por natureza não é fácil. Mas quem o assina deve ter a noção de que assume a responsabilidade de o fazer cumprir. E o CA do HIDP parece pretender "alhear-se" do incumprimento ou, parece encarar isso como algo que à partida foi assumido. E até parece que a responsabildade de assinar o contrato não foi sua.
Esta conduta não é "séria". Ou o CA assinou um contrato-programa baseado em pressupostos (condições futuras) que não foi capaz de concretizar?! Mais olhos que barriga em gestão empresarial não é de todo aconselhável. Há que ter os pés bem assentes no chão.
E se houve factores externos, imprevistos, que não permitiram atingir os objectivos de produção contratados, então o CA deve ser claro na sua justificação. O que não será fácil quando se verifica que os efectivos médicos e de enfermagem cresceram acentuadamente no exercício.

3.- A merecer atenção é o que se refere às novas intalações da Urgência. E isto porque, como se diz, a sua dimensão aumentou para o triplo das instalações provisórias. O que levou a maior necessidade de RH. Mas, depois, não se vislumbra a contrapartida dessa admissão de recursos quando se avalia a produção.
E não teremos uma Urgência sobredimensionada?

4.- A contenção de custos também não foi conseguida. E aqui há mesmo algo de incongruente. O CA considera que os objectivos (+4%; 5% com medicamentos) foram atingidos. Mas terá havido contenção quando se constata que tais custos foram originados por uma menor produção em quase todas as áreas?
Qual foi o aumento dos custos por doente tratado?

5.- A um aumento de RH de 5,3% (6,2% sem internato médico) correspondeu uma acentuada baixa do indicador "doentes saídos/médico" (107,76 para 95,67) e também a degradação do indicador "doentes saídos/enfermeiro" (36,44 para 35,35). Mais uma "desgraça"!

6.- Lemos a certa altura que a menor produção pode ser explicada pelo facto de médicos mais experientes e idosos terem sido substituídos por médicos mais jovens e menos experientes.
É uma afirmação que poderá dar lugar a uma "mais profunda reflexão" pois sabemos, nomeadamente, que os "mais velhos" são acusados, muitas vezes, de já não produzirem (ou produzirem menos...).
Mas, seria de esperar que jovens médicos auferissem, também, menores salários.
E que vemos? O rácio "ordenados e salários/efectivos globais" agravou-se em mais de 5%!
Parece que uma explicação são "os custos consideravelmente superiores dos contratos individuais de trabalho face aos da função pública".
Então e a produtividade? Se os "novos contratados ganham mais" não é expectável que produzam mais? Será que o CA, com tal política de salários, desmotivou os trabalhadores vinculados à função pública?!
As explicações são pouco consistentes e mais parecem "desculpas de mau pagador".

7.- Ainda em matéria de produção merece destaque a redução da taxa de ocupação (74,40% para 70,90%) e de doentes saídos por cama (39,52 para 37,35).

8.- Perante tudo isto, e muitos outros dados observados na rápida leitura que fiz, como pode o CA afirmar que a Actividade em 2006 foi muito semelhante à de 2005?!
Só uma semelhança se pode defacto considerar: os maus resultados alcançados.

PS
: sou pouco dado a textos longos neste tipo de "sites". Mas aqui não vejo alternativa. Se "em tempo útil" o puder fazer voltarei a este caso.
tonitosa

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sexta-feira, julho 27

H.I.D. Pedro, EPE, resultados catastróficos

HIDP,epe, relatório contas 2006

Na 4ª feira, já a noite ia longa quando acabei de fazer uma leitura "rápida" dos aspectos mais relevantes do relatório do HID Pedro. E fiquei com ideia de que os resultados eram muito maus.link
E quando agora (27/7) li o post do Xavier com a afirmação "and the Winner is..." tive um sobressalto.
Fiquei na dúvida se era um elogio aos resultados, se era uma referência ao facto de ser o primeiro relatório tornado público ou se era uma afirmação jocosa.
E fica-me agora (ainda) a dúvida se essa afirmação se deveu à troca de resultados revelada pelo Xavier.
Como quer que seja, os resultados do HIDP são catastróficos, sobretudo no contexto de várias referências que foram sendo feitas a "bons resultados" dos HH EPE's.
E não podemos neste momento tirar mais do que esta conclusão: o HIDP teve em 2006 resultados desastrosos.
Como aqui já foi referido, a menor produção corresponderam maiores custos e os prejuízos (resultados negativos) duplicaram.
Mais recursos humanos (médicos e enfermeiros) produziram menos!
Isto é mau, mesmo muito mau.
Esperarmos poder voltar a este assunto.
Mas tão mau quanto estes resultados é o facto de, chegado o final de Julho, apenas ter sido divulgado o relatório de um hospital.
Para quem tanto criticou as contas dos HH SA's, talvez seja a altura de dar explicações!
tonitosa

