segunda-feira, agosto 14

Carpir Mágoas


CC, ao contrário do que muita gente afirma, é um político exímio.

Todos sabemos que é necessário combater o elevado desperdício hospitalar.

Este desperdício começa nos hábitos de prescrição, receitando muitos medicamentos que nada adiantam ao processo terapêutico dos doentes.

Esta discussão sobre os novos medicamentos é necessária.

A qualidade do tratamento dos doentes não está nas modernices, na utilização de medicamentos ultimo grito da moda, apregoada pelos DIMs.

É necessário avaliar para termos a certeza que aplicamos bem o nosso dinheiro.

A avaliação rigorosa deve ser também aplicada na apreciação dos medicamentos comparticipados pelo Estado (ambulatório) de forma a afastar os fármacos que não representem mais valias.

Quanto à promoção das acções deste combate, é natural que ela seja feita através dos media. Como querem que ela se faça?
Que CC desate a falar para as paredes?

À medida que a reforma avança e que os resultados vão aparecendo, é cada vez mais evidente que o pessoal do contra, à míngua de argumentos com qualquer substância, vai consolando-se com as pequenas tricas, os "faits divers", que são uma forma pouco original de carpir as mágoas.
ana dias

4 Comments:

Blogger Clara said...

Há resultados no controlo das despesas. Há outras medidas lançadas que dentro de algns anos poderão produzir frutos.
Mas ao fim deste frenesim todo, o que restará do SNS ?

10:40 da manhã  
Blogger saudepe said...

Parece efectivamente em vias de ser cumprida a primeira fase de combate ao despesismo e de lançamento da política de saúde de CC.

O saldo da Governação de CC desta fase é positivo: cumprimento das metas previstas no OE e lançamento de um leque de medidas acertadas, entre as quais sobressai a reforma dos CSP e USFs.

O pior desta fase: a abordagem ao combate com a ANF. Uma luta que era preciso ter mas sem alguns dos episódios que ocorreram. Digamos que era dispensável o recurso à peixarada.

Quanto ao futuro: mais do mesmo, ou seja, muitas dificuldades, muita luta, mas com confiança redobrada.

11:28 da manhã  
Blogger Vladimiro Jorge Silva said...

Concordo com a Ana Dias: CC é de facto um político exímio e a batalha da prescrição deveria ser a principal preocupação de qualquer MS. Tenho, porém, as maiores dúvidas relativamente ao caminho adoptado por CC:
- No ambulatório a ANF poderia ser um parceiro precioso, quer em termos técnicos, quer em termos tecnológicos (nas ferramentas de gestão da informação disponível). Contudo, CC optou por hostilizá-la apenas em nome de disputas pessoais e sem nenhum proveito para o SNS;
- No hospital há muito que se conhecem os principais problemas existentes. A ideia de racionalizar a entrada de novos fármacos é positiva e merce ser aplaudida. No entanto, a sua aplicação só pode ser feita sob rigoroso controlo técnico, sob pena de se poderem cometer erros potencialmente muito graves - é por isso que aplaudir cegamente a política de CC sem se conhecer as tais guidelines secretas é um cheque em branco que o MS ainda não provou merecer. Além disso, há instrumentos institucionais (leia-se infarmed) que poderiam desempenhar adequadamente esta função e que dispensariam o folclore entretanto instalado;
- A instrumentalização dos media é infelizmente uma arma política que hoje em dia já nenhum político pode dispensar. Nesse aspecto, CC é um mestre na forma como manipula alguma imprensa (que antes nem sequer ligava muito ao sector da saúde). No entanto, CC utiliza os media para dar uma imagem de reformismo que na realidade não existe. Ou seja, não é criticável o facto dos políticos utilizarem e manipularem os media como forma de promoção das suas medidas. O que não é correcto é quando se governa para a imagem que os media produzem da governação e não para o efeito real das medidas adoptadas.

Temos, porém, que ser justos num aspecto: ainda não houve tempo para verificar o impacto a médio prazo das medidas de CC. Embora os efeitos das subidas do preço dos MNSRM e das progressivas descomparticipações sejam relativamente fáceis de aferir no imediato, a verdade é que ainda não se sabe se as dificuldades introduzidas pelo governo serão capazes de induzir melhores hábitos de prescrição. Aí, só o futuro o dirá.
Por outro lado, em relação aos resultados que vão aparecendo, é importante que seja possível a realização de análises justas e independentes. Até agora, a única ocasião em que isso aconteceu foi com a divulgação do Relatório da Primavera do OPSS. E aí foi o que se viu: CC completamente desorientado, resvalando para a via do insulto fácil, ainda por cima perante dados que nem sequer mereciam grande discussão...

1:32 da tarde  
Blogger ricardo said...

CC, o coveiro ou o Salvador do SNS.

O problema fulcral, relativamente à política de CC, é o seguinte:

O ministro da Saúde pugna, efectivamente, por encontrar um equilíbrio para o SNS e está realmente empenhado nesta tarefa. O que quer dizer que o fim último da sua política é a defesa e melhoramento do SNS.

Ou CC , definitivamente convertido às ideias liberais, vai "fingindo" defender o SNS (não muito) até haver condições para a privatização do que as empresas acharem que é lucrativo privatizar.

Acho que esta dúvida será sanada em definitivo a curto prazo, embora para um número crescente de portugueses, CC de há muito deixou de acreditar no modelo de Serviço Nacional de Saúde.

O futuro em breve deixará antever como CC vai ficar para a história.

2:26 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home