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sexta-feira, julho 20

Ranking dos HHs




Aparentemente a atribuição de uma classificação aos hospitais de acordo com a "QUALIDADE" dos serviços prestados encerra uma boa iniciativa.
Trata-se aliás de um tema que há alguns anos vinha sendo tratado e que chegou a ganhar algum impulso com a empresarialização dos hospitais.
Teremos assim, como ouvimos referir, uma escala que permitirá aos cidadãos e potenciais utentes em particular saber quais os "melhores hospitais".
Quanto aos estabelecimentos de saúde particulares não haverá grandes problemas e os doentes são livres de escolher onde querem ser tratados.
O que será diferente nos hospitais do SNS. Comecemos por lembrar que se encontra legalmente consagrada na legislação a "liberdade de escolha" e essa liberdade não tem sido respeitada. Cada um de nós, como sabemos, deve recorrer ao "seu" hospital de acordo com a residência. E se alguns hospitais vão facilitando (algumas vezes até com base em falsas moradas) outros há que são mais exigentes. Assim, a liberdade de escolha, prevista na lei, não está a ser respeitada.
É por isso que se pode perguntar: se os hospitais vão ser classificados de "cinco, quatro, três estrelas (ou algo parecido) pode o doente optar por ser visto e tratado no melhor dos hospitais? Ou será que, tal como nos hotéis, vamos ter hospitais para ricos e hospitais para pobres? E teremos taxas de punição diferenciadas por hospital em função do seu maior ou menor número de estrelas?
E será a classificação expressa numa tabela geral, ou irá ser desdobrada por especialidades. Um hospital menos bom numa determinada especialidade, como nos mostra a realidade, pode ser excelente numa outra porque, por exemplo, tem melhor equipamento e sobretudo melhores RH.
A ERS que até agora pouco se fez notar parece querer, agora, mostrar trabalho.
A esperança é a última a morrer. Sejamos optimistas.
Estou certo de que na ERS tudo terá sido pensado ao pormenor. Mas tenho cá um pressentimento de que será mais uma iniciativa para tramar o Zé e o SNS.
Tonitosa

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quarta-feira, julho 4

Ri de quê?

O melhor momento da sessão de apresentação do relatório do OPSS foi, sem dúvida, a intervenção da Secretária de Estado.
Foi a pior coisa que ouvi em termos de dicurso político!
E já ouvi muitos.
Quem lá esteve pôde assistir a um discurso sem sentido, nem oportunidade, cheio de banalidades e demasiado longo. Aliás a assistência não resistiu a alguns ataques de "tosse", nomeadamente quando a governante disse que não estava ali para criticar o Governo. Acrescentando que naquele local não o podia fazer. Perante algum "bruá" na sala (certamente a lembrar factos recentes), CP foi mais longe ao dizer que pode criticar-se o Governo em casa, na rua ou no café.
Então ouviu-se na assistência uma voz algo sumida dizer: desde que ninguém oiça!
Houve ainda lugar a mais surpresas. Ficou a saber-se, pela Senhora Secretária de Estado que o mais fácil é fazer decretos-lei. O difícil é a sua execução. Ela própria, já fez muitos. E até os fez em menos de uma hora, indo buscar o texto a diplomas já feitos! Foi, entre outras "banalidades" o que transmitiu a uma plateia não muito numerosa mas de pessoas que, usando as suas palavras, "eram certamente inteligentes". Espantoso!
E por agora fico por aqui.
Tonitosa

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domingo, janeiro 21

Saúde, isenção e imparcialidade

Vou tentar dar uma ajuda! Vejamos:
CC começou por proibir os médicos do SNS (todos) de exercerem funções dirigentes em entidades privadas prestadoras de cuidados de saúde. Com isso pretendeu criar dificuldades ao recrutamento de médicos, naturalmente os melhores, para dirigirem clínicas e hospitais privados. E repare-se que só para funções dirigentes. Disse-se que o objectivo era combater a possível falta de isenção e imparcialidade, com risco de prejuízo para o interesse público. Pura mentira, penso eu. Ou, então, santa ignorância?
Repare-se que os médicos, mesmo quando dirigentes no SNS, continuavam (e continuam) a poder acumular funções públicas e privadas numa área em que são quase certas as relações comerciais e eventuais conflitos de interesses. Um Dirigente de uma instituição pública, por exemplo um Director de Serviços clínicos de um Hospital Público, não estava, nem está, impedido de exercer funções nas entidades privadas (desde que não sejam de dirigente). E é por aqui que pode passar sobretudo o risco de falta de isenção e imparcialidade em muitos actos médicos, designadamente quando se trata de MCDT's e de realização de cirurgias sujeitas a lista de espera.
Precisando o meu raciocínio, de resto com conhecimento concreto. A realização de MCDT's no exterior(que muito pesa nas despesas hospitalares) depende em última instância da confirmação do Director de Serviços (DS) da área, sendo de seguida autorizada pelo gestor (quando essa competência não se encontre delegada no DS). Ora se o DS, por sua vez, presta serviços (não dirigentes) na instituição privada onde o exame irá ser realizado (ainda que possa não ser naquela especialidade em concreto) o mesmo pode sentir-se tentado a facilitar a realização do dito exame e em particular na instituição com que colabora.
Mas o "simples" médico que requisita um determinado exame ou tratamento para um determinado doente (e que raramente vê o seu pedido rejeitado) pode sentir-se tentado a fazê-lo como forma de angariação de clientes para a instituição privada em que trabalha. Depois um clínico que trabalhe numa instituição privada e seja médico do SNS (hospital) pode sempre remeter (quando convenha por dificuldades supervenientes) o doente para o serviço público. E de certo modo "motivar" o recurso ao "privado" quando convenha.
Salvaguardando que, felizmente, há muitos e bons médicos que são rigorosos nas suas condutas e escrupulosos nos seus actos, na verdade CC parece estar a confundir a árvore com a floresta.
Continua a centrar as atenções nas funções dirigentes nas entidades privadas, deixando de fora todas as outras situações!
PS: este comentário não significa que eu esteja de acordo com as soluções(?) encontradas. Antes pelo contrário. Acho que outro deve e pode ser o caminho.
Tonitosa

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sábado, janeiro 20

Mudanças, só para melhor!

Excelente esta reflexão do Aidenós. link Na verdade era merecedora de um comentário mais oportuno. Mas, esperando tolerância e compreensão do seu autor, vou "meter a minha colherada".
Qualquer Ministro da Saúde e CA dos HH, sabe que os médicos são elementos-chave na prestação de cuidados de saúde. Tal como os operários especializados o são nas empresas. E tantas vezes ouvimos dizer que as reformas na Saúde têm que ser feitas com os trabalhadores e não contra os trabalhadores.
Mas, como também se diz: bem prega Frei Tomás...
Parece-me que a estratégia de CC para com os médicos (como o fez outrora com outros profissionais) vem sendo a de criar através da Comunicação Social um ambiente favorável às medidas que pretende implementar e que podem mexer com interesses instalados. Mas, em meu entender, nem tudo deve valer. E não se podem meter todos os trabalhadores (nem todos os médicos) no mesmo saco.
Sendo certo que a ninguém de bom senso interessa que tudo continue como está.
Mas a todos apenas interessam mudanças para MELHOR!
Tonitosa

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sábado, janeiro 13

Director Clínico (2)



O Director Clínico ou é líder ou não é líder! Ou é reconhecido pela sua competência entre os seus pares ou não é! Tudo o resto vem por arrasto e tem muito mais a ver com a "equipa de gestão" do que com o Director Clínico em particular.
O que acontece é que nem sempre ( ou quase nunca)o DC é escolhido pela sua competência mas pelo "cartão de militante partidário" e isso basta para que ele próprio não se sinta em condições de questionar os médicos sobre condutas menos correctas.
Depois, o Director Clínico não é, nem tem que ser, especialista em todas as áreas clínicas e isso também limita a sua intervenção. O DC não pode impor, a este ou àquele médico, determinada prática clínica; tem antes que zelar para que, no seu Hospital, sejam desenvolvidas acções de sensibilização para as melhores práticas, para uma correcta avaliação de resultados e para a definição de objectivos julgados atingíveis.
O DC frequentemente tem tendência a defender os interesses corporativos mais do que os objectivos da organização. Ele comporta-se muitas vezes como se a Gestão da organização não fôsse um problema seu! E isso é que prejudica a sua acção e da equipa de gestão a que pertence.
O DC não pode ser um elemento ausente; deve aompanhar de perto o dia-a-dia do Hospital e isso raramente se verifica. O DC passa muito do seu tempo em Colóquios, Congressos, nas aulas e em reuniões e "ausente" do Hospital.
E assim é difícil dirigir!
tonitosa

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segunda-feira, janeiro 1

Controlo de Assiduidade (2)

Tenho acompanhado este processo com todo o interesse. link
E conheço bem as potencialidades do novo sistema. Sempre fui contra as entradas e saídas "contra-o-relógio". E sobretudo sempre fui contra os que não têm hora para entrar mas não perdem um minuto à saída.
No caso concreto dos hospitais, já me pronunciei favoravelmente à instalação de um sistema capaz de constituir, mais do que uma obrigação de "picar o ponto", um auxiliar da Gestão. Na verdade a diversidade de serviços, de horários e de categorias profissionais nos hospitais é tal que dificilmente se compadece com o anacrónico sitema de folhas de ponto.
E não só o sistema é obsoleto como exige muitas e muitas horas de trabalho na realização de registos, com elevada probablidade de erro. E atrasos nos pagamentos, por exemplo, de horas extraordinárias.
Mas porque não querem os médicos um sistema de registo "fiável" (fiável digo-o de propósito!) ?
É que os mesmos médicos não se têm recusado, como sabemos, a assinar folhas de ponto que geralmente se encontram sobre a secretária do director de serviços. Qual a diferença, então para o sistema de que agora se fala? Uma explicação aceitável é pensarmos que o novo sistema não permite "a mentira". E meus caros, é de mentira que realmente se trata. Mentira só de alguns, é certo. Mas mentira, ainda assim. Na verdade as folhas de presença são assinadas quando dá jeito ou convém e muitas vezes "a esmo" em determinado dia. Repito, nem todos assim procedem, mas são os menos cumpridores os que mais assim procedem. E os senhores Directores de Serviço, porque geralmente também têm (ou já tiveram) telhados de vidro, não têm sequer força moral para exigir mudanças de comportamento.
Admitamos que, as conhecidas folhas de ponto passavam a ser recolhidas, diariamente, findo o período de flexibilidade admitido na entrada ao serviço e que eram recolhidas no final de cada período de trabalho. Estou convencido de que em tais circunstâncias teríamos idênticos protestos (corporativos) dos médicos.
Sabe-se que há médicos (dirigentes e não só) que concordam com o registo de presenças (eu prefiro chamar-lhe sistema de gestão de tempos de trabalho)mas que perante o "grupo" não assumem essa posição.
Discordo da inapropriada adopção de um sistema rígido de entradas e saídas mesmo que, como no Pedro Hispano, haja um período flexível. A actividade médica e as outras de assistência e tratamento de doentes não se compadecem com sistema de relógio de ponto. Mas não vejo razões para ser rejeitado um sistema de registo de tempos de trabalho onde, assegurado o normal funcionamento dos serviços, o horário obrigatório de atendimento público e o trabalho em equipa, cada um possa gerir a carga horária a que está vinculado de forma auto-responsabilizadora. E os abusos ficarão registados e darão lugar a adequado tratamento sancionatório.
Porque discordarão os médicos de um modelo onde todo o tempo de trabalho fica registado a par da actividade desenvolvida (nº de consultas, cirurgias, horas de formação, etc.), nomeadamente as horas que sabemos realizam muitas vezes para além do seu horário normal por imperativo de assistência inadiável aos doentes?
Tonitosa

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terça-feira, outubro 24

O novo SNS em Construção

São trapalhadase e mais trapalhadas!
E se fôssem só trapalhadas contabilísticas, ainda assim não era muito grave. Era mais mentira menos mentira, mais registo menos registo.
Grave, é mais uma "HISTÓRIA DA VIDA REAL" que passo a relatar:
Lembram-se, colegas de caminhada do Saúde SA, de ter trazido aqui a situação de uma doente a quem foi diagnosticado cancro do útero e que esteve meses (julgo que pelo menos 9) à espera de ser operada, caminhando com frequência de Mirandela para o Porto e voltando com nova data de consulta marcada? Lembram-se?
Pois há cerca de 15 dias, finalmente, a doente foi operada. Aparentemente tudo correu bem(?) e a doente teve alta ao 4º dia. Regressou a casa, em Mirandela. Alguns dias passados, e após desencadeamento de um estado febril, surgiu-lhe uma hemorragia.
Seguiu-se uma ida à urgência do Hospital local. E é aqui que surge a nividade: como o hospital de Mirandela já não tem ginecologia a doente foi remetida para Bragança.
Oh meus amigos, então não era apenas a meternidade que tinha fechado?! Pois é, lá foi mais uma caminhada até Bragança e mais cerca de 45 minutos de viagem numa estrada que apesar de IP não deixa de ser arriscada (muito menos em dia de chuva como foi o caso).
A doente ficou internada e portanto visitas do marido e família representam, para além do tempo de viagem, o custo de uma viagem diária (ou mais) Mirandela-Bragança.
É este o SNS que CC se propôs oferecer aos Portugueses?
São os longos tempos de espera para uma reconstrução mamária, como hoje vimos na TV, as melhorias introduzidas por CC?
Ora valha-nos Deus! E que Nossa Senhora não se esqueça de CC e sus Ajudantes.
tonitosa

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sexta-feira, setembro 22

Falar é fácil



Difícil é construir.

CC na oposição criticava a UM dos HH SA acusando-a de manipular dados e divulgar relatórios falseados sobre a evolução dos HH SA.
Hoje, decorrido mais de 18 meses desde a publicação dos últimos dados sobre os HH SA, não existe qualquer informação diponível.
E nem sequer os Relatórios e Contas de 2005 estão publicados na totalidade (apenas 16 relatórios são conhecidos).
Correia de Campos no início do seu mandato acusou os gestores dos SA's de manipularem os dados contabilísticos, nomeadamente na rubrica FSE onde "escondiam" custos com pessoal (afirmação na AR por volta de Abril de 2005). Hoje, os gestores dos HH EPE, por si nomeados, apresentam nos FSE custos com pessoal bem mais significativos mas não reduzem as despesas com salários.
Sobre isto, CC ainda nada disse.

CC acususou os HH SA de apresentarem uma contabilidade criativa. Basta olhar para os dados financeiros dos Relatórios e Contas já conhecidos de 2005 para vermos que critividade é coisa que não lhes falta.
E, sobre isto, CC ainda nada disse.

Já há muito se percebeu que não há interesse institucional na divulgação de dados sobre os HH EPE pois são, dum modo geral, demonstrativos da sua ineficácia e ineficiência. E, muito menos, tem interesse em que se conheçam indicadores sobre a produção para, assim, fugir a críticas.
E basta vermos os "sites" dos HH EPE para verificarmos a gritante falta de informação que neles existe.
É caso para dizermos que "nunca tantos, em tanto tempo, fizeram tão pouco".
tonitosa

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quarta-feira, setembro 13

Ele há coisas surpreendentes !

Começo com um beijo para a Clara porque "amor com amor se paga".
Nem MORTO nem DESAPARECIDO em combate. Férias são férias e tempo de reflexão sobretudo quando são passadas no Portugal profundo! Apesar dos incêndios...
Apenas a espaços visitei o Saude SA, porque esta coisa do choque tecnológico é muito bonita...mas aos preços que temos que pagar para navegar...não há alternativa que não seja uma simples espreitadela ao que mais nos interessa. Sobretudo quando recorremos ao PDA.
Mas deu para ler o essencial dos posts e comentários no Blog. E confesso que me deu "gozo" o debate sobre os "fracassos" do modelo EPE e do eventual retorno ao modelo SPA.
Feita a leitura do que se escreveu durante o mês de Agosto, agora com o tempo necessário, destacaria a polémica em torno das despesas "sumptuosas e supérfluas" nos Hospitais.
E permitam-me que expresse a seguinte opinião:

CC em todas as tomadas de posse fez gáudio das famosas “cartas de missão” (que nunca foram tornadas públicas). Os responsáveis actuais pelos HH e Serviços de Saúde foram todos por si nomeados; certamente de entre os mais capazes e competentes(?). O seu despacho, impondo regras de conduta e gestão que são deveres de qualquer gestor digno desse nome, parece-me absolutamente impensável. Parece que afinal continuamos mais preocupados com os meios do que com os fins/resultados. E cada caso será um caso. Queira-se ou não; goste-se ou não se goste. Trocar de carro ao fim de três anos (para entrar na posse dos existentes de que se tem o uso pessoal) é certamente uma decisão criticável e que coloca os interesses do gestor acima dos da Instituição. Fazer despesas supérfluas (havendo que demonstrar a sua evidência) é, concerteza, um acto de má gestão.
E quem pratica tais actos não deve continuar à frente das instituições. Pura e simplesmente deve ser demitido!
E quem substituiu gestores sem sequer lhes dar uma explicação ou palavra de apreço (ou de crítica) não devia agora ser tão hesitante.
Como lhe chamou o Xavier, trata-se “tropa fandanga e chupista”. Acresce, porém, que não apresentam resultados que justifiquem a sua continuação nos cargos. Mas para CC reconhecer a má gestão praticada pela “pela sua gente” (recordam-se deste termo usado neste blog?) é reconhecer, também a sua própria incompetência nas escolhas feitas!
Alguns colegas foram particularmente tocados (?) pelo despacho de CC e voltaram ao Saúde SA o que saúdo. Mas se as viaturas, eram mordomias dos gestores PSD (e todos sabemos que LFP também nomeou gestores ligados ao PS) devem afinal continuar a ser mordomias. E um erro não deve justificar outro.
Devo esclarecer que não acho que seja “mordomia” a atribuição de viatura. E a opção de compra não merece ser tão valorizada, desde que o valor a pagar pelo gestor seja devidamente fixado. Mas quem tanto criticou as mordomias não tem moral para agora vir em sua defesa.
E não merece crédito a distinção entre gestores laranja – os maus – e gestores rosa – os bons. Só de má fé se pode fazer tal distinção.
Mas também sabemos (quem não sabe fica a saber) que em toda a AP os dirigentes, (mesmo sem serem directores gerais ou equiparados) além de usarem as viaturas fazem-se ainda conduzir por (diligentes) motoristas a quem são pagos consideráveis montantes em horas extraordinárias. E nesse caso, como se sabe, nem o TC nem a IGS consideram estas despesas “mordomias”.
E hoje, como no passado, há muitos gestores que acham que ser importante é ter motorista. Até para colocar ao serviço da família!...
E basta estarmos atentos para verificarmos que aqueles que no passado criticaram as “mordomias”, agora que “foram chamados” não só usufruem das viaturas como nem sequer se dão ao trabalho de as conduzir. Têm o motorista porque assim ninguém repara!
Um abraço a todos.
PS.: E que tal voltarmos aos Relatórios e Contas e ao tema da Contabilidade Criativa?!
Ele há coisas absolutamente surpreendentes.
tonitosa

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segunda-feira, agosto 7

DE a favor de CC

O colega Ricardo transcreve no seu comentário a "interpretação" que Mário Batista (MB) faz no Diário Económico (DE) das declarações dos (seus) entrevistados.link
Ora, salvo melhor opinião, parece-me forçada aquela interpretação (com excepção de MD, sem surpresa!) e um tanto fora do próprio título e subtítulo da notícia, a saber:
Parceiros da Saúde Dividem-se Sobre Medicamentos - Há uma divisão sobre a bondade da suspensão da compra de novos fármacos.

Talvez por coisas como esta, CC, no artigo hoje publicado no DE
link considere que a crítica de André Macedo "surpreende face à linha editorial do jornal, sendo difícil reconhecer no texto pensamento anterior do seu autor". E diz ainda CC: "Subitamente, o prestigiado e reformista DE converteu-se no paladino do despesismo “à conta do Estado".
É assim.
Tal como fez com o Relatório da Primavera do OPSS, CC veio criticar (e é um seu direito) uma opinião que lhe é desfavorável.
Mas mais do que criticar a opinião do autor da crítica, saiu a criticar o próprio DE.

Que dirá CC da interpretação de Mário Batista? E de muitas outras notícias e artigos do mesmo DE que, sistematicamente, têm surgido em seu apoio ?
tonitosa

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sexta-feira, julho 14

Avaliação dos Administradores Hospitalares

Como se avalia o trabalho de um Gestor Hospitalar? Ou melhor de um CA de um hospital?
Pelo maior número de doentes tratados? Pela redução de custos? Pela satisfação percepcionada pelos utentes dos Serviços? Pelo volume de investimentos feitos no Hospital? Pela melhoria de resultados líquidos? Pelo clima interno da organização?
Parece-me que a resposta capaz de englobar as perguntas anteriores cabe na seguinte avaliação: grau de satisfação dos utentes e resultados do exercício.
A primeira porque tem a ver com qualidade dos cuidados e deve ser complementada com indicadores de eficácia (taxas de mortalidade, readmissões, demora média, etc.) a segunda por que associa eficácia à eficiência, permitindo avaliar custos e proveitos.
Depois poder-se-ão fazer avaliações mais ou menos aprofundadas sobre a actividade desenvolvida. Mas o que interessa aos utentes é um bom serviço de saúde e ao Estado interessa que esse serviço seja prestado ao menor custo possível.
Vamos lá então à questão de fundo deste post: quem são os gestores incompetentes, amadores, afilhados e correligionários? E qual a informação dispomos para os podermos considerar como tais.
Que há gestores melhores que outros, certamente que os há. Que há gestores incompetentes pode dizer-se, em teoria, que sim. Mas vamos lá à concretização. E podemos fazê-lo (se for essa a nossa convicção), ainda que as nossas opiniões possam ser contestadas.
Força. Venham os nomes ou os hospitais onde eles estão.
Só assim poderemos fugir à crítica de que "o que temos é inveja".
tonitosa

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domingo, junho 18

Resultados HH SAs 2005



Lentamente, como convém (?) vão sendo publicados os Relatórios e Contas dos HH EPE’s (ex-SA's).
Desta vez foi dado a conhecer o Relatório e Contas do Hospital de São Gonçalo, S.A..(página dos hospitaisepe) link
Vamos pois deixar algumas notas sobre os resultados e a actividade de 2005 daquele hospital.
Uma primeira nota vai para o facto de este relatório ser apresentado como Hospital São Gonçalo, EPE – Relatório e Contas 2005 e aparecer na primeira página como Relatório e Contas – Hospital São Gonçalo, S.A..
Apesar de me parecer ser um lapso, pois todas as referências seguintes são “EPE”, tenho dúvidas sobre se não seria afinal a apresentação como S.A. a mais correcta, já que só em 31 de Dezembro de 2005 ocorreu a transformação. Mas admito não ser errada a apresentação como EPE. A verdade é que os SA’s, em 2002, viram-se a elaborar dois relatórios distintos (SPA e SA).
A certo passo do relatório e contas pode ler-se:”imensos créditos que se perdem por prescrição e incapacidade económica dos devedores”…”aliado a determinações superiores acabam, por ser considerado incobráveis”.
Conhecemos bem este fenómeno da prescrição que é comum à generalidade dos hospitais e que tem muito a ver com o mau funcionamento dos Serviços de Gestão de Doentes e de Contencioso, mas também com a quase impossibilidade de rigorosa identificação de muitos utentes e causas de assistência nos Serviços de Urgência (em relação também com uma certa tradição de tolerância).

Vejamos os aspectos mais representativos da actividade desenvolvida e dos resultados obtidos:
1. De acordo com a Introdução, o HSG esteve durante mais de dois meses sem reunir o seu CA. Não sabemos se o facto de o CA não estar completo (?) era razão só por si impeditiva. Mas uma coisa parece certa: mais de dois meses sem reunir o CA é algo de anormal e que bem pode ter influenciado os resultados atingidos;
2. O modelo de financiamento é apontado como uma das razões para o “desequilíbrio entre custos e proveitos”. Parecendo haver razões para que o modelo de financiamento se altere, a verdade é que no exercício de 2004 o desequilíbrio em causa foi bem menos significativo;
3. O relatório do CA dá conta de uma redução da actividade em termos de doentes tratados (-4%) e cirurgias, tanto urgentes como programadas (-13,5%);
4. A consulta externa cresceu 9,8% não constando informação sobre primeiras consultas e segundas consultas e a urgência foi procurada por mais 2% de utentes;
5. Verifica-se uma degradação da demora média (+7,5%) em ligação com o maior número de dias de internamento (+3,5%) contrastando com a redução do número de doentes tratados;
6. Verifica-se, também um aumento do número de análise clínicas quer por doente tratado quer por doente em Urgência;
7. Houve um agravamento de custos com MCDT realizados no exterior (+3,29%);
8. Verificou-se ainda um aumento dos custos com medicamentos (+5%), com reagentes (+1,4%), com material de consumo clínico (+15,4%) e com serviços de apoio (+3,38%);
9. Destacam-se os aumentos com electricidade (+24%) e lavandaria (+45,8%);
10. Os custos totais tiveram um aumento de 9,38%, com expressão nos RH (+8,5%, nos FSE (+20,7%) nos CMVMC (+6,96%).Esta evolução torna-se mais expressiva quando comparada com a actividade desenvolvida;
11. O exercício de 2005 fica ainda assinalado pelo significativo aumento do absentismo (+60%) e pelo aumento do número de trabalhadores ao serviço da empresa (+ 9 unidades) apesar da “produção ter sido sensivelmente a mesma” (?), como refere o CA.

Enfim,
Estamos perante mais um caso em que os resultados atingidos são manifestamente maus representando, além disso, uma agravamento em relação ao exercício anterior (2004).
Com efeito, o Hospital de Amarante viu os seus resultados operacionais passarem de 1,051 milhões de euros (negativos ) para 2,248 milhões de euros (negativos) o que traduz um agravamento de 137% , contribuindo para o resultado negativo do exercício de 1,641 milhões de euros (-148 654 euros em 2004).

Os resultados dos quatro hospitais que até agora viram divulgados os seus Relatórios e Contas parecem-nos defacto traduzir um recuo em relação ao que vinham sendo as respectivas evoluções.
Será importante conhecerem-se as verdadeira razões das alterações ocorridas, quando era importante conter o crescimento dos custos.
Haverá certamente razões para explicar que os custos deste hospital tenham aumentado 9,38% enquanto os seus proveitos cresceram 1,5%.

Alguma notas finais para referir ainda:
1. Na página 37 do relatório existe erro nas percentagens indicadas de aumento dos custos com pessoal (60,3% em vez de 8,5%). De igual modo estão erradas as percentagens indicadas para FSE (35,22% em vez de 20,7%9 e CMVMC (9% em vez de 6,96%);
2. Ainda na página 37 aparece o capítulo 5.3 – Evolução dos principais indicadores de recursos humanos. O que surge a seguir, nada tem a ver com tais indicadores pois são, com efeito, indicadores económico-financeiros (lapso, como se depreende).
3. Na página 57 em vez de “repensado” por 998 acções deverá ser “representado” por 998 acções (novo lapso).
tonitosa

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domingo, junho 4

OM, multada


Obviamente de acordo.
Quem paga por escassos 15/20 ou mesmo 30 minutos de consulta 80/90/100 ou mais euros não pode deixar de estar de acordo com a AdC.
E mais razões temos quando sabemos que, frequentemente, somos "convidados" a recorrer a consultórios e clínicas particulares já que nos HH só daqui a muitos "n-meses" teremos vaga para consulta ou cirurgia.
E se os preços, como terá concluído a AdC, são impostos pela "corporação" pior vão as coisas.
Concordo com a ideia de que é preciso acabar com as restricções à entrada no curso de Medicina, mas mais uma vez são a Ordem e os Profes quem mais ordena, na fixação de vagas e na passagem de anso dos "estudantes", fazendo-os passar por crivo de malha muito apertada.
Mesmo na fixação de vagas de especialidade as coisas não são diferentes!
A mudança exige uma "luta" com a OM e os Dirigentes das Faculdades de Medicina, e os resultados tenderão a ser sempre frouxos.
E terá CC condições para travar essa guerra com a OM?
Como sabemos, até ao momento o Senhor Ministro da Saúde nada fez que pudesse desagradar à classe médica e não surpreende que a OM tenha solicitado a CC a sua intervenção neste caso.
tonitosa

